sábado, 14 de dezembro de 2024

'Não há reação de militares contra prisão de Braga Netto porque ele é visto na caserna como traidor', diz jornalista

"Há muitas provas contra ele, inclusive de que agiu com deslealdade em relação aos próprios colegas de farda", frisa Bernando Mello Franco

General Braga Netto (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O comentarista da CBN, Bernardo Mello Franco, classificou o general Braga Netto como o "02" da tentativa de golpe e afirmou que "não há mais dúvidas" sobre sua atuação na trama golpista. Ele destaca ainda que a ausência de uma "reação exaltada" dos militares à prisão de Braga Netto se deve ao fato de o general ser visto como um traidor.

"Todo mundo tem direito à ampla defesa, a apresentar sua versão dos fatos. Ocorre que, no caso de Braga Netto, já existem muitos elementos, muitos fatos, muitas provas reunidas, que hoje foram colocadas em público, fora do segredo de Justiça. Esses fatos mostram de forma muito clara que ele teve uma atuação direta nesse complô golpista. Não há mais dúvidas de que Braga Netto estava no centro dessa trama contra a democracia brasileira. É claro que a defesa dele vai querer questionar alguns pontos, e ele tem o direito de negar tudo, como vem fazendo até agora, mas os fatos são incontornáveis. Há muitas provas contra ele, inclusive de que agiu com deslealdade em relação aos próprios colegas de farda. Isso explica por que não há uma reação exaltada dos militares contra a prisão: ele é visto hoje na caserna como um traidor", afirmou o comentarista.

Mello Franco também ressaltou que Braga Netto, como vice na chapa de Bolsonaro, estava operacionalizando as ações, inclusive conspirando contra militares que se recusaram a participar dessa aventura autoritária.

"Agora, foi preso o '02'. Todo mundo deve estar se perguntando: quando virá a prisão do '01'? Isso também pode abrir um novo caminho para ficarmos atentos, a partir daquilo que for apreendido com Braga Netto ou do que ele eventualmente disser à Justiça agora que está preso. Isso pode, de fato, abrir caminho para a condenação e a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro", destacou.

Para o jornalista, é evidente que "esse golpe tinha um chefe", e a investigação da Polícia Federal demonstra que havia uma cadeia de comando.

"Braga Netto estava no topo, mas acima dele estava o ex-presidente Jair Bolsonaro, que apostou nessa trama, no fim das contas, para tentar se manter no poder, mesmo depois de ser derrotado nas urnas, como foi", frisou.

Mello Franco também chamou atenção para o fato de que a prisão foi conduzida "sem espetacularização":

"Há diferenças no padrão dessa operação em relação, por exemplo, ao que vimos na Lava Jato. Até agora, não saiu nenhuma imagem de Braga Netto preso, não houve uma equipe de TV convocada para filmar a prisão, não houve qualquer tipo de humilhação ou situação vexatória. A lei está sendo aplicada de forma séria, sem espetacularização. Isso já representa um certo avanço em relação ao que vimos nos últimos anos no Brasil."

Fonte: Brasil 247

Moraes atribui a Braga Netto “crimes gravíssimos” e vê nele “extrema periculosidade”

Decisão de Moraes destacou a “altíssima periculosidade” do General Braga Netto. Fotomontagem

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a prisão do general Braga Netto com base em provas apresentadas pela Polícia Federal (PF), que apontaram a prática de “crimes gravíssimos” pelo general. A decisão também destacou a “extrema periculosidade” de Braga Netto e dos demais envolvidos na tentativa de golpe de 2022.

A ordem de prisão foi expedida por Moraes na última terça-feira (10/12), mas a captura ocorreu neste sábado (14/12), após o retorno do general de uma viagem a Alagoas com sua família.

Na decisão, Moraes afirmou que as investigações apontam os suspeitos como integrantes de uma organização criminosa com planos de realizar atos violentos. Esses atos incluiriam o monitoramento de alvos, planejamento de sequestros e, possivelmente, assassinatos do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o próprio Moraes, e da chapa eleita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). O objetivo final seria manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, mesmo após sua derrota nas urnas.

Além disso, Moraes destacou que o golpe não se concretizou devido a fatores externos ao controle dos envolvidos. Ele também apontou que Braga Netto agiu para obstruir as investigações, recorrendo a práticas ilícitas para acessar dados de colaborações premiadas.

De acordo com informações fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em sua delação premiada, Braga Netto teria financiado diretamente as ações ilegais, entregando dinheiro em uma sacola de vinho. Esse fato reforça sua participação nos atos criminosos.

A PF também indiciou o general por seu envolvimento em dois grupos ligados à tentativa de golpe: o Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas. Nessa estrutura, Braga Netto teria escolhido alvos para ataques pessoais contra militares contrários ao golpe e influenciado outros setores a apoiar o movimento.

Confira a decisão na íntegra:


Fonte: DCM

VÍDEO – Marçal chega de helicóptero, mostra bastidores do SBT e zomba: “Primeiro dia de CLT”


Pablo Marçal: empresário anuncia programa no SBT. Foto: reprodução

O empresário bolsonarista e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, compartilhou neste sábado (14) registros dos bastidores de sua estreia no SBT. Em vídeos publicados nas redes sociais, ele exibiu momentos de seu primeiro dia na emissora.

Nas imagens, Marçal aparece chegando de helicóptero e interagindo com fãs mirins. “Meu primeiro dia de trabalho no SBT. Olha a galerinha da novela aqui”, comenta o coach no vídeo. Na legenda, destacou que este foi seu “primeiro dia de CLT” na emissora.

O vídeo termina com Marçal sendo aplaudido em um auditório e questionando os seguidores: “Qual o nome do meu programa no SBT?”.

Segundo informações do F5, Marçal está concorrendo à vaga de apresentador do programa antes comandado por Cristina Rocha. Ele é o favorito por contar com o patrocínio de dois apoiadores, incluindo a Havan, de Luciano Hang, e pelo apoio de Mauro Lissoni, novo diretor de Programação e Artístico do SBT, que assumiu o cargo em outubro.

A proposta de Lissoni é relançar o Casos de Família no horário das 16h. Com isso, o programa de Marçal entregaria a audiência para José Luiz Datena, que comanda o Tá na Hora desde a última segunda-feira (9).

O curioso é que Marçal e Datena protagonizaram um embate acalorado na última eleição, quando Datena chegou a dar uma cadeirada no coach durante um debate na TV Cultura. Apesar disso, os dois mantêm atualmente uma relação respeitosa.

Caso aprovado, Marçal deve assinar contrato com o SBT ainda este ano. A previsão é que o novo Casos de Família estreie em março, após o Carnaval.

STF mantém prisão de Braga Netto após audiência de custódia


O general Walter Souza Braga Netto, preso neste sábado (12) sob a acusação de obstrução de Justiça. Foto: reprodução

A prisão preventiva do general da reserva Walter Souza Braga Netto foi mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado (14), após audiência de custódia realizada de forma remota por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Com essa decisão, Braga Netto continuará detido na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Prisões preventivas não possuem prazo determinado para encerramento.

Detido pela manhã em sua residência no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, Braga Netto participou da audiência de custódia ao longo da tarde. Segundo informações da TV Globo, a audiência não trouxe novidades.

Além disso, a audiência de custódia do ex-ministro de Bolsonaro durou apenas 13 minutos e transcorreu sem intercorrência, conforme o Valor Econômico. Braga Netto também não usava farda no momento da custódia.

Braga Netto tenta se cacifar para ser vice de Bolsonaro na chapa da reeleição - Jornal O Globo
Bolsonaro e Braga Netto: o general é acusado de tentar interferir nas informações do acordo de colaboração premiada firmado por Mauro Cid. Foto: reprodução
O militar é acusado de interferir no acordo de colaboração premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid. Ele também é um dos indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula (PT) como presidente eleito.

A PF solicitou a prisão preventiva argumentando que o bolsonarista atuou para dificultar as investigações e que sua liberdade representaria risco à ordem pública, com a possibilidade de novas ações ilícitas.

Em comunicado à imprensa, a defesa de Braga Netto afirmou que provará que o general não interferiu nas investigações da PF. No mês passado, após ser indiciado, o militar declarou que “nunca se tratou de golpe.”

Fonte; DCM com informações da TV Globo

Com mandato cassado, Zambelli reclama de julgamento na sexta (13): “Perseguição histórica”

 

Carla Zambelli; TRE-SP formou maioria para cassar o mandato da deputada federal neste sábado, 14 de dezembro de 2024 – Foto: Reprodução
A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL) criticou o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que formou maioria pela sua cassação e inelegibilidade. Em nota divulgada, Zambelli destacou a data do julgamento, que ocorreu em uma sexta-feira 13, número do PT nas urnas, relacionando-a a “uma perseguição histórica”.

