O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi impedido de participar da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, pois teve seu passaporte retido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, sua esposa, Michelle Bolsonaro, viajou a Washington para representá-lo. Bolsonaro chegou a afirmar que Trump poderia colaborar com a democracia no Brasil, ajudando a “afastar” suas inelegibilidades políticas.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, debochou da situação em uma publicação feita neste sábado (18). “Os Bolsonaros, que tanto idolatram Donald Trump, deviam pedir logo a ele que lhes conceda a cidadania estadunidense e deixar em paz o povo brasileiro”, disse. Ela também criticou duramente o fato de os Bolsonaros tentarem, segundo ela, “interferir na Justiça e na política do Brasil” para tentar livrar-se de problemas com a lei.
Gleisi comentou ainda sobre a atitude dos Bolsonaros ao solicitar que Trump cancelasse o visto do ministro Alexandre de Moraes: “Não tiveram vergonha nem de pedir que Trump cancele o visto de entrada do ministro Alexandre de Moraes”. Em sua visão, esse ato reforça o que define como “subserviência a um governo estrangeiro”, lembrando que Bolsonaro chegou a bater continência para a bandeira dos Estados Unidos quando presidia o Brasil.
O ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou sua esposa, MIchelle Bolsonaro, no Aeroporto de Brasília. Foto: Reprodução/CNN
Bolsonaro, por sua vez, declarou que Trump “tem a certeza de que pode colaborar com a democracia do Brasil” ao ajudá-lo a reverter suas inelegibilidades. Ele não explicou como o ex-presidente norte-americano faria isso, mas mencionou que “só a presença dele, o que ele quer, as ações” já seriam suficientes para influenciar decisões políticas em âmbito internacional.
Enquanto Michelle embarca para Washington, Bolsonaro permanece abalado pela proibição de viajar, alegando “perseguição” de Moraes. O ex-presidente também disse acreditar que a volta de Trump ao poder provocaria “mudanças globais”, como o suposto acordo entre Hamas e Israel e até a renúncia de líderes de outros países, a exemplo de Justin Trudeau, no Canadá.
Em seu tuíte, Gleisi lembrou que Bolsonaro segue inelegível e que seu governador aliado, Jorginho Melo, terá de explicar o suposto contato entre Bolsonaro e o presidente do PL, também indiciado no mesmo processo. “O nome disso é obstrução de Justiça, em qualquer lugar do mundo tá? Se cuidem…”, finalizou a deputada, reforçando as críticas à “subserviência” do clã Bolsonaro a Trump.
Fonte: DCM
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