quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

“Eu não esperava milagre”, diz Lula sobre alta da Selic

Presidente Lula diz que Galípolo, novo presidente do BC, “não pode dar um cavalo-de-pau” na política monetária

Gabriel Galípolo (à esq.) e Lula (Foto: Reprodução (YT))

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (30), que a alta da taxa Selic, anunciada pelo Banco Central (BC), já era esperada e que “não esperava milagres”. A declaração foi feita em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto.

Lula defendeu a autonomia do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e destacou que as condições econômicas do país exigem estabilidade na condução da política monetária. “Em um país do tamanho do Brasil, com a responsabilidade do Brasil, o presidente do Banco Central não pode dar um cavalo-de-pau em um mar revolto, de uma hora para outra. Já estava praticamente demarcada a necessidade de subida dos juros pelo outro presidente, e o Galípolo fez aquilo que ele entendeu que deveria fazer”, afirmou.

O presidente também reforçou sua confiança no novo comando do Banco Central. “Tenho 100% de confiança no trabalho do presidente do Banco Central e tenho certeza de que ele vai criar as condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor, no tempo em que a política permitir que ele faça”, disse Lula. Ele acrescentou que o governo, a sociedade e o Banco Central têm papéis complementares na busca pela estabilidade econômica.

O petista ressaltou ainda a competência de Galípolo e a independência que pretende garantir ao Banco Central. “Quando eu chamei ele para o Banco Central, eu disse: ‘você é meu amigo, mas você vai ser presidente do Banco Central, e no meu governo presidente do Banco Central vai ter autonomia de verdade. O Meirelles já teve autonomia durante oito anos, e você vai ter autonomia. Faça o que for necessário fazer’”, relatou.

Diesel e Caminhoneiros

Durante a entrevista, Lula também comentou sobre o preço do diesel e possíveis reações dos caminhoneiros. Ele negou que tenha autorizado aumento do combustível e explicou que a Petrobras tem autonomia para definir reajustes. “Desde o meu primeiro mandato, eu aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e derivados de petróleo é a Petrobras, e não o presidente da República”, disse.

Segundo ele, qualquer reajuste não levaria em conta a inflação de 2023 e 2024 e ainda manteria o preço abaixo do praticado em dezembro de 2022. “Quem está aumentando é o Confaz, que está reajustando o ICMS. Esse é o aumento. O que nós estamos fazendo, se a Petrobras decidiu fazer, é um reajuste que ainda assim vai garantir que o preço do diesel fique abaixo daquilo que era em dezembro de 2022”, explicou.

Sobre uma possível mobilização dos caminhoneiros, Lula afirmou que sua postura sempre foi de diálogo. “Se tiver uma movimentação dos caminhoneiros, vou fazer o que eu sempre fiz: vou conversar com os caminhoneiros, vamos colocar tanto o ministro dos Transportes como a ministra da Gestão, Esther [Dweck], para conversar. Não temos nenhuma preocupação. Vamos conversar com todo e qualquer setor que tiver qualquer problema com o governo”, garantiu.

Lula destacou que os caminhoneiros devem considerar a realidade dos preços. “O caminhoneiro só tem que saber da verdade: o preço do diesel em dezembro de 2022 e o preço do diesel agora. Ele sabe que está mais barato, o diesel, a gasolina e o gás de cozinha, e vão continuar mais baratos”, concluiu o presidente.

Fonte: Brasil 247

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