Pasta estuda implementar taxas de juros diferenciadas para o Plano Safra de 2025
Carlos Fávaro (Foto: Mapa)
O governo federal está avaliando um conjunto de ações estruturais para conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Em entrevista após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Fávaro enfatizou que “não haverá medidas heterodoxas”, mas sim estratégias graduais para estimular a produção e garantir estabilidade no mercado interno. O encontro faz parte de um esforço coordenado entre diferentes pastas do governo para enfrentar a inflação dos alimentos.
De acordo com o ministro, uma nova reunião está prevista para esta quinta-feira (30), com a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que devem apresentar diagnósticos sobre o setor e possíveis soluções. A alta nos preços dos alimentos tem sido uma preocupação constante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, conforme já sinalizou Haddad, o espaço fiscal para medidas emergenciais é limitado.
Fávaro destacou que a recente queda do dólar e a expectativa de uma safra recorde podem contribuir para o alívio nos preços. “Com a desvalorização da moeda americana e a chegada de uma grande safra, a tendência é que os preços cedam gradualmente”, afirmou a jornalistas. Ele também revelou que o governo trabalha na formulação de um novo Plano Safra para ampliar os incentivos à produção agrícola e reduzir a pressão sobre os preços no mercado interno.
Além disso, a pasta estuda implementar taxas de juros diferenciadas para o Plano Safra de 2025, com o objetivo de impulsionar a produção, principalmente de insumos considerados mais importantes.
"Nós vamos fazer, por exemplo, direcionamentos de taxas de juros. Já que nós não temos um orçamento que pode ter taxas de juros muito atrativas para todo o Plano Safra em virtude da Selic tão alta, vamos ver o que é importante, arroz, feijão, hortifrutis, ser mais estimulados", disse Fávaro.
Redução de alíquota não será usada contra produtores nacionais - O ministro também negou que a eventual redução da alíquota de importação de alimentos seja uma ameaça ao setor agropecuário nacional. “Vamos desmitificar isso. Não é uma medida para importar alimentos e enfraquecer a agropecuária brasileira. De jeito nenhum. Se houver redução, será pontual e equilibrada, sem prejudicar a produção interna”, garantiu.
A possibilidade de corte na tarifa de importação para controlar a inflação dos alimentos já havia sido mencionada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Na semana passada, ele afirmou que o governo pode reduzir alíquotas caso os preços de determinados produtos no mercado externo sejam significativamente mais baixos que no mercado nacional. “Se os preços desses produtos forem mais baixos no exterior, isso será rapidamente aplicado para garantir competitividade e reduzir o impacto da inflação”, explicou Costa.
Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters
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