sábado, 25 de janeiro de 2025

Indicações ao Oscar de 'Ainda Estou Aqui' impulsionam projeto para suspender salários de militares denunciados

Deputada Fernanda Melchionna vê nas indicações ao Oscar um fator de pressão para aprovar a medida

Cena do filme "Ainda estou aqui" (Foto: Divulgação)

O filme “Ainda Estou Aqui”, que aborda o assassinato do ex-deputado Rubens Paiva durante o regime militar, conquistou indicações ao Oscar em três categorias. A repercussão internacional da obra cinematográfica deve fortalecer o apoio ao Projeto de Lei da deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que propõe suspender a remuneração de militares acusados de violação de direitos humanos e crimes contra a humanidade. “O filme e as indicações ao Oscar criam uma pressão de fora para dentro”, destacou a parlamentar à CNN.

O projeto, protocolado na Câmara dos Deputados, visa interromper o pagamento de salários, proventos e benefícios a militares enquanto houver um processo judicial em andamento. Segundo Melchionna, a ideia surgiu após revelações de que os militares envolvidos na morte de Rubens Paiva recebem, juntos, R$ 140 mil mensais. A parlamentar acredita que o impacto do filme amplia a visibilidade sobre o tema e ajuda a mobilizar a sociedade e o Congresso para a aprovação da medida.

A proposta prevê que a suspensão de remuneração só será aplicada após a notificação do militar acusado, garantindo o direito ao contraditório e à ampla defesa, como estabelece a Constituição. Caso seja comprovada a inocência em decisão judicial definitiva, os valores suspensos serão devolvidos de forma retroativa, corrigidos pela inflação. “Queremos que a Justiça seja feita sem onerar os cofres públicos com pagamentos a quem está sob acusações tão graves”, afirmou a deputada.

A iniciativa busca também ampliar o debate sobre a responsabilidade histórica das Forças Armadas e a necessidade de responsabilização individual em casos de violação de direitos. O impacto do filme sobre Rubens Paiva e o apoio popular ao projeto podem se tornar fatores decisivos para a tramitação da proposta na Câmara. Para reforçar o movimento, Melchionna tem buscado coautores e lançou um abaixo-assinado para ampliar a mobilização em torno do tema.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

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