Na reunião será tomada a primeira decisão de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central
Gabriel Galípolo (Foto: Reuters/Adriano Machado)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra nesta quarta-feira (29) sua primeira reunião do ano, determinando o novo patamar da Selic, atualmente em 12,25% ao ano. A decisão, prevista para ser divulgada às 18h30, ocorre em um contexto de intenso debate sobre os impactos dos juros elevados na economia brasileira e a necessidade de reduzi-los para estimular o crescimento e a geração de empregos.
O encontro marca também a primeira decisão de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, cargo que assumiu no início de 2025. Em dezembro, o Copom sinalizou uma possível elevação de um ponto percentual na taxa, mas a manutenção de juros elevados tem sido criticada por setores produtivos, economistas e membros do governo, que defendem um ambiente monetário mais favorável ao desenvolvimento.
Nos últimos anos, a política de juros altos tem sido um entrave para a expansão da economia nacional, encarecendo o crédito para empresas e famílias, reduzindo investimentos e afetando o consumo. Embora o Banco Central justifique as altas da Selic como uma ferramenta para conter a inflação, há um crescente consenso de que a insistência nessa estratégia pode comprometer o crescimento da economia.
O Brasil encerrou 2024 com uma inflação de 4,83%, acima da meta de 3% estabelecida pelo governo, mas dentro do intervalo de tolerância. Ainda assim, o BC manteve sua postura rígida, o que resultou em um ciclo de aumentos sucessivos da Selic desde setembro do ano passado, interrompendo o movimento de cortes iniciado no primeiro semestre de 2024.
Para 2025, o boletim Focus projeta que a Selic pode atingir 15%, patamar considerado prejudicial para a atividade econômica. Especialistas alertam que uma política monetária restritiva limita o potencial de crescimento do Brasil. Além disso, o alto custo do crédito inibe o empreendedorismo e dificulta a expansão de pequenos negócios, essenciais para a geração de empregos e a dinamização da economia.
O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem a missão de equilibrar a necessidade de controle inflacionário com a urgência de criar um ambiente econômico mais propício ao desenvolvimento.
A expectativa é que o debate sobre a queda dos juros ganhe força nos próximos meses. A manutenção de uma Selic elevada pode se tornar um entrave cada vez mais evidente para o progresso econômico do Brasil, reforçando a necessidade de ajustes na condução da política monetária para impulsionar investimentos e garantir uma recuperação sustentável.
Fonte: Brasil 247
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