segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Galípolo lidera o primeiro Copom de 2025 com inflação dos alimentos no radar

A expectativa entre analistas do mercado é que seja anunciado um aumento da taxa de juros no Brasil

Gabriel Galípolo (Foto: Reuters/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá nesta semana as primeiras reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que define o percentual da taxa de juros entre esta terça-feira (28) e quarta-feira (29). A Selic está em 12,25% atualmente, e a expectativa entre analistas do mercado é que o valor aumente 1 ponto percentual, para 13,25%.

Especialistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma taxa Selic de 12,50% ao fim de 2026. Para 2025, a projeção de 15,00% foi mantida.

A alta da Selic é usada para conter a inflação, na medida em que os juros altos deixam o crédito mais caro e diminuem o poder de compra da população - neste cenário, os preços precisam parar de subir.

Nos últimos anos, aliados do governo Lula cobraram de Roberto Campos Neto, antecessor de Galípolo, a redução da taxa de juros, para estimular o crédito e o crescimento da economia. Mas, neste início de uma nova gestão, o IBGE constatou aumento de 0,11% nos preços em janeiro.

No debate sobre juros, a alta da Selic para combater a alta inflacionária funciona quando é inflação sob demanda (da população). Analistas contrários a este mecanismo de política monetária sugerem que tem pouco efeito um aumento dos juros para segurar preços que já são administrados pelo governo, como energia elétrica.

Alimentação e bebidas registraram a maior alta (1,06%), seguidos por Transportes (1,01%), artigos de residência (0,72%), saúde e cuidados pessoais (0,64%), vestuário (0,46%), despesas pessoais (0,40%), educação (0,25%) e comunicação (0,15%). No setor de habitação, foi constatada baixa de 3,43%.

Em 2024, a inflação no Brasil foi de 4,83%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia ficado em 4,62% no ano anterior. A meta de inflação do governo para 2024 foi de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos. O IPCA do ano ficou 0,33 p.p. acima.

O governo Lula e seus aliados já discutem medidas para frear a alta no custo dos alimentos. Outro desafio da gestão federal é diminuir o impacto dos juros de dois dígitos sobre a economia.

Fonte: Brasil 247

Nenhum comentário:

Postar um comentário