sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Anielle Franco aciona Conselho de Ética do PT contra Washington Quaquá por defesa dos irmãos Brazão

Ministra questiona postura do vice-presidente do partido, que defendeu inocência de réus no caso dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes

Anielle Franco (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, protocolou um ofício no Conselho de Ética do PT contra Washington Quaquá, vice-presidente da sigla e prefeito de Maricá (RJ). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a denúncia, registrada na quarta-feira (15) de janeiro, acusa Quaquá de adotar uma postura "antiética" e "não condizente com os princípios do partido". O motivo da ação é a publicação, no dia 9 de janeiro, de uma foto do dirigente ao lado da família Brazão, réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente serem os mandantes do assassinato de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.

O ofício descreve a postura de Quaquá como uma tentativa de "descredibilizar de forma irresponsável e leviana" a luta por justiça das famílias das vítimas e, por conseguinte, o próprio governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em janeiro de 2023, ao assumir o Ministério da Justiça, Flávio Dino destacou a resolução do caso como uma "questão de honra", o que levou à federalização da investigação. A conclusão do inquérito, em março de 2024, foi contestada por Quaquá, que segue defendendo a inocência dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.

Na imagem divulgada por Quaquá, ele aparece acompanhado de membros da família Brazão, com quem manifestou apoio à inocência dos réus. Após a publicação, Anielle Franco reagiu, chamando a atitude do prefeito de "repugnante", embora não tenha mencionado o nome de Quaquá diretamente. O prefeito, por sua vez, em entrevista ao Estadão em 11 de janeiro, insistiu em questionar o processo judicial, sugerindo que "juristas sérios" revisassem o caso. Sem apresentar provas, o dirigente associou o caso a uma possível ligação com a família Bolsonaro.

A investigação da Polícia Federal, por sua vez, descartou qualquer envolvimento da família Bolsonaro no assassinato. O inquérito indicou que o crime estava relacionado a disputas por terras de interesse de milicianos com conexões com os Brazão.

A situação gerou divisões internas no PT. Enquanto alguns membros defendem a expulsão de Quaquá do partido, outros consideram que um afastamento de sua vice-presidência seria uma medida suficiente. O Conselho de Ética do PT, no entanto, costuma enfrentar um trâmite demorado e a decisão final dependerá do aval da executiva nacional, que passará por renovação em julho deste ano.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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