segunda-feira, 28 de outubro de 2024

PL de Bolsonaro é o maior vencedor em grandes cidades, mas PT de Lula cresce em relação a 2020

PSDB, por sua vez, derreteu e teve seu pior resultado desde o ano 2000


O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alegenda que mais conquistou prefeituras entre os 103 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores. Ao todo, a sigla venceu em 16 cidades, incluindo quatro capitais: Maceió (AL), Rio Branco (AC), Cuiabá (MT) e Aracaju (SE).

É a primeira vez em sua história que o partido conquista o feito. Em 2020, o PL levou apenas duas prefeituras em municípios desse porte. Em 2012 e 2016, quando ainda se chamava Partido da República (PR), venceu em duas e em quatro grandes cidades, respectivamente.

A disparada do PL nas Eleições 2024 tem relação com a filiação de Bolsonaro ao partido. O ex-presidente passou a integrar a legenda em novembro de 2021, enquanto ainda exercia o cargo de presidente do Brasil.

Outro destaque neste ano é o PSD, de Gilberto Kassab, que saltou de 4 prefeitos eleitos em grandes cidades em 2012 para 15 em 2024. O partido também é o líder de prefeituras no país, com 887 cidades, e nas capitais, com cinco (ao lado do MDB).

◆ PT melhora, e PSDB derrete

O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viu seu desempenho melhorar nas Eleições 2024. A legenda venceu em seis cidades com mais de 200 mil eleitores, o que representa um avanço em relação a 2020, quando elegeu quatro prefeitos.

O partido também quebrou um jejum de oito anos sem ganhar em uma capital. A sigla elegeu Evandro Leitão, em Fortaleza (CE), na decisão mais apertada entre as 26 capitais do país. A diferença entre Leitão e André Fernandes (PL) foi de apenas 0,76 ponto percentual (p.p.).

Ainda assim, o partido segue com desempenho muito abaixo do que registrou entre os anos 2000 e 2012, período em que figurou na disputa pelo maior número de prefeitos eleitos em todo o país — em embates diretos com o PSDB e o MDB (antes PMDB).

O PT foi a legenda que mais conquistou prefeituras em grandes cidades nos anos 2000 e 2008. O movimento de queda do partido começou em 2016, quando elegeu apenas um nome — queda expressiva em relação aos 17 registrados na eleição anterior, de 2012.

É um movimento de derretimento que se vê hoje com o PSDB. A sigla — que governou o estado de São Paulo por quase 30 anos e travou importantes disputas com o PT pelo protagonismo nacional — viu seu número de vitórias em cidades com mais de 200 mil eleitores despencar de 17 para cinco em 2024.

Esse é o pior resultado do PSDB desde o ano 2000, quando elegeu 11 prefeitos em grandes cidades. Sempre disputando o topo, a sigla conquistou o maior número de prefeituras neste segmento nas eleições de 2004, 2012, 2016 e 2020.

Os resultados negativos do PSDB acompanham a perda de relevância do partido no cenário nacional. Já no primeiro turno das Eleições, a legenda despencou quase 70% em número de prefeitos em todo o país ao longo dos últimos 20 anos.

Uma mostra notável do problema foi o desempenho do PSDB em São Paulo. O candidato da legenda para a disputa na capital paulista, José Luiz Datena, obteve apenas 1,84% dos votos válidos no 1º turno, número menor do que o vereador mais votado da cidade.

O partido também não elegeu nenhum vereador na cidade. Foram lançadas 49 candidaturas para a Câmara Municipal.

◆ Maior distribuição no topo

Entre os anos 2000 e 2020, os resultados mostraram uma disparada de poucos partidos em relação aos outros. Em 2024, a disputa pelo topo foi um pouco mais equilibrada. Pela primeira vez na história, cinco legendas conquistaram mais de 10 prefeituras em cidades com mais de 200 mil eleitores.

Para efeito de comparação, em 2016 apenas duas siglas conseguiram o feito: PSDB, que venceu em 29 municípios, e MDB, em 14.

A mudança de cenário — percebida em escala um pouco menor em 2020 do que em 2024 — coincide com o avanço do Centrão, junto com a perda de capilaridade do PT e do próprio PSDB.

O dados também mostram que o MDB é a sigla que mais manteve um equilíbrio de bons resultados. Entre 2000 e 2024, o partido sempre esteve entre as quatro legendas com maior número de prefeitos eleitos em municípios com mais de 200 mil habitantes.

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Boulos ganha só em 3 zonas eleitorais de SP; veja mapa

O candidato Guilherme Boulos (PSOL): ele foi derrotado por Nunes no segundo turno. Foto: reprodução

No segundo turno das eleições municipais em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) obteve vitória em apenas três zonas eleitorais: Bela Vista, no centro, e Valo Velho e Piraporinha, na zona sul da cidade. Ricardo Nunes (MDB), por sua vez, consolidou sua reeleição ao vencer em 54 das 57 zonas eleitorais.

Comparado ao desempenho de 2020, Boulos teve uma retração, pois naquele ano venceu em oito zonas eleitorais, com seis delas na zona sul, incluindo Valo Velho e Piraporinha, além de duas na zona leste.

Nunes, ao contrário, expandiu sua presença em relação a 2020, quando atuava como vice de Bruno Covas (PSDB). Naquela ocasião, Covas venceu em 51 zonas eleitorais, número um pouco maior devido a uma reorganização das zonas.

No primeiro turno de 2024, o psolista liderava em vinte zonas eleitorais, enquanto o emedebista havia sido o mais votado em dezessete. Na fase final, Nunes consolidou sua vantagem em todas as regiões onde já estava à frente na primeira fase da eleição.

Confira:


Zonas eleitorais de SP: Boulos venceu em apenas três. Foto: reprodução

Fonte: DCM

Todos ex-ministros de Bolsonaro foram derrotados nesta eleição


O ex-presidente Jair Bolsonaro: os dois ex-ministros perderam as disputas para prefeituras de capitais. Foto: reprodução

Nas eleições municipais de 2024, os ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que disputaram prefeituras enfrentaram derrotas nas urnas, especialmente em capitais do Nordeste.

Em João Pessoa, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL), chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por uma ampla margem. Com mais de 98% das urnas apuradas, Queiroga somava 36% dos votos neste domingo (27), enquanto o atual prefeito, Cícero Lucena (PP), foi reeleito.

No Recife, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), também perdeu a eleição para prefeito, com João Campos (PSB) garantindo a vitória já no primeiro turno.

Outro importante aliado de Bolsonaro que saiu derrotado foi Alexandre Ramagem (PL), ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que concorreu à Prefeitura do Rio de Janeiro. Ramagem não avançou no primeiro turno, com o prefeito Eduardo Paes (PSD) sendo reeleito na capital carioca.

Marcelo Queiroga, Gilson Machado e Alexandre Ramagem, todos do PL.
Marcelo Queiroga, Gilson Machado e Alexandre Ramagem, todos do PL: eles buscaram prefeituras de capitais de João Pessoa, Recife e do Rio de Janeiro. Foto: reprodução

Já em São Paulo, Bolsonaro teve participação discreta na campanha de Ricardo Nunes (MDB), principalmente no primeiro turno.

Nunes, reeleito, destacou seu agradecimento ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), chamando-o de “líder maior”, e mencionou o ex-chefe do Executivo apenas para agradecer pela indicação de seu vice, o coronel Mello Araújo.

“Foi uma indicação preciosa do presidente Bolsonaro, tenho certeza que vamos trabalhar muito por São Paulo”, disse Nunes em discurso de vitória.

Fonte: DCM

Cármen Lúcia promete pesquisa sobre motivos de abstenção

As ausências subiram de 21,68% no primeiro turno para 29,26% no segundo

Ministra Cármen Lúcia, do STF (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Brasil de Fato - A Justiça Eleitoral fará uma pesquisa para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir o não comparecimento nas próximas eleições, em 2026, disse na noite de domingo (27) a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia. As ausências subiram de 21,68% no primeiro turno para 29,26% no segundo.

“Há um aumento de abstenção no segundo turno. Tivemos casos climáticos, outros problemas. Vamos verificar e ver o que podemos aperfeiçoar. Vamos ter que apurar em cada local e trabalhar com os dados”, afirmou Cármen Lúcia em entrevista coletiva para fazer o balanço do segundo turno das eleições municipais deste ano.

Segundo a ministra, o TSE fará uma pesquisa com os Tribunais Regionais Eleitorais para identificar os principais entraves ao comparecimento de eleitores em cada localidade. Ela prometeu apresentar um relatório antes da diplomação dos candidatos eleitos, em dezembro.

Tradicionalmente, a abstenção aumenta entre o primeiro e o segundo turno, principalmente por causa de eleitores descontentes com os dois candidatos. As eleições de 2024 registraram o segundo maior volume de ausências da história, só perdendo para 2020, no auge da pandemia de covid-19, quando 23,2% deixaram de votar no primeiro turno e 29,5% no segundo turno.

A ministra advertiu que o TSE precisará tratar localmente as variáveis que influenciam a abstenção. “Houve município em que teve 16% de abstenção e houve município com 30%”, justificou.

No Amazonas, afetado pela baixa dos rios que impacta o transporte, a abstenção, informou Cármen Lúcia, ficou menor que a média nacional. Única cidade a ter segundo turno no estado, a capital Manaus registrou 23,61% de abstenções no segundo turno, contra 19,94% no primeiro turno deste ano e 22,23% no segundo turno de 2020.

“No Amazonas, onde tínhamos uma preocupação em relação à estiagem, tivemos o menor índice de abstenção do que a gente tinha apurado [na média nacional]. Ali funcionou esse recado dado [pela Justiça Eleitoral] talvez porque a nossa preocupação fosse maior”, declarou.

Segundo Cármen Lúcia, o temporal que caiu nesta manhã em Porto Velho aumentou a abstenção, principalmente de eleitores idosos não obrigados a votar. A capital rondoniense registrou 30,63% de abstenções, contra 19,37% no primeiro turno deste ano. O número, no entanto, caiu em relação ao segundo turno de 2020, quando as ausências chegaram a 34,18%.

Fonte: Brasil 247 com informações do Brasil de Fato

"Centrão" governará para 74% dos brasileiros a partir de 2025

Saldo das urnas indica que 4.022 dos 5.569 municípios do País serão comandados pelo PSD, MDB, Progressistas, União Brasil, PL e Republicanos

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli | Fábio Pozzebom/Agência Brasil)


Marcos Mortari, InfoMoney - A partir de 1º de janeiro de 2025, três em cada quatro brasileiros serão governados por um prefeito de um partido do “centro”.

O saldo das urnas após o segundo turno das eleições municipais indica que o Poder Executivo de 4.022 dos 5.569 municípios do País será comandado por um representante de PSD, MDB, Progressistas (PP), União Brasil, PL ou Republicanos.

O desempenho das seis siglas ilustra o êxito do “centro” e da “direita” no pleito local e o tamanho que o “centrão” sai para o xadrez político nacional.

Para se ter uma ideia, as mesmas legendas somavam 2.652 prefeituras em 2012, 2.774 em 2016, e 3.255 em 2020. Considerando para o cálculo o União Brasil como a soma de Democratas e PSL (as siglas que se fundiram para a criação da legenda em 2021).

Conforme pontuam especialistas, eleições municipais não costumam dizer muito sobre a corrida presidencial subsequente, mas antecipam com alguma acurácia os pleitos seguintes para o Congresso Nacional.

Neste caso, o recado das urnas é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu sucessor em 2026 (que pode ser ele mesmo) provavelmente terá uma administração ainda mais dependente das forças do “centrão” para governar.

Dentro deste grupo heterogêneo, o PSD ganha destaque, com um salto de 35% no número de prefeituras das últimas eleições municipais para cá, atingindo a marca de 887, sendo 9 vencidas neste domingo (27) em segundo turno.

Uma parte do segredo da sigla de Gilberto Kassab ocorreu justamente na pré-eleição, com a atração de prefeitos e postulantes para disputar o pleito pela legenda, que vem se equilibrando entre alianças contraditórias: em nível nacional, integram o governo Lula. Já em São Paulo, fazem parte da base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ─ nome que ganhou musculatura para alçar voos mais altos.

O bom desempenho nessas eleições municipais fez com que o PSD superasse o tradicional MDB em capilaridade ─ feito que não ocorre há pelo menos 20 anos. De 2020 para cá, o MDB até cresceu ─ foi de 793 para 856 prefeituras (+8%) ─ mas não o suficiente para manter a hegemonia de outrora.

Na sequência aparece o Progressistas, legenda que hoje ocupa a presidência da Câmara dos Deputados, com Arthur Lira (PP-AL). A sigla foi de 690 prefeitos eleitos em 2020 para atuais 746 (+8%). Uma vantagem confortável em relação ao quarto colocado, o União Brasil, que ganhou apenas 24 municípios, passando a controlar 584, e que começa a ver a sombra do PL, que experimentou um salto de impressionantes 50%, para 516.

Fechando a lista do “centrão”, chama atenção a disparada do Republicanos (antigo PRB), que saiu de 80 prefeitos eleitos 12 anos atrás e agora chega a 433. O movimento é exatamente o oposto de siglas tradicionais como PT e PSDB. A primeira sigla até experimentou uma recuperação em 2024, mas ainda está longe do tamanho que tinha antes da Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Já a segunda vem derretendo desde 2016, saindo de 799 prefeituras para 272 agora. Ilustra o momento delicado dos tucanos a campanha desastrosa com o apresentador José Luiz Datena (PSDB) na tentativa de recuperar o controle de São Paulo (SP) após a morte de Bruno Covas.

Considerando as cidades de maior porte, o chamado “G-103” (grupo de municípios com mais de 200 mil habitantes), a hegemonia passou para o PL, que elegeu 16 prefeitos. Um claro sinal da força da legenda de Bolsonaro para as eleições para o Legislativo em 2026.

Na sequência, aparecem o PSD, que elegeu 15 representantes no grupo, sendo 9 neste segundo turno, o União Brasil, com 13, e o MDB, com 12.

Já nas capitais, a disputa entre PSD e MDB volta à tona, com cada sigla elegendo 5 representantes. PL e União Brasil aparecem logo atrás, com 4 cada uma, enquanto Progressistas e Podemos venceram em 2 cada.

Além da busca pelo crescimento em administrações municipais, eleições locais costumam mobilizar grandes esforços dos partidos políticos no plano nacional, já que há forte correlação entre desempenho nas disputas por prefeituras e assentos nas Câmaras Municipais e as eleições para cargos no Congresso Nacional.

Os pleitos municipais também costumam dar importantes indicativos sobre lideranças políticas emergentes nos partidos, que poderão influenciar em disputas para o Poder Legislativo e o Poder Executivo nos níveis estadual e nacional.

Das duas formas, o recado das urnas em 2026 é de que o “centro” será força ainda mais decisiva para os rumos da política brasileira, assumindo maior protagonismo nos debates e posição determinante para a governabilidade em diversos níveis.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

CPI das bets, reforma tributária e emendas estão na pauta do Senado após o segundo turno das eleições

Semana começa com folga já na segunda, e na terça, as comissões retomam os trabalhos

Senado (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)

Brasil de Fato- A segunda-feira (28) após a eleição municipal é de folga para senadores federais, que não têm agenda marcada no parlamento. Já na terça-feira (29), as comissões começam a funcionar, com o início das oitivas da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. Entre elas, estão a da advogada e influenciadora Deolane Bezerra e do CEO da empresa Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho.

Ainda na terça, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado debate o Projeto de Lei (PL) 2750/2024, que altera a legislação vigente para autorizar o aumento da participação da União no Fundo Garantidor de Operações (FGO). De relatoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE), o projeto visa garantir as operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Outro foco do Senado Federal será a regulamentação da reforma tributária. Até 14 de novembro serão realizadas sessões temáticas e audiências públicas para debater o PLP 68/2024, que já foi aprovado pela Câmara, e agora tem a relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Mais de 1.400 emendas foram apresentadas pelos senadores ao texto aprovado pelos deputados. A expectativa é que a votação em plenário ocorra antes do recesso de fim de ano.

O Senado também debate o PL 182/2024, aprovado pela Câmara, que cria regras para os dois setores do mercado brasileiro de crédito de carbono, ao instituir o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Já o PL 327/2021, que está na Comissão de Infraestrutura, institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) e cria o Fundo Verde, a partir de créditos tributários de empresas junto à União e administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Prioridade do presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve avançar também o PL 2338/2023, de sua autoria, que institui um marco legal da inteligência artificial do Brasil. Os senadores estarão dedicados ainda a resolver a liberação das emendas parlamentares, que foram suspensas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte espera que o Congresso Nacional aprove medidas que garantam a transparência e a rastreabilidade dos recursos empregados nas emendas, que são de execução obrigatória pelo Executivo federal.

Outra prioridade dos últimos meses de 2024 será a aprovação do orçamento para 2025. A Comissão Mista de Orçamento tem até 3 de dezembro para emitir o parecer final sobre o PLN 26/24, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, para que em seguida ele seja apreciado e votado pelo plenário em sessão conjunta das duas casas.

Tudo isso, em meio às discussões sobre a sucessão das mesas diretoras, que acontece no início do próximo ano legislativo, em fevereiro. No Senado, até o momento, o nome do senador Davi Alcolumbre (União-AP) é visto como absoluto favorito, tendo o apoio do próprio Pacheco, de setores do governo e da oposição.

Edição: Nicolau Soares

Fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato

Mercado eleva projeção para inflação e PIB em 2024

Projeção para o IPCA subiu de 4,50% para 4,55 e a do PIB passou de 3,05% para 3,08%

Banco Central do Brasil (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Por Felipe Moreira, InfoMoney - As projeções dos analistas para a inflação, a variação do PIB e a taxa de câmbio em 2024 voltaram a subir nesta semana, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Relatório Focus do Banco Central. Destaque para a estimativa do IPCA para 2024, que subiu de 4,50% para 4,55%, na quarta semana seguida de alta.

Economistas consultados também passaram a enxergar o dólar a R$ 5,45 no fim deste ano. Enquanto isso, o crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) projetado para 2024 pulou de 3,05% para 3,08% – a terceira semana de ganho.

◆ Inflação - A previsão para a inflação de 2025 passou de 3,99% para 4,00%. A projeção para 2026 ficou nos mesmos 3,60%, enquanto para 2027, a estimativa continua em 3,50% há 69 semanas.

As expectativas para a variação dos preços administrados dentro do IPCA em 2024 subiram novamente nesta semana, de 5,06% para 5,08%. As projeções para 2025 caíram de 3,73% para 3,70%. Para 2026, a estimativa se manteve em 3,70%. A previsão para 2027 está em 3,50% há 56 semanas.

Para o IGP-M, as projeções para 2024 subiram de 4,39% para 4,57%, enquanto a estimativa para 2025 subiu de 3,91% para 3,93%. Para 2026, a projeção de inflação permaneceu em 4,0% e a de 2027 caiu de 3,84% para 3,80%.

◆ PIB - Para o produto interno bruto (PIB), a mediana das projeções de 2024 avançou de 3,05% para 3,08%. A previsão para 2025 foi mantida em 1,93%. A estimativa para 2026 permanece nos mesmos 2,0% há 64 semanas. A projeção também está em 2,0% para 2027, há 66 semanas.

◆ Selic - As projeções dos analistas para a taxa básica de juros (Selic) em 2024 se mantiveram em 11,75%. A estimativa para 2025 também se manteve em 11,25%. A projeção para 2026 continuou em 9,50% e a de 2027 foi mantida em 9,0%.

◆ Câmbio - A mediana das projeções para o dólar em 2024 avançou de R$ 5,42 para R$ 5,45, enquanto a de 2025 ficou nos mesmos R$ 5,40 há duas semanas. Para 2026, a estimativa subiu de R$ 5,30 para R$ 5,33, enquanto a projeção para 2027 também avançou de R$ 5,30 para R$ 5,35.

◆ Resultado primário - A projeção para o resultado primário brasileiro para 2024 ficou estável em -0,60% do PIB pela oitava semana seguida, enquanto a estimativa para 2025 permaneceu em -0,70% do PIB. A previsão para 2026 ficou em -0,50% do PIB. A de 2027 foi mantida em -0,30% do PIB, pela quinta semana seguida.

◆ Dívida pública - Para a dívida líquida do setor público, as estimativas se mantiveram para 2024, com a projeção permanecendo nos mesmos 63,50% do PIB. A previsão para 2025 permaneceu em 66,68% do PIB. As estimativas para 2026 ficaram em 69,22% do PIB, enquanto as de 2027 caíram de 71,50% para 71,40% do PIB.

◆ Balança comercial - A projeção para a balança comercial brasileira 2024 caiu de US$ 78 bilhões para US$ 77,95 bilhões, enquanto o saldo positivo estimado para 2025 subiu de US$ 76,09 bilhões para US$ 76,80 bilhões. Para 2026, a projeção permaneceu US$ 79 bilhões, enquanto a estimativa para 2027 subiu de US$ 80 para US$ 80,11 bilhões.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Reeleito, Ricardo Nunes afirma que a Enel "tem que sair" de São Paulo

Prefeito defendeu o fim da concessão de fornecimento de energia elétrica à empresa italiana e cobrou o governo Lula

(Foto: ABR | Reuters)

Após vencer a reeleição para a Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) reafirmou seu compromisso de pressionar pela saída da concessionária de energia Enel da cidade. Em entrevista ao programa Bom Dia SP, da TV Globo, Nunes destacou sua insatisfação com os serviços da empresa e revelou que pretende intensificar a articulação junto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para que uma nova concessionária assuma o fornecimento de energia, relata a Folha de S. Paulo. “Essa empresa tem que sair da cidade de São Paulo, a Enel tem que sair daqui”, afirmou Nunes, enfatizando o peso político de sua recente vitória para dar continuidade a essa agenda.

A insatisfação com a Enel tem sido alvo de críticas de lideranças locais e estaduais, especialmente após uma série de apagões e falhas no atendimento em períodos de chuvas intensas, impactando diretamente a população e gerando transtornos na capital paulista. Para Nunes, é fundamental que o governo Lula (PT) tome uma posição firme sobre o contrato de concessão da Enel, considerando a insatisfação generalizada dos consumidores. Ele criticou a atuação do Ministério de Minas e Energia, afirmando que o ministro Alexandre Silveira (PSD) não estaria tomando medidas eficazes para solucionar o problema. “O governo federal precisa olhar para a população de São Paulo e tirar essa empresa daqui”, destacou o prefeito reeleito, ressaltando a necessidade de uma nova empresa que demonstre responsabilidade com o serviço prestado.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

A derrota de capital que mais abalou Jair Bolsonaro

A derrota foi um duro revés para Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 (Foto: Reuters)

A derrota de Fred Rodrigues (PL) em Goiânia foi um duro revés para Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições municipais. Ele, que desconsiderou os conselhos de seus aliados para evitar a capital goiana, decidiu acompanhar pessoalmente a campanha do candidato do PL, que acabou derrotado por Sandro Mabel (União). A informação é da coluna da jornalista Bela Megale, no O Globo.

O resultado final das urnas mostrou Sandro Mabel, candidato apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à frente com 55% dos votos, enquanto Fred Rodrigues alcançou 44%. Com 97% das urnas apuradas, a vitória de Mabel se consolidou, marcando um dos episódios mais significativos do segundo turno para o ex-presidente.

Segundo a análise de aliados de Bolsonaro, a campanha de Fred Rodrigues foi prejudicada por dois eventos negativos na reta final. O primeiro foi a denúncia de que o candidato teria apresentado um diploma universitário falso, o que abalou sua imagem. Além disso, a situação se agravou com a operação da Polícia Federal contra o deputado federal Gustavo Gayer, principal apoiador de Rodrigues. Gayer é investigado por suspeita de desvio de recursos públicos e falsificação de documentos, além de ser acusado de manter uma escola de inglês e uma loja de roupas utilizando verbas da Câmara.

Apesar desses escândalos, Bolsonaro manteve seu apoio a Rodrigues. Ignorando pesquisas internas que indicavam a probabilidade de vitória de Sandro Mabel, ele insistiu em fazer campanha em Goiânia ao lado do aliado do PL. A decisão, vista como arriscada por seus assessores, acabou expondo o ex-presidente a uma derrota que ele presenciou de camarote no domingo de eleição.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Favorito para a Bola de Ouro, Vinícius Jr. pode quebrar jejum de 17 anos para o Brasil

Atacante do Real Madrid e da Seleção é o principal nome da temporada e tenta repetir feito de Kaká em 2007
Vini Jr. (Foto: Pablo Morano/Reuters)

Grande favorito à Bola de Ouro, Vinícius Jr. pode se tornar o primeiro brasileiro a conquistar o prêmio em 17 anos. A cerimônia de entrega acontece nesta segunda-feira (28), às 16h (horário de Brasília), no renomado Théâtre du Châtelet, em Paris, segundo o Metrópoles. Se confirmado o favoritismo, o atacante do Real Madrid será o primeiro brasileiro desde Kaká, em 2007, a levar a honraria concedida pela revista France Football, encerrando uma longa hegemonia de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.

Aos 23 anos, Vini Jr. brilhou na temporada de 2023/24. Mesmo enfrentando uma lesão que o afastou dos gramados por quase dois meses, acumulou 24 gols e nove assistências em 39 jogos, com uma impressionante média de 0,84 contribuição a gol por partida. Esses números destacam a consistência e o impacto de Vinícius, tanto no Real Madrid quanto na Seleção Brasileira, ao longo de um ano marcado pela disputa intensa nos principais campeonatos europeus.

A última temporada foi emblemática para o atacante, que foi eleito o melhor jogador da Champions League, torneio em que também se sagrou campeão com o Real Madrid. Com participações decisivas em 48% dos gols da equipe, Vini Jr. consolidou-se como peça-chave na trajetória de conquistas do clube espanhol, com 26 gols e 11 assistências ao longo de 49 partidas.

Além dos números impressionantes, Vinícius Jr. foi protagonista em momentos cruciais, como o hat-trick no clássico contra o Barcelona, que garantiu o título da Supercopa da Espanha ao Real Madrid, e os dois gols na semifinal da Champions contra o Bayern de Munique. Ele também deixou sua marca na grande final, ao balançar as redes contra o Borussia Dortmund.

O legado dos brasileiros na Bola de Ouro - Se eleito, Vinícius Jr. entrará para o seleto grupo de brasileiros que conquistaram a Bola de Ouro, junto a ícones como Ronaldo, que venceu o prêmio em 1997 e 2002, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Esta seria a sexta vez que um brasileiro recebe o título de melhor jogador do mundo pela France Football.

Além dos campos: a luta de Vinícius Jr. contra o racismo - Vinícius Jr. também se destacou fora das quatro linhas. Vítima de insultos racistas, o atacante tem usado sua voz para lutar contra o preconceito, posicionando-se como um símbolo de resistência no futebol. Em reconhecimento à sua atuação social, recebeu em 2023 o prêmio Sócrates, também concedido pela France Football, que celebra iniciativas sociais no esporte.

O brasileiro é um dos poucos jogadores negros a figurar entre os finalistas da Bola de Ouro nos últimos anos, o que reforça a importância de sua vitória para a representatividade. Desde que Ronaldinho Gaúcho foi eleito o melhor do mundo em 2005, nenhum outro jogador negro conquistou o troféu, um cenário que Vinícius pode ajudar a mudar.

Com uma trajetória que une excelência esportiva e ativismo social, Vinícius Jr. desponta como favorito e carrega as esperanças de milhões de brasileiros para trazer o prêmio de volta ao país e dar continuidade ao legado de grandes craques nacionais.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Helicóptero, ações em empresas e obra de arte: quem é o prefeito eleito mais rico das capitais

Os detalhes dos bens foram divulgados pelo TSE e incluem imóveis, veículos, dinheiro em caixa, investimentos e até uma obra de arte
urna eleitoral (Foto: Cristiano Lima)

Com um patrimônio declarado de R$ 313 milhões, Sandro Mabel (União Brasil) é o prefeito eleito mais rico entre todas as capitais brasileiras, segundo dados apresentados à Justiça Eleitoral. Os detalhes dos bens foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluem imóveis, veículos, dinheiro em caixa, investimentos e até uma obra de arte. A informação foi inicialmente reportada pelo G1 Goiás.

Entre os itens listados por Mabel, destacam-se ações em empresas, um helicóptero avaliado em R$ 3,1 milhões e uma obra de arte no valor de R$ 160 mil. O político também declarou possuir uma casa estimada em R$ 11,7 milhões. Veja a lista completa dos bens informados:

● Imóveis: 9 apartamentos, uma casa de R$ 11,7 milhões, 42 terrenos, duas casas e um galpão - totalizando R$ 48 milhões.
Veículos: dois quadriciclos e um helicóptero - R$ 3,2 milhões.
Dinheiro e investimentos: dinheiro em espécie, participação em empresas, crédito de empréstimos, saldo em contas no Brasil e no exterior, aplicações financeiras e apólices da dívida pública - R$ 261,8 milhões.
● Obra de arte: R$ 160 mil.
● Ativos minerais: R$ 180 mil.

Vitória nas urnas e planos de transição

Mabel foi eleito prefeito de Goiânia com 353.518 votos, correspondendo a 55,53% do total. Seu adversário, Fred Rodrigues (PL), recebeu 283.054 votos, o equivalente a 44,47%.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Emendas parlamentares turbinaram reeleição de prefeitos em cidades de médio e pequeno porte

Prefeitos reeleitos tiveram acesso a 33% mais recursos provenientes de emendas parlamentares em comparação aos que não conseguiram renovar seus mandatos
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | José Cruz/Agência Brasil)

O resultado das eleições municipais deste mês de outubro ilustra de maneira clara a influência das emendas parlamentares, especialmente nos resultados registrados nos municípios de pequeno porte. Segundo a CNN Brasil, um estudo realizado pela Prospectiva Consultoria, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tesouro Nacional, revela que os prefeitos reeleitos tiveram acesso a 33% mais recursos provenientes dessas emendas em comparação aos que não conseguiram renovar seus mandatos.

Nos pequenos municípios, os candidatos reeleitos foram beneficiados com uma média de R$ 896 per capita em emendas parlamentares. Em contrapartida, os prefeitos derrotados na busca por mais quatro anos no cargo receberam apenas R$ 672 por habitante. Essa tendência se mantém, embora em menor intensidade, nos municípios de médio porte, onde prefeitos reeleitos obtiveram R$ 323 per capita, enquanto os não reeleitos receberam R$ 258, resultando em uma diferença de 25%.

A análise da Prospectiva destaca que, atualmente, está em curso um movimento liderado pelo Centrão para diminuir a dependência em relação ao Poder Executivo, o que inclui um maior controle do orçamento público pelos parlamentares, especialmente através das emendas parlamentares. O relatório aponta, ainda, que a criação das emendas impositivas individuais e, posteriormente, das emendas de bancada, praticamente eliminou a principal ferramenta que os governos utilizavam para formar maiorias no parlamento.

“A eficácia das emendas foi desproporcional à dimensão das cidades: quanto menor o município, maior o volume de recursos recebidos e maior sua influência sobre o sucesso de reeleição”, afirma o relatório da consultoria, de acordo com a reportagem.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Tarcísio desiste de filiação ao PL e decide pela permanência no Republicanos

Em movimento estratégico, governador de São Paulo adia alinhamento com Bolsonaro e frustra expectativas de Valdemar Costa Neto

Tarcísio de Freitas (Foto: Patricia Cruz/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, surpreendeu aliados e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao decidir manter-se no Republicanos, desistindo de sua possível filiação ao partido de Jair Bolsonaro (PL). Conforme divulgado por Igor Gadelha, do Metrópoles, Tarcísio, que vinha sendo cortejado pelo PL desde o início de seu mandato, comunicou sua decisão a interlocutores próximos nos bastidores, revelando que deverá permanecer no Republicanos até 2026, último ano de seu mandato.

Durante meses, especulações sobre a entrada de Tarcísio no PL marcaram o cenário político, com Valdemar Costa Neto confirmando publicamente que o governador estaria quase certo para se juntar ao partido após as eleições municipais de 2024. Inclusive, o Jair Bolsonaro (PL) havia comentado que a mudança estava “90% acertada”. No entanto, a decisão de Tarcísio, que evita romper com o Republicanos, partido pelo qual foi eleito, surge como uma reavaliação estratégica de seu posicionamento no cenário político nacional.

Nos bastidores, aliados de Tarcísio apontam que o governador busca estabilidade para seu governo e a manutenção de uma posição mais independente, algo que seria dificultado caso ingressasse no PL, partido intimamente associado às estratégias e demandas de Bolsonaro. Segundo essas fontes, a opção de se manter no Republicanos