Cidadão segura cartão do “Bolsa Família”; benefício reduziu os casos de tuberculose em 60%
e a mortalidade pela doença em 70% entre 2004 e 2015 – Foto: Reprodução
De acordo com um estudo publicado na revista Nature Medicine, o Bolsa Família reduziu os casos de tuberculose em 60% e a mortalidade pela doença em 70% entre 2004 e 2015.
A pesquisa destacou que o impacto foi ainda maior entre grupos vulneráveis, como indígenas e pessoas vivendo em extrema pobreza. “Esses resultados reforçam o papel do programa na saúde da população mais carente”, explicou Priscila Pinto, pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA.
A análise, conduzida por instituições brasileiras e internacionais, utilizou dados do CadÚnico, que abrange mais de 54 milhões de pessoas de baixa renda. Os pesquisadores compararam beneficiários do Bolsa Família com não beneficiários, observando uma redução significativa na taxa de infecção: 49,4 novos casos por 100 mil habitantes no grupo atendido pelo programa, contra 81,4 nos demais.
Além da redução nos casos, o estudo apontou queda na taxa de mortalidade por tuberculose entre os beneficiários, de 2,08 por 100 mil habitantes, contra 4,68 no grupo que não recebia o benefício. Os dados foram ajustados para fatores como idade, sexo e escolaridade, demonstrando o impacto do programa em populações mais vulneráveis.
Davide Rasella, coordenador da pesquisa, destacou que a tuberculose é fortemente influenciada por determinantes sociais. “A pobreza agrava a incidência de doenças como tuberculose, diabetes e HIV/Aids. O impacto do Bolsa Família nesses casos é comparável ao de uma vacinação”, afirmou.
Os efeitos foram mais expressivos em pessoas vivendo na extrema pobreza, onde o benefício demonstrou impacto até dez vezes maior. Entre indígenas, que enfrentam barreiras adicionais como estigma e acesso limitado aos serviços de saúde, o programa reduziu em 63% os casos de tuberculose e em 65% a mortalidade.
Dados recentes de 2023 apontam 80.012 novos casos de tuberculose no Brasil, o equivalente a 37 casos por 100 mil habitantes. Apesar da recuperação após a pandemia, os números ainda mostram desafios, especialmente entre grupos desfavorecidos. “É essencial fortalecer o Bolsa Família para ampliar seus efeitos em populações mais remotas e marginalizadas”, acrescentou Pinto.
Fonte: DCM
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