Auxiliares reconhecem que o presidente não tem a mesma disposição de mandatos anteriores, mas a falta de nomes viáveis o coloca como favorito para 2026
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Aliados tentam convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de concorrer à reeleição em 2026 após ele afirmar, durante reunião ministerial, que ainda não definiu se vai ser candidato. No encontro, Lula afirmou que chegar bem até lá “dependia de Deus” e que gostaria de ter saúde para definir seu sucessor, o que surpreendeu seus auxiliares. As informações são do jornal O Globo.
Ministros e outros profissionais que trabalham e lidam com Lula no dia a dia são categóricos ao afirmar que o presidente demonstra saúde para lidar com o árduo cotidiano da política, mesmo sem apresentar a mesma disposição dos mandatos anteriores . Além disso, aos 79 anos, ele adotou uma rigorosa rotina de cuidados pessoais, auxiliado pela primeira-dama, Janja da Silva.
Aliados reconhecem que Lula está menos acessível em comparação com as gestões anteriores e demonstra impaciência em reuniões. O presidente não realiza mais encontros com ministros nos finais de semana e dedica um tempo menor para reuniões com parlamentares.
Durante o início do governo, Lula passou a realizar reuniões no final da tarde no Palácio da Alvorada, mas após o acidente doméstico que o levou a fazer uma cirurgia de emergência para conter uma hemorragia intracraniana, esses encontros diminuíram. A agenda presidencial tem sido mais flexível e, muitas vezes, modificada de última hora para evitar uma rotina extenuante. Assuntos mais pesados são tratados logo no início do expediente, quando Lula se sente mais disposto.
A cirurgia de emergência de dezembro de 2024, realizada após um mal-estar no Palácio do Planalto, ainda é um episódio que o presidente recorda com frequência. Em conversa com ministros, Lula falou sobre o susto que passou ao ser operado às pressas em São Paulo, após constatar uma hemorragia na cabeça. O médico Roberto Kalil, um dos responsáveis pelo tratamento do presidente, chegou a afirmar que o petista "corria o risco de acontecer o pior". Após a alta hospitalar, Lula foi liberado pelos médicos para exercer suas atividades presidenciais, mas tem expressado dúvidas sobre sua saúde a longo prazo, especialmente para encarar uma campanha em 2026.
“Tenho certeza que o presidente Lula chegará com saúde e apetite em 2026 para defender o nosso governo. A melhor forma de fazê-lo é ser candidato à reeleição”, comentou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Em conversas internas, o petista tem mostrado preocupação com o desgaste que uma candidatura antecipada poderia gerar, especialmente diante da adversidade que ele acredita ter sido a postura de Joe Biden, ex-presidente dos EUA, ao postergar o afastamento e a indicação de Kamala Harris como sucessora. “Não vejo saída fora da candidatura do presidente Lula. Tenho absoluta convicção de que, com a vitalidade e disposição que ele exibe hoje, será nosso candidato”, reforçou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Embora no governo haja uma avaliação cautelosa sobre a reeleição de Lula, interlocutores do petista reconhecem que ele carrega uma força política considerável. O "lulismo", como movimento político, permanece muito maior do que o PT, e seria um risco para o partido lançar outro nome. A falta de sucessores populares no campo da esquerda também reforça a ideia de que a candidatura de Lula é fundamental para garantir a viabilidade do partido em 2026.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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