“É interessante a coincidência desse julgamento ocorrer em uma plena sexta-feira 13, data conhecida pela perseguição aos cristãos templários”, afirmou. Zambelli também afirmou que o processo ainda não está encerrado, mencionando que um pedido de vistas suspendeu a decisão final: “Por enquanto, a maioria está formada no sentido da minha cassação. Mas isso ainda pode ser revertido com o pedido de vista que foi feito. Sigamos em frente, sempre com muita fé”.

A ação contra Zambelli foi movida pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL), acusando a parlamentar de propagar desinformação sobre o sistema eleitoral. O relator do caso, desembargador José Antonio Encinas Manfré, votou pela cassação e inelegibilidade, sendo acompanhado por outros três juízes.

Fonte: DCM

Braga Netto só poderá receber visitas autorizadas pelo STF

A exceção à ordem serve apenas para os advogados do general

Walter Braga Netto (Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados)

O general Walter Braga Netto, preso na manhã deste sábado (14), foi informado durante a sua audiência de custódia de que só poderá receber visitas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informa a jornalista Daniela Lima, do g1. A exceção à ordem serve apenas para os advogados de Braga Netto.

O militar foi preso por suspeita de obstrução de Justiça. Segundo as investigações, Braga Netto tentou obter informações sobre a delação de Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro. Mensagens interceptadas apontam que o ex-ministro usou um intermediário para tentar obter informações sobre a colaboração premiada junto ao pai de Cid, que também é general do Exército.

Além disso, a PF identificou provas de que Braga Netto viabilizou o financiamento de tentativa de golpe de Estado. Ele teria repassado dinheiro a militares para a execução de um plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e Alexandre de Moraes.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

“Prisão de Braga Netto é um sinal bastante promissor para a Democracia brasileira", diz Marco Aurélio Carvalho

Coordenador do grupo Prerrogativas exaltou a decisão deste sábado do Supremo Tribunal Federal

Marco Aurélio de Carvalho (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na chapa derrotada de 2022, foi considerada um marco para a justiça brasileira. Na manhã deste sábado (14), Braga Netto foi detido em sua residência no Rio de Janeiro, em uma operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além do mandado de prisão preventiva, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao militar.

O jurista Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, comentou a prisão em declarações ao Brasil 247. “Prisão não é exatamente algo que se deseje comemorar, menos ainda neste grupo, em boa parte formado por defensores de réus criminais e do direito de defesa. Inclusive, entre nós há os que são em princípio avessos a prisões de qualquer espécie, ou que costumam criticar com frequência o abuso dessa medida de ultima ratio”, afirmou.

No entanto, Carvalho ressaltou a excepcionalidade do caso: “Nesse caso específico, estão em jogo a conservação do sistema democrático e a manutenção das instituições constitucionais, sem as quais o arbítrio, a impostura, a violência, o autoritarismo e também as prisões ilegítimas viriam a prevalecer e a proliferar”.

◉ Um marco na aplicação da lei

Para o jurista, a prisão de Braga Netto representa um avanço histórico no enfrentamento ao autoritarismo no Brasil. “Um país como o nosso, que amargou os horrores da ditadura militar em passado recente, precisa valorizar que, afinal, a aplicação da lei alcance com eficácia personagens historicamente imunizados do enfrentamento de suas graves responsabilidades. Nesse sentido, a prisão de Braga Netto, hoje, é um sinal bastante promissor para a Democracia brasileira”.

Braga Netto é apontado como um dos articuladores centrais da tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a vitória eleitoral em 2022. De acordo com a Polícia Federal, o general foi preso sob a acusação de obstrução das investigações em andamento, o que teria motivado a necessidade da medida preventiva.

◉ Desdobramentos esperados

A prisão de Braga Netto aumenta a pressão sobre outros envolvidos na tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, amplamente considerado o líder do movimento. Para especialistas, o caso pode abrir caminho para novas detenções e responsabilizações. Enquanto isso, Braga Netto permanece detido no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, e as investigações seguem em andamento. O episódio marca mais um capítulo da luta contra o golpismo e a defesa da democracia no Brasil.

Fonte: Brasil 247

Cúpula militar avalia que Braga Netto 'abandonou a farda' em trama golpista

Militares da ativa afirmam que Braga Netto havia abandonado seu papel como militar para atuar como político

Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

Para membros da cúpula das Forças Armadas, o general Braga Netto, preso neste sábado (14) no âmbito do inquérito sobre a trama golpista, agiu mais como político do que como militar nos episódios investigados pela Polícia Federal (PF).

Militares da ativa ouvidos pelo colunista do G1, Valdo Cruz, afirmam que as evidências levantadas no inquérito indicam que Braga Netto havia abandonado seu papel como militar.

Tais militares lembram que durante o período investigado, o general estava baseado na sede do PL, partido ao qual se filiou para ser candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro.

Na sede do PL, a Polícia Federal encontrou, com um assessor de Braga Netto, um manuscrito denominado "Operação 142". O documento descrevia um plano cujo objetivo final seria impedir que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse o Palácio do Planalto.

Para integrantes da cúpula militar, Braga Netto adotou um perfil político a partir do momento em que concorreu como vice na chapa de Bolsonaro. Essa atuação teria continuado após a eleição, quando ele foi contratado como dirigente nacional do PL.

"Ele não é mais um militar, tornou-se um político. Braga Netto passou a atuar politicamente, comandando um partido", afirmou um militar, que reconheceu, no entanto, que a prisão do general é extremamente prejudicial para a imagem das Forças Armadas.

Militares ainda acreditam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve formalizar a denúncia.

Fonte: Brasil 247

Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico

Lula segue em cuidados semi-intensivos e continua lúcido e orientado, alimentando-se e caminhando

13.12.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminha no hospital Sirio Libanês, em São Paulo - SP (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Agência Brasil - Em boletim médico divulgado há pouco pelo Hospital Sírio Libanês, foi informado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará apenas exames de sangue, sem nova programação de exames de imagem.

De acordo com as informações, Lula segue em cuidados semi-intensivos e continua lúcido e orientado, alimentando-se e caminhando. A alta está prevista para a semana que vem.

Ontem (13), Lula teve retirado o dreno intracraniano que havia sido colocado na cirurgia da última terça-feira (10). O procedimento ocorreu “sem intercorrências”.

Na quinta-feira (12), pela manhã, Lula foi submetido a um procedimento endovascular (embolização da artéria meníngea média), procedimento que foi considerado bem-sucedido pelos médicos.

Hematoma

Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência na última de terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça, decorrente de uma queda que sofreu em outubro. Kalil garantiu que não houve novo sangramento, após a drenagem, e que o procedimento realizado nesta quinta-feira foi de caráter preventivo.

Fonte: Brasil 247

Braga Netto recebeu dinheiro do agro para plano de atentado contra Lula e Moraes

Acusação foi feita por Mauro Cid, em delação premiada

Mauro Cid, Augusto Heleno e Walter Braga Netto (Foto: Agência Senado | ABR)

Um depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal (PF), colhido no dia 21 de novembro de 2024, revelou que o general Braga Netto teria recebido dinheiro de empresários do agronegócio e repassado os valores ao major Rafael de Oliveira. De acordo com a investigação, o montante foi entregue em uma sacola de vinho durante um encontro ocorrido em dezembro de 2022, no Palácio do Planalto ou da Alvorada. A informação consta em um relatório que embasa a prisão do general e aponta seu envolvimento em um plano de atentado contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o relatório da PF, o plano, chamado "Copa 2022", foi elaborado por militares com o objetivo de sequestrar ou assassinar Moraes em 15 de dezembro daquele ano. “O dinheiro foi entregue pelo general Braga Netto ao major Rafael de Oliveira, que utilizou parte dos recursos para aquisição de um celular e quatro chips, itens essenciais ao desenvolvimento do plano”, detalha o documento. Além disso, mensagens trocadas entre os envolvidos mostram que havia uma estimativa de gastos de até R$ 100 mil para cobrir despesas com hospedagem, alimentação e materiais.

◉ O papel do agronegócio no financiamento

Mauro Cid afirmou que o general Braga Netto justificou a origem dos recursos, alegando que eles vieram de empresários do agronegócio. A PF, entretanto, ainda não concluiu se todo o valor previsto foi efetivamente levantado. “O dinheiro foi uma contribuição direta desses empresários, a pedido de Braga Netto, para viabilizar o plano”, apontou o relatório.

