O plano, dividido em quatro etapas, prevê a substituição da economia controlada pelos criminosos por programas sociais voltados para o desenvolvimento
Cerimônia de posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski (Foto: Ricardo Stuckert)
O Ministério da Justiça vai colocar em prática um plano para retomar áreas dominadas pela milícia e pelo tráfico, informa o jornal O Globo. O planejamento das ações é coordenado pela Secretaria pela Secretaria Nacional de Segurança Pública desde maio de 2024 e é feito em parceria com universidades e organizações sociais. O plano deve começar a ser colocado em prática no primeiro semestre de 2025.
O piloto do projeto será implementado em uma cidade do Nordeste - mantida em segredo -, mas a meta é chegar no Rio de Janeiro, dominado pelo Comando Vermelho e pela milícia. O planejamento conta com quatro etapas. A primeira delas é diagnosticar a força criminosa dominante na região e entender como seu poder é exercido sobre a economia. Na sequência, serão iniciadas operações policiais para prender os criminosos. A ideia inicial é que essas operações sejam feitas pelas polícias estaduais, mas as Forças Nacionais poderão enviar reforços.
“Não haverá interferência de força federal nisso, a não ser que seja o caso de operações integradas com as Forças Nacionais. Não teria problema, mas a princípio as operações serão de forças estaduais. O governo precisa topar”, afirma o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo.
Na fase seguinte do plano, envolverá a substituição da economia controlada pelas facções criminosas por uma economia do Estado. A proposta é implementar programas sociais voltados para o desenvolvimento econômico local, com a instalação de centros de convivência comunitária que oferecerão serviços como cursos profissionalizantes, financiamento para pequenos negócios e mediação de conflitos.
Por fim, a última etapa consiste em garantir a presença contínua do governo nas áreas recuperadas para evitar a retomada do controle pelo crime. "É um trabalho amplo e complexo. Não é uma coisa de semanas, simplista",explicou Sarrubbo.
Embates com governadores - A fase de operações precisará de diálogos entre os governos federal e estaduais. No entanto, integrantes do Ministério da Justiça acreditam que isso pode ter entraves em estados governados por bolsonaristas, como São Paulo, de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Rio de Janeiro, de Cláudio Castro (PL).
O governo já teve embates com esses governadores no tema da segurança pública. Recentemente, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, assinou um decreto para regular o uso da força pelos agentes policiais após casos de violência em São Paulo e no Rio de Janeiro. O cumprimento dessas determinações servirão como condição para repasse de verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP, o que foi criticado pelos governadores de oposição.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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