sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

"Galípolo se saiu bem em sua estreia", diz Nassif após alta da Selic

"Copom foi o primeiro movimento cuidadoso de Galípolo para desarmar as bombas-relógio deixadas por Paulo Guedes e Roberto Campos [Neto]", diz o jornalista

Gabriel Galípolo e Roberto Campos Neto (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A análise do jornalista Luis Nassif, publicada no jornal GGN nesta sexta-feira (31), destacou os efeitos do recente comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) e sua influência sobre os mercados. O texto aponta que, após a divulgação do documento, as taxas de juros caíram quase 50 pontos, o dólar recuou e as ações subiram, demonstrando a volatilidade das estimativas do mercado e a importância da comunicação do Banco Central.

O Copom, sob a influência do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, divulgou um comunicado interpretado de diferentes maneiras. No fechamento do mercado, investidores internos viram um tom "hawkish", indicando um aperto monetário mais agressivo. No entanto, a interpretação dos investidores externos foi "dovish", mais branda. O resultado foi uma abertura de mercado com expectativas atenuadas e uma reconfiguração das apostas financeiras.

De acordo com Nassif, essa dinâmica reforça a influência do discurso do Banco Central sobre os movimentos do mercado. A estratégia do governo também contribuiu para esse cenário: o anúncio de que as metas fiscais de 2023 foram atingidas e os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que vieram abaixo das previsões, ajudaram a consolidar a interpretação de um BC menos agressivo. Além disso, o discurso do presidente Lula (PT) em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e Galípolo fortaleceu a posição da nova gestão do BC.

Para Nassif, a estratégia de comunicação do Banco Central mudou, buscando evitar as falhas do ex-presidente Roberto Campos Neto, que frequentemente antecipava decisões e criava ruídos no mercado. Campos Neto, inclusive, reforçou as incertezas fiscais ao fazer declarações alarmistas em eventos nos Estados Unidos, o que contribuiu para um ambiente de pessimismo amplificado pela imprensa financeira.

O jornalista também criticou a herança deixada por Paulo Guedes e Roberto Campos Neto, chamando de "bombas-relógio" as armadilhas fiscais e monetárias que ainda precisam ser desarmadas. Segundo ele, além da pressão inflacionária, o mercado e parte da imprensa continuam promovendo um "terrorismo" em torno da inflação de serviços. Nassif argumenta que essa inflação está atrelada ao aumento da renda dos mais ricos, sem grande impacto sobre a inflação geral.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal GGN

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