Ministro barrou ida do ex-presidente à posse de Donald Trump nos EUA por possuir indícios concretos da possibilidade de Bolsonaro tentar fugir do Brasil
Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | Antonio Augusto/Secom/TSE)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com duras críticas à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou nesta quinta-feira (16) o pedido de devolução de seu passaporte. A medida impede Bolsonaro de viajar aos Estados Unidos para participar da posse de Donald Trump. Em nota, Bolsonaro classificou a decisão como uma "grave decepção" e acusou o Judiciário de perseguição política por meio do chamado "lawfare" — termo usado para descrever o suposto uso da Justiça para fins políticos.
Na declaração, Bolsonaro afirmou que a decisão de Moraes "diminui a posição do Brasil no cenário global" e representa medo de sua popularidade para as eleições de 2026 - para as quais, o líder da extrema direita brasileira segue inelegível. Ele ainda acusou o governo Lula de instrumentalizar a Justiça para impedir sua participação política. Contudo, Moraes justificou a manutenção da medida cautelar destacando que o cenário que motivou a apreensão do passaporte permanece inalterado e que há indícios concretos de que Bolsonaro poderia tentar fugir do país para evitar responsabilização penal.
O ministro também questionou a autenticidade do convite apresentado por Bolsonaro para a cerimônia de posse de Trump. O documento, um e-mail sem identificação clara ou programação detalhada, não apresentou elementos que comprovassem sua oficialidade. Moraes ressaltou ainda que Bolsonaro já cogitou pedir asilo político no exterior após seu indiciamento, reforçando a necessidade de manter restrições a sua liberdade de deslocamento.
Bolsonaro tentou comparar sua situação à de Donald Trump, alegando enfrentar perseguição semelhante. No entanto, no Brasil, o ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, justificando as medidas preventivas adotadas para garantir a aplicação da lei.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário