quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Lula afirma ter escapado de tentativa de atentado planejada por "bando de aloprados"

Presidente falou durante a cerimônia para lembrar os ataques bolsonaristas de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia para lembrar os dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes - 08/01/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, em cerimônia para lembrar os ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes, que escapou de um atentado planejado por um "bando de aloprados" que achavam que seria fácil tomar o poder.

Lula se referia às investigações da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado, que teria sido elaborada por militares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e que incluiria um plano de assassinar Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, além do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Escapei... de um atentado de um bando de irresponsáveis, um bando de aloprados que achavam que não precisavam deixar a Presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder. Se tivesse dado certo a tentativa de golpe deles, o que aconteceria neste país?”, questionou Lula, durante o evento realizado no Palácio do Planalto.

O presidente defendeu a punição dos envolvidos na tentativa de golpe, que, segundo a PF, foi orquestrada por aliados de Bolsonaro após a derrota do então presidente para Lula nas eleições de outubro de 2022.

A solenidade ocorreu em meio à expectativa de uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e dezenas de militares, inclusive de alta patente, pela suposta tentativa de golpe.

"Sempre seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe. Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, vice-presidente da República e do (então) presidente do Tribunal Superior Eleitoral", disse.

Em sua fala, com momentos iniciais de improviso, Lula brincou com Alexandre de Moraes, dizendo que o ministro do STF agora é conhecido pelo país como "Xandão", e que não era acostumado a ver apelidos para magistrados da Suprema Corte.

O presidente também fez em uma alusão ao filme "Ainda Estou Aqui", do cineasta Walter Salles, cuja atriz Fernanda Torres ganhou o prêmio Globo de Ouro de melhor atriz de drama por interpretar Eunice Paiva -- viúva do deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar. "Ainda estamos aqui", afirmou.

O ato deste ano não contou com os representantes máximos do Congresso -- os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Também não compareceram parlamentares que são apontados como prováveis presidentes das duas Casas, o deputado Hugo Motta (PRB-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Representaram o Congresso a deputada petista Maria do Rosário, segunda-secretária da Câmara, e o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Pelo Supremo, compareceram o vice-presidente do STF, Edson Fachin, os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, e a ministra Cármen Lúcia, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O evento contou com atos como a devolução de 21 obras de arte que foram vandalizadas no dia 8 de janeiro de 2023 e uma caminhada de Lula e outras autoridades que desceram pela rampa do Planalto para se encontrar com populares que estavam na Praça dos Três Poderes para dar um "abraço à democracia".

Fonte: Brasil 247 com Agência Reuters

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