O general Braga Netto foi preso sob acusação de obstrução de Justiça. Cid declarou que o militar teria tentado obter informações detalhadas sobre sua delação premiada no final de 2023. A PF apreendeu, no mês passado, um documento com supostos detalhes da delação em posse do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor direto de Braga Netto. Peregrino também é alvo da operação deflagrada para investigar o plano e a origem dos recursos.

◉ Prisões e investigações em andamento

O major Rafael de Oliveira, identificado como um dos principais executores do plano, foi preso em novembro de 2024. Ele e outros militares já haviam elaborado um orçamento para a operação, que incluía os custos operacionais entre novembro e dezembro de 2022. A PF continua investigando a extensão do envolvimento de outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, também citado no relatório.

As revelações reforçam as suspeitas de que setores do agronegócio estavam profundamente ligados ao financiamento de operações ilegais contra instituições democráticas. A investigação segue em curso, com desdobramentos que podem atingir novos nomes de destaque no cenário político e empresarial brasileiro.

Fonte: Brasil 247

As declarações de Bolsonaro nas redes sociais após a prisão de Braga Netto

Enquanto internautas cobram posicionamento, Bolsonaro desconversa

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 (Foto: Reuters)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não comentar — nem para defender — a prisão do general Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa em sua gestão e candidato a vice-presidente em sua chapa presidencial.

O general foi preso hoje, acusado de obstrução de Justiça no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator do caso.

Bolsonaro publicou apenas duas mensagens em suas redes sociais ao longo do dia, ambas sem qualquer menção ao ocorrido. Na primeira, ele falou sobre as supostas ações de seu governo para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Na segunda, compartilhou um vídeo em que Gustavo Montezano, ex-presidente do BNDES, elogia a condução do banco durante o governo Bolsonaro, em parceria com o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nos comentários de suas publicações, internautas questionaram o silêncio de Bolsonaro sobre a prisão de seu ex-aliado, com mensagens como “tic-tac” — uma referência ao indiciamento do ex-presidente no mesmo inquérito que apura a tentativa de golpe para barrar a posse do presidente Lula.

Outras postagens faziam referência à possibilidade de Bolsonaro ser o próximo a ser preso, já que, assim como Braga Netto, o ex-presidente está entre os 40 nomes indiciados pela Polícia Federal por crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se apresentará denúncia contra os envolvidos.

Fonte: Brasil 247

Imprensa internacional repercute prisão de Braga Netto e destaca proximidade com Bolsonaro

O jornal The New York Times apresentou Braga Netto como um “aliado próximo” de Bolsonaro

Ministro Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A imprensa internacional repercutiu neste sábado (14) a prisão do general Walter Braga Netto e destacou a proximidade do militar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informa O Globo. As investigações apontam que Braga Netto foi, junto com Bolsonaro, um dos principais articuladores de uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.

O jornal The New York Times apresentou Braga Netto como um “aliado próximo” de Bolsonaro e que o general "serviu como chefe de gabinete do Sr. Bolsonaro e, mais tarde, como ministro da Defesa em sua administração".

O The Guardian vai no mesmo sentido, descrevendo Braga Netto como um aliado-chave de Bolsonaro e afirmando que ele era uma das pessoas mais próximas ao ex-presidente. O La Nación, da Argentina, destaca o fato de Braga Netto ter sido candidato a vice na chapa com Bolsonaro nas eleições de 2022. A agência de notícias Bloomberg afirma que a prisão ocorreu por conta do papel do general “em uma suposta conspiração para anular a eleição de 2022".

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Clã Bolsonaro permanece em silêncio sobre prisão de Braga Netto

O ex-presidente e seus filhos não se manifestaram sobre a prisão do aliado

Jair Bolsonaro desembarca no Aeroporto Internacional de Brasília 25/11/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Horas após a prisão do general Walter Braga Netto em uma operação da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece quase em silêncio. Até o momento, nem Bolsonaro nem seus filhos — o senador Flávio Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro — se manifestaram publicamente sobre a prisão de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

De acordo com levantamento realizado pelo Globo com base em publicações nas redes sociais até as 14h deste sábado (14), apenas vinte parlamentares do PL — 18 deputados e dois senadores — se pronunciaram em defesa do general, destacando a polarização do apoio dentro do próprio partido. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, embora tenha dado uma coletiva de imprensa em São Luís (MA) pela manhã, preferiu não comentar a prisão de Braga Netto, adotando uma postura mais comedida em relação ao tema, algo incomum para figuras próximas de Bolsonaro, que em outras ocasiões não hesitaram em se posicionar enfaticamente para defender aliados.

Entre os que se manifestaram, a narrativa predominante é a de que a Polícia Federal estaria agindo de forma persecutória contra os aliados de Bolsonaro. O próprio Braga Netto foi preso após ser indiciado no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, envolvendo a articulação para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

No Senado, apenas dois senadores do PL se pronunciaram sobre o caso. Jorge Seif (SC) sugeriu que a operação teria como objetivo desviar a atenção do estado de saúde do presidente Lula (PT), que passou por uma cirurgia no cérebro nesta semana. Já Marcos Rogério (RO) defendeu a inocência de Braga Netto, afirmando que o general não representava nenhum risco para as investigações em andamento.

Na Câmara dos Deputados, a reação de membros da bancada bolsonarista foi mais incisiva. A deputada Bia Kicis (DF) afirmou que o verdadeiro "golpe" seria contra a população, que, segundo ela, teria perdido a "liberdade de questionar o sistema". Em um tom mais pessoal, o deputado Bibo Nunes (RS) escreveu nas redes sociais que conversou diversas vezes com Braga Netto e que ele "jamais falou em golpe de Estado".

Outros parlamentares, como Gustavo Gayer (GO), foram mais enfáticos em tentar deslegitimar as acusações contra o general. Gayer classificou a prisão como motivada por "fofoca" e questionou o nível das investigações. "Estão prendendo um general de quatro estrelas, um cara honrado e honesto, por fofoca. Olha o nível que a gente chegou. Não sei porque tem tanta perseguição a supostos golpistas quando estamos vivendo um golpe. Prender um general de quatro estrelas deveria ocorrer apenas quando as provas são irrefutáveis, o que não aconteceu", disse Gayer.

O tom crítico também foi compartilhado por outros aliados, como o deputado Coronel Meira (PE), que afirmou que a prisão de Braga Netto ocorreu "supostamente por uma tentativa de golpe de Estado que nunca aconteceu". Na mesma linha, o deputado Delegado Caveira (PA) se posicionou afirmando que a direita está sendo "caçada" no país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Braga Netto entregou dinheiro em caixa de vinho no plano para matar Lula e outras autoridades

PF detalha participação do general em reunião golpista, coação de militares e financiamento de ações contra a democracia

Ministro Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A prisão preventiva do general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14), está fundamentada em um relatório da Polícia Federal (PF) que aponta sua atuação direta no plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo informações divulgadas pelo jornal Estado de S. Paulo, o ex-vice de Jair Bolsonaro teria entregue recursos em uma caixa de vinho para financiar o plano, que incluía ações criminosas e até assassinatos.

De acordo com o relatório da PF, Braga Netto desempenhou um papel central na articulação golpista. O ministro Alexandre de Moraes destacou que há "fortes indícios" de que ele teve uma participação “mais efetiva e de elevada importância do que se sabia anteriormente”. A prisão ocorreu no Rio de Janeiro e foi autorizada com base em evidências de sua ligação com os crimes.

◉ Financiamento em caixa de vinho

Um dos pontos mais graves das acusações é o relato de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou em delação premiada que Braga Netto entregou dinheiro para a logística do golpe em uma caixa de vinho. O valor teria sido repassado ao major Rafael Martins de Oliveira, preso na Operação Contragolpe, para financiar as despesas da operação golpista, que pretendia assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

“A PF afirma que Braga Netto teria fornecido recursos financeiros de forma direta e pessoal, ratificando sua atuação preponderante na execução dos atos criminosos”, detalha o relatório. Segundo Cid, os recursos vieram de apoiadores do agronegócio, embora a PF ainda investigue os responsáveis pela doação.

◉ Reuniões e planejamento do golpe

Outra acusação importante é que Braga Netto teria organizado uma reunião em sua casa no dia 12 de novembro de 2022, onde foram planejadas ações contra a posse de Lula. Dias antes, no Palácio da Alvorada, o general Mário Fernandes teria elaborado o planejamento operacional chamado “punhal verde e amarelo”, que previa ações violentas para impedir a posse.

Após a reunião, Mauro Cid discutiu detalhes logísticos com o major Rafael Martins, estimando a necessidade de R$ 100 mil para custear o plano. A PF aponta que Braga Netto estava diretamente envolvido na articulação dessas ações e na tentativa de formar uma base de apoio no Rio de Janeiro.

◉ Coação a militares e articulações golpistas

Braga Netto também é acusado de coagir militares para aderirem ao golpe. Entre os alvos estavam o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica. Ambos recusaram participar da empreitada. Apenas o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria apoiado os planos.

Em conversas com Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército, Braga Netto atacou Freire Gomes, a quem chamou de “cagão”, e sugeriu “oferecer a cabeça” do comandante aos golpistas.

◉ Documentos e tentativa de interferência

Além das ações diretas, Braga Netto é acusado de tentar interferir nas investigações. A PF encontrou em sua mesa documentos relacionados à delação de Mauro Cid, com perguntas e respostas que teriam sido obtidas de forma ilegal. A polícia também localizou um manuscrito que mencionava um plano para impedir que Lula subisse a rampa do Palácio do Planalto, com anotações que incluíam “anulação das eleições” e “substituição de todo o TSE”.

A prisão do general marca mais um capítulo na apuração sobre os atos antidemocráticos que ameaçaram o processo eleitoral de 2022 e a estabilidade institucional do país.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo

Defesa de Braga Netto diz que general não obstruiu investigações

General foi preso acusado de integrar plano golpista e tentar acessar dados de delação; advogados questionam falta de acesso completo ao inquérito

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022, afirmou neste sábado (14) que “não houve qualquer obstrução às investigações”. Braga Netto foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de participação em um suposto plano de golpe de Estado articulado após o resultado das eleições presidenciais vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os advogados Luis Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, responsáveis pela defesa do general, divulgaram nota ressaltando confiança no devido processo legal. “Teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, declararam.

Braga Netto também é investigado por supostamente tentar obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a prisão preventiva do general foi necessária para evitar interferências nas investigações.

Depoimentos obtidos no inquérito apontam que, em fevereiro de 2024, Mauro Cid afirmou que Braga Netto e outros intermediários procuraram seu pai, o general Mauro Lourena Cid, para obter dados sobre sua colaboração premiada. As tentativas de acesso a essas informações levantaram suspeitas de tentativa de interferência.

Defesa questiona transparência do processo

Os advogados de Braga Netto destacaram que ainda não tiveram pleno acesso aos autos do inquérito que fundamentou a prisão. “Registra-se que a Defesa se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida”, disseram na nota.

A defesa considera a prisão preventiva uma medida desproporcional e argumenta que o general nunca tentou obstruir ou atrapalhar as investigações. Apesar das declarações, o caso segue gerando grande repercussão, com autoridades e juristas dividindo opiniões sobre a condução do processo.

Com a prisão, a defesa deve intensificar os esforços para reverter a medida, pedindo maior transparência sobre as provas apresentadas pela PGR. Enquanto isso, o caso reforça os desdobramentos das investigações sobre tentativas de minar o resultado das eleições de 2022 e seus impactos na democracia brasileira.

Fonte: Brasil 247

Braga Neto fica em silêncio em audiência de custódia e prisão é mantida

Ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi preso neste sábado (14)

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

O juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), conduziu neste sábado (14) a audiência de custódia do general Walter Souza Braga Netto.

Na audiência, a prisão preventiva do general foi mantida. Segudo fontes, Braga Neto teria ficado em silêncio na audiência que durou pouco mais de uma hora.

Ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi preso neste sábado (14) em desdobramento do inquérito que apura uma trama golpista no final de 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a prisão, o general foi levado ao Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Braga Netto é acusado de atuar em um plano golpista e de tentar obstruir a Justiça, interferindo na coleta de provas durante o processo penal. A PF também apontou que as medidas judiciais visam impedir a continuidade de práticas ilícitas.

Fonte: Brasil 247

Veja quais foram as provas reunidas pela Polícia Federal para prender o general Braga Netto

De acordo com o relatório da Polícia Federal, há “diversos elementos de prova” contra Braga Netto

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

Agência Brasil – A audiência do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, no último dia 21 de novembro, trouxe novidades que foram fundamentais para o elenco de provas que levou o general Walter Braga Netto à prisão, neste sábado (14).

A tentativa de obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi caracterizada como ação de obstrução da Justiça, ao “impedir ou embaraçar as investigações em curso”, apontou o relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o relatório da Polícia Federal, há “diversos elementos de prova” contra Braga Netto, que teria atuado para impedir a total elucidação dos fatos e “com o objetivo de controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”.

◉ “Intensa troca”

Para chegar a essas provas, os policiais federais realizaram perícia no celular do general Mauro César Lourena Cid, pai do coronel que trabalhava com Jair Bolsonaro. Havia “intensa troca de mensagens” via aplicativo de mensagens, que foram apagadas e depois recuperadas pela PF. O tema principal era a respeito do desvio de joias por parte de Bolsonaro, em agosto de 2023.

A PF identificou que o nome de Braga Netto estava salvo na agenda do general Lourena Cid como “Walter BN”.

Outras conversas recuperadas ocorreram em 12 de setembro, quando o general Mário Fernandes disse ao coronel reformado Jorge Kormann que os pais de Mauro Cid ligaram para os generais Braga Netto e Augusto Heleno, ex-ministro na gestão Bolsonaro, informando que a divulgação do conteúdo da deleção por parte da imprensa era “tudo mentira”.

◉ Perguntas e respostas

A PF argumenta que Braga Netto tentou obter os dados do acordo por meio de familiares do coronel Cid, o que foi determinante para a prisão. Outra prova encontrada foi na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor direto do general Braga Netto.

Era uma folha com perguntas (supostamente feitas por Braga Netto) e respostas (que seriam de autoria de Mauro Cid).

Entre as perguntas: “O que foi delatado?”, com a seguinte resposta: “Nada. Eu não entrava nas reuniões. Só colocava o pessoal para dentro”. Há outras cinco questões pedindo mais informações sobre o que a PF dispunha.

O ex-ajudante de ordens disse, em depoimento à PF, que as respostas não foram escritas por ele.

“Talvez intermediários pudessem estar tentando chegar perto de mim, até pessoalmente, para tentar entender o que eu falei, querer questionar, mas como eu não podia falar, eu meio que desconversava e ia para outros caminhos, para não poder revelar o que foi falado”, disse Cid para o delegado da PF Fábio Shor.

◉ Conversa com o pai

O ministro Alexandre de Moraes argumentou na decisão pela prisão que, na oitiva, realizada na Polícia Federal, Mauro Cid havia confirmado que Braga Netto tentou obter os dados sigilosos com o pai, Lourena Cid. No depoimento para o delegado Fábio Shor, Mauro Cid disse que o contato ocorria por telefone, já que o pai mora no Rio de Janeiro, e Braga Netto estava em Brasília.

O general Cid, no último dia 6 de dezembro, também confirmou que foi procurado por Braga Netto.

◉ Operação "Punhal Verde e Amarelo"

A PF defendeu que, além das novas provas indicarem a atuação criminosa do general, o novo depoimento de Mauro Cid apontou que o candidato a vice-presidente, na chapa de Bolsonaro em 2022, financiou os recursos necessários para a organização e execução da operação “Punhal Verde e Amarelo” (plano golpista elaborado por militares para impedir a posse do presidente Lula).

◉ Dinheiro em sacola de vinho

“O general repassou diretamente ao então major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, apontou a PF, que constatou que o dinheiro foi utilizado para compra de celular (para a ação criminosa) e de chips para a comunicação entre os integrantes do grupo. Os pagamentos também foram realizados em espécie.

Ainda, de acordo com as investigações, Braga Netto foi um protagonista para o planejamento e financiamento de um golpe de Estado, o que incluía a detenção ilegal e possível execução do ministro Alexandre de Moraes (então presidente do Tribunal Superior Eleitoral), “com uso de técnicas militares e terroristas, além de possível assassinato dos candidatos eleitos nas eleições de 2022 (Lula e Alckmin)”.

◉ Papel de liderança

Segundo Moraes, os desdobramentos da investigação, a partir da operação “Contragolpe”, e os novos depoimentos de Mauro Cid “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”.

O ministro do STF argumenta na decisão que, pelas provas obtidas, a atuação do general está relacionada, “especialmente, com as ações operacionais ilícitas executadas pelos investigados integrantes de Forças Especiais”.

Moraes ainda recorda que, na casa de Braga Netto, reuniram-se os militares com formação em forças especiais do Exército, no dia 12 de novembro de 2022, para planejar as ações de monitoramento contra as autoridades.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Braga Netto.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil