sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Efeito Lula: taxa média anual de desemprego fecha 2024 em 6,6%, a menor da série histórica

Rendimento médio real habitual dos trabalhadores em 2024 foi estimado em R$ 3.225, o maior já registrado pela Pnad Contínua

      Luiz Inácio da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A taxa de desocupação no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, mantendo-se estável em relação ao período de julho a setembro (6,4%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, a taxa média de desocupação foi de 6,6%, uma queda de 1,2 ponto percentual (p.p.) em comparação a 2023 (7,8%). Esse resultado representa o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.

O número de pessoas desocupadas também apresentou redução expressiva. Em média, 7,4 milhões de brasileiros estavam sem emprego em 2024, uma queda de 1,1 milhão em relação ao ano anterior (8,5 milhões). Esse é o menor contingente desde 2014, quando o total era de 7 milhões. Paralelamente, o mercado de trabalho absorveu um número recorde de trabalhadores, com a população ocupada chegando a 103,3 milhões de pessoas, um crescimento de 2,6% em relação a 2023.

A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destaca que os avanços no emprego foram impulsionados pela continuidade da recuperação pós-pandemia e pelo crescimento de setores estratégicos. “Os resultados de 2024 indicaram a manutenção da trajetória de crescimento contingente de trabalhadores que, inicialmente, em 2022, respondia como uma recuperação das perdas geradas durante a Pandemia de COVID-19, em 2020 e 2021. Em 2023 e 2024 os ganhos ainda expressivos, mesmo após a recuperação de ocupação após a pandemia, foram fundamentais para o alcance desses recordes”, afirmou.

⊛ Avanço na formalização do emprego - A estimativa do número de empregados com carteira assinada também atingiu um patamar inédito: 38,7 milhões de trabalhadores formais em 2024, um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior. A categoria de empregados sem carteira assinada no setor privado também registrou um recorde, com 14,2 milhões de trabalhadores, um aumento de 6% no mesmo período.

Enquanto isso, o trabalho por conta própria também cresceu e alcançou 26,1 milhões de trabalhadores, um aumento de 1,9% frente a 2023. Desde 2012, essa categoria cresceu 29,5%, refletindo a dinâmica do mercado de trabalho brasileiro, onde a informalidade segue representando uma parcela significativa da ocupação.

Apesar da expansão do emprego formal, a taxa de informalidade ainda é elevada. Em 2024, a informalidade recuou levemente para 39%, frente a 39,2% em 2023. A população desalentada — aquela que desistiu de procurar emprego por falta de esperança — também apresentou queda, recuando 11,2%, totalizando 3,3 milhões de pessoas.

⊛ Rendimento médio alcança maior patamar da série - O rendimento médio real habitual dos trabalhadores em 2024 foi estimado em R$ 3.225, o maior já registrado pela Pnad Contínua. O valor representa um crescimento de 3,7% em relação a 2023, quando era de R$ 3.110. Anteriormente, o maior resultado da série havia sido registrado em 2014 (R$ 3.120), enquanto o menor ocorreu em 2022 (R$ 2.901).

Já a massa de rendimento real habitual — que representa o total de rendimentos recebidos por todos os trabalhadores ocupados — atingiu o maior valor da série: R$ 328,9 bilhões, um aumento de 6,5% (R$ 20,1 bilhões) em relação a 2023.

⊛ Destaques setoriais e tendências para 2025 - No quarto trimestre de 2024, a ocupação cresceu em setores estratégicos. A construção registrou um aumento de 4,4% no período, absorvendo mais 333 mil trabalhadores. O setor de transporte, armazenagem e correio também teve alta expressiva de 5%, incorporando 283 mil pessoas ao mercado de trabalho. Já o setor de alojamento e alimentação cresceu 3,9%, somando mais 214 mil trabalhadores. Em contrapartida, a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou uma retração de 2,4%, com a perda de 196 mil postos de trabalho.

As projeções para 2025 seguem otimistas, com economistas apontando para a continuidade da geração de empregos formais e aumento na massa salarial. No entanto, desafios permanecem, como a necessidade de ampliar a formalização e reduzir as desigualdades regionais no acesso ao mercado de trabalho.

A próxima divulgação da Pnad Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado em janeiro de 2025, está prevista para 27 de fevereiro.

Fonte: Brasil 247

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