O policial civil de São Paulo, Arcenio Scribone Junior, e a jornalista Natuza Nery, da GloboNews.
Foto: reprodução
O policial civil Arcenio Scribone Junior, suspeito de ameaçar a jornalista Natuza Nery, da GloboNews, na última segunda-feira (30/12), é um bolsonarista radical. Ele já defendeu um golpe de Estado, questionou a legitimidade das urnas e atacou o resultado das eleições de 2022.
Após a repercussão das ameaças, a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação, e o policial apagou seus perfis nas redes sociais. No entanto, internautas resgataram postagens que mostram seu apoio a movimentos antidemocráticos e a defesa de uma ruptura institucional.
Em dezembro de 2022, Arcenio usou o X (antigo Twitter) para elogiar uma manifestação em apoio a um golpe de Estado. “Nessas horas tenho orgulho de ser brasileiro. Nosso povo está vivo”, escreveu ele, junto a uma foto de um ato golpista.
A imagem sugere que ele esteve em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, defendendo intervenção militar. Cartazes na foto continham mensagens como “Resistência” e “Brazil was stolen (Brasil foi roubado)”.
No mesmo período, o policial compartilhou uma fake news alegando que Jair Bolsonaro (PL) teria recebido mais de 73% dos votos nas eleições, vencendo Lula (PT). “Esta é a realidade que a mídia tentou esconder dos brasileiros”, afirmou.
Em novembro de 2024, em uma publicação na rede Threads, o simpatizante do ex-capitão respondeu a uma pergunta sobre onde estaria se fizesse “tudo que tem vontade”, dizendo que estaria “preso ou morto”.
Ameaça a Natuza Nery
O incidente com a jornalista Natuza Nery ocorreu na quarta-feira (1º), em um supermercado de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Ao vê-la, o policial começou a proferir ameaças, afirmando que “pessoas como ela merecem ser aniquiladas”. Arcenio repetiu xingamentos enquanto Natuza estava no caixa.
Uma pessoa que o acompanhava tentou contê-lo, mas ele ignorou. O policial também ecoou falas de Jair Bolsonaro (PL), dizendo que a Globo e Natuza eram “responsáveis” pela situação do país.
Após a ameaça, Natuza acionou a Polícia Militar (PM) pelo telefone 190. Tanto ela quanto o policial foram conduzidos ao 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros, onde a ocorrência foi registrada. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Civil assumiu as investigações, iniciando diligências no local para buscar imagens e identificar possíveis testemunhas.
Fonte: DCM
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