‘A bolsonarista mentiu muito para comprometer a credibilidade do processo eleitoral’ e ‘plantou a semente do golpe’, aponta a presidente do PT
Gleisi Hoffmann e Carla Zambelli (Foto: Lula Marques | Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu, nesta quinta-feira (30), pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), por cinco votos a dois. Além de perder o cargo, a parlamentar foi declarada inelegível por oito anos, contados a partir das eleições de 2022. A decisão se baseou em abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o período eleitoral.
A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), celebrou a decisão e afirmou que a punição imposta à bolsonarista é “exemplar”. Em publicação nas redes sociais, Gleisi destacou que Zambelli “mentiu, e mentiu muito” para minar a confiança nas eleições brasileiras.
“A decisão do TRE-SP de cassar o mandato de Carla Zambelli por abuso de poder é exemplar. A bolsonarista mentiu, e mentiu muito, na mídia e nas redes sociais, para comprometer a credibilidade das urnas eletrônicas, das eleições e do processo eleitoral. Além de enganar os eleitores, plantou as sementes dos golpes contra a democracia e a posse de Lula. No Estado Democrático de Direito, que a turma de Bolsonaro tentou destruir, terá o direito de recorrer antes de perder o mandato. Mas não vai escapar de ser punida pelo que fez”, escreveu a petista.
A condenação de Zambelli foi resultado de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), movida pela deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). O processo teve como base publicações feitas por Zambelli durante as eleições de 2022, em que a deputada alegava, sem qualquer prova, que urnas eletrônicas na cidade de Itapeva (SP) teriam sido manipuladas. O relator do caso, desembargador Encinas Mafré, destacou que as declarações da bolsonarista configuraram “abuso da liberdade de expressão e ato de evidente má-fé”. O julgamento já havia sido suspenso em dezembro de 2023, após pedido de vistas da juíza Maria Cláudia Bedotti.
A decisão, no entanto, não tem efeito imediato. Zambelli poderá permanecer no cargo enquanto seus recursos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estiverem em análise. Caso a condenação seja mantida na instância superior, os votos recebidos pela deputada nas eleições de 2022 serão anulados.
Zambelli alega perseguição política - Após o resultado, Carla Zambelli se manifestou em suas redes sociais e criticou duramente a decisão do TRE-SP. Em sua nota, a deputada afirmou: "hoje, o TRE-SP entendeu por anular os votos de 946.244 cidadãos paulistas e cassar meu mandato de deputada federal. Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo e meus eleitores até o encerramento dos recursos cabíveis. Fica claro que a perseguição política em nosso país, contra os conservadores, é visível como o Sol do meio-dia".
A deputada já havia sido alvo de investigações e processos ao longo de seu mandato, especialmente por sua participação em atos antidemocráticos e na disseminação de notícias falsas. Além das acusações que levaram à sua cassação, Zambelli também responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação ao crime e outros delitos.
O caso agora segue para o TSE, onde a defesa de Zambelli tentará reverter a decisão do TRE-SP. Se a sentença for mantida, a deputada ficará inelegível até 2030.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário