Escândalo abala estrutura do partido e afeta negociações para as próximas eleições
Marcos Moura, Davi Alcolumbre, Antônio Rueda e ACM Neto (Foto: Divulgação)
O caso do empresário baiano Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo” e com cargo de confiança no União Brasil, ganhou um novo desdobramento ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada pela colunista Roseann Kennedy, do Estado de S. Paulo, e evidencia o potencial explosivo da investigação, que pode comprometer nomes importantes da legenda e influenciar diretamente os rumos das eleições de 2026.
Moura é suspeito de liderar um esquema de desvio de emendas parlamentares em contratos com prefeituras de estados como Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. A denúncia chegou ao STF devido à menção ao deputado federal Elmar Nascimento (BA), que detém foro privilegiado. Elmar e o presidente do partido, Antonio de Rueda, foram procurados pela reportagem, mas não responderam.
O caso é um verdadeiro pesadelo para o União Brasil, que tem três ministérios no governo Lula e trabalha na construção de uma candidatura presidencial em 2026, possivelmente com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O temor entre os líderes da sigla é que as investigações da Polícia Federal desdobrem-se para outros parlamentares e figuras do partido, enfraquecendo a legenda em negociações estratégicas para a corrida presidencial.
Segundo fontes políticas, há preocupações com a capacidade do partido de manter sua força no cenário nacional. "Se as investigações confirmarem o envolvimento de outros nomes importantes, será impossível sustentar a base do partido", comentou um analista ouvido pela reportagem.
● O papel de ACM Neto e os reflexos no Senado
Marcos Moura foi indicado para o cargo no União Brasil pelo vice-presidente do partido, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador. Apesar disso, ACM Neto não é investigado no caso. O envolvimento do empresário e sua proximidade com figuras-chave da sigla expõem uma fragilidade interna que pode impactar futuras articulações políticas.
Outro ponto de tensão diz respeito ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e provável sucessor de Rodrigo Pacheco (PSD) na presidência da Casa. Com a possibilidade de assumir o comando do Senado, Alcolumbre poderia protagonizar um embate direto com o STF, especialmente em pautas relacionadas a eventuais “abusos de poder” do Judiciário, o que tornaria o cenário ainda mais conturbado.
Procurado, Alcolumbre também não respondeu à reportagem. Parlamentares ressaltam que o desfecho do caso será um termômetro para medir a resiliência do União Brasil em um momento crítico.
● Impactos nas eleições de 2026
Com investigações avançando e o caso ganhando destaque no STF, a liderança do União Brasil enfrenta um dilema. Além de possíveis impactos nas candidaturas, o escândalo pode comprometer a credibilidade da sigla e limitar seu poder de barganha em alianças políticas.
O caso do “rei do lixo” evidencia não apenas as fragilidades internas de um dos maiores partidos brasileiros, mas também a crescente influência do Judiciário nos rumos políticos do país. Enquanto isso, a oposição e outros partidos observam o desenrolar do escândalo com atenção, cientes de que os desdobramentos podem reconfigurar o tabuleiro político nacional.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo
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