domingo, 19 de janeiro de 2025

Dobrar horas de trabalho, comer lixo e morar em carros: a vida de brasileiros nos EUA

 

Vídeo compartilhado por Renata Myrelli em sua conta no TikTok onde a brasileira coleta comida em latas de lixo nos EUA – Foto: Reprodução

Imigrantes brasileiros nos Estados Unidos têm recorrido a alternativas extremas para economizar dinheiro com alimentação e moradia. Renata Myrelli, moradora de Massachusetts, grava vídeos em que pratica o chamado “dumpster diving” — busca de alimentos descartados em lixeiras de supermercados. Com informações do Uol.

Ela compartilha achados como queijos, carnes e frutas que, mesmo vencidos, considera “reaproveitáveis”. Em um vídeo, a mulher mostrou alimentos resgatados que valiam mais de US$ 300, afirmando que “muita coisa boa é descartada sem necessidade”.

Enquanto isso, na Califórnia, Fernando Lopes vive há quase dois anos em seu carro, tentando economizar para se manter no país. Entregador de delivery, ele conta que essa escolha reduz gastos e aumenta sua disciplina para trabalhar longas jornadas. “O aluguel de um quarto aqui custa em média US$ 800, e morar no carro ajuda a economizar e focar no trabalho”, explica em seu canal no YouTube.


Fernando relata que trabalha até 12 horas por dia para sustentar-se e tentar juntar dinheiro. Ele já chegou a trabalhar 108 horas em uma semana e afirma que a vida de imigrante exige esforços extremos. “Aqui, você precisa dobrar as horas de trabalho para começar a juntar uma grana”, disse em um vídeo publicado em janeiro, destacando as dificuldades de quem vive sem documentação permanente.

Renata, por sua vez, rebate críticas nos comentários de seus vídeos e recebe apoio de outros brasileiros. “Muita gente já faz isso no Brasil, mas aqui os produtos descartados são de qualidade e totalmente reaproveitáveis”, afirmou em uma gravação. Apesar das críticas, ela segue compartilhando sua rotina e encorajando outros a considerar o “dumpster diving” como alternativa para economizar.

Fernando também utiliza sua plataforma para alertar sobre as dificuldades da vida nos EUA. Em uma gravação, ele relatou que sua primeira experiência no país foi marcada por frustrações. “Achei que era um sonho americano, mas era uma cilada. Perdi tudo, fiquei sem dinheiro, com depressão e crise de pânico”, revelou, enfatizando a importância de planejamento antes de migrar.

Fonte: DCM

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