Quatro pessoas foram presas por comercializar carnes estragadas.
Pedaços de carne em açougue no Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Moraes / Reuters)
A Operação Carne Fraca revelou um esquema envolvendo a revenda de carnes impróprias para consumo no Rio de Janeiro. A investigação aponta que a empresa Tem Di Tudo Salvados, localizada em Três Rios (RJ), adquiriu carnes que ficaram submersas durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. As fortes chuvas deixaram mais de 200 mortos e diversos desaparecidos. Segundo o portal G1, a empresa comprou as carnes sob a justificativa de que seriam transformadas em ração animal.
No entanto, de acordo com as investigações, os produtos – que incluíam carnes bovina, suína e de aves – foram maquiados para ocultar os danos e revendidos para açougues e mercados em várias regiões do país. Detalhes sobre como as carnes foram adulteradas não foram revelados. Na quarta-feira (22), quatro pessoas foram presas em decorrência do esquema criminoso.
◎ Como identificar carne estragada
Diante de fraudes como essa, é essencial que os consumidores saibam identificar se uma carne está imprópria para consumo. Henrique Pedro Dias, diretor de Política Profissional do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), explica que a coloração e o cheiro são os principais indicadores.
"A forma mais simples de saber se uma carne está estragada é se atentar à sua coloração. Se ela tiver muito escura ou esverdeada, é um sinal de que não está própria para a alimentação", diz Dias. Além disso, "o cheiro forte sinaliza o processo de putrefação".
Nos casos de carnes embutidas, o especialista alerta para a dificuldade de identificar irregularidades, já que os ingredientes podem mascarar a deterioração. Ele orienta os consumidores a verificarem o registro do produto no Ministério da Agricultura e Pecuária, garantido pelo selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
"O consumidor precisa desconfiar de preço barato, de pessoas que não sigam as normas tanto sanitárias, comerciais e emissão de nota fiscal", reforça Dias.
◎ Como conservar a carne em casa
Além de saber identificar problemas, o cuidado com o armazenamento da carne em casa é fundamental. A nutricionista Neiva Souza, doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), recomenda o congelamento de acordo com a temperatura do freezer:
- 0°C a -5°C: até 10 dias
- -6°C a -10°C: até 20 dias
- -11°C a -18°C: até 30 dias
- Abaixo de -18°C: até 90 dias
Carne cozida, por sua vez, deve ser resfriada imediatamente após o preparo, atingindo de 60°C a 10°C em até 2 horas. Esse resfriamento pode ser feito na geladeira antes do congelamento.
Na hora de descongelar, os métodos mais seguros incluem micro-ondas, temperaturas abaixo de 5°C ou o uso de fornos de convecção, que permitem aquecimento uniforme.
Regras para frigoríficos e cuidados com contaminações
As normas para o manuseio e transporte de carnes são rigorosas no Brasil. A Portaria nº 304/1996, do Ministério da Agricultura, exige que as carnes sejam entregues pelos frigoríficos com temperaturas de até 7°C, dependendo do tipo de produto. Já o Decreto nº 9.013/2017 proíbe o retorno de produtos retirados de câmaras frias que tenham sido expostos a temperaturas ambiente.
Além disso, carnes com sinais de putrefação, coloração anormal ou odores fortes – como os considerados medicamentosos, urinários ou excrementícios – devem ser imediatamente condenadas.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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