segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Aloysio Nunes: uso indevido de algemas viola acordo entre Brasil e EUA

De acordo com o ex-chanceler, não houve "razões sérias de segurança" que justificassem a maneira como os brasileiros foram deportados

Aloysio Nunes (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (sem partido-SP) afirmou nesta segunda-feira (27) que o acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos, em 2017, proíbe o uso "indiscriminado" de algemas e correntes em brasileiros deportados. O ex-chanceler comentou sobre a deportação de 88 brasileiros, que, na última sexta-feira (24), chegaram algemados a Manaus (AM).

“O pacto 'proíbe o uso indiscriminado de algemas e correntes', ou seja, o uso que não se justifique por razões sérias de segurança. O acordo também preconiza o tratamento digno e respeitoso dessas pessoas, o que, visivelmente, foi violado neste voo que chegou a Manaus”, disse Nunes em entrevista ao UOL News. “O objetivo era abreviar o tempo deles encarcerados e submetidos a inquéritos, ainda com possibilidade de recursos, para que pudessem responder aqui no Brasil o que tivessem que responder.”

De acordo com o Pew Research Center, o número de brasileiros em situação irregular nos EUA aumentou 53%, ao passar de 150 mil em 2018 para 230 mil em 2022. Comandado por Mauro Vieira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que mais de 2 milhões de brasileiros vivem nos EUA, entre regulares e irregulares. Estima-se que o território estadunidense tenha entre 45 milhões e 50 milhões de imigrantes.

As deportações foram prometidas pelo então presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano). Segundo Aloysio Nunes, “o problema” do atual chefe da Casa Branca “não tem muito a ver com os imigrantes brasileiros, o discurso dele é mais voltado para os seus eleitores”. “A preocupação dele é com a China, a influência da China na América Latina e a relação com o Brasil no âmbito dos Brics [bloco que reúne países emergentes, incluindo Brasil e China]. É isso que preocupa ele.”

Fonte: Brasil 247 com UOL News

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