Cofundador da Microsoft pede que governos adotem medidas "para garantir que os super-ricos não influenciem suas eleições"
Bill Gates é afastado da Microsoft (Foto: Denis Balibouse/Reuters)
O bilionário e filantropo Bill Gates, cofundador da Microsoft, criticou duramente o nazista Elon Musk por seu apoio ao partido de extrema direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD). Em entrevista ao jornal britânico The Sunday Times, segundo o jornal O Globo, Gates classificou o gesto como "loucura" e pediu que governos adotem medidas "para garantir que os super-ricos não influenciem suas eleições".
A declaração de Gates reacende o debate sobre o papel de bilionários na política global e suas consequências. "Ele quer promover a direita, mas diz que Nigel Farage não é de direita o suficiente. É uma loucura, ele é a favor do AfD", disse Gates, referindo-se ao magnata que também já expressou apoio a movimentos populistas nos Estados Unidos. Para Gates, a postura de Musk representa "uma agitação populista" que desestabiliza democracias.
O bilionário Elon Musk intensificou sua aproximação com partidos de extrema direita na Europa, declarando apoio à AfD durante um comício no Halle Messe, na Alemanha, no último sábado. Por videoconferência, Musk exaltou o partido e encorajou seus apoiadores a lutarem por "mais autodeterminação para a Alemanha e menos Bruxelas", em uma crítica direta à União Europeia.
"É bom ter orgulho de ser alemão. Lutem por um futuro brilhante para a Alemanha", afirmou Musk a uma plateia de cerca de 4,5 mil pessoas, segundo dados da AfD. Em seu discurso, o magnata destacou o papel histórico das tribos germânicas e acusou o governo atual de "reprimir agressivamente a liberdade de expressão".
O apoio de Musk ocorre em meio à ascensão da AfD nas pesquisas para as eleições gerais de fevereiro de 2025, com o partido atingindo 20% das intenções de voto, atrás apenas da aliança conservadora CDU/CSU, que lidera com 30%.
Interferência global - Além de seus comentários na Alemanha, Musk tem usado sua plataforma de mídia social X para amplificar discursos de extrema direita em outros países europeus, como França e Itália. A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, de orientação semelhante, é uma das poucas lideranças europeias que acolheu positivamente o bilionário.
No entanto, Musk não poupou críticas ao chanceler alemão Olaf Scholz, a quem chamou de "imbecil incompetente", e ao presidente Frank-Walter Steinmeier, classificado por ele como "tirano". Essas declarações geraram reações negativas de líderes europeus, que veem as falas de Musk como uma interferência desnecessária e perigosa nos assuntos internos do continente.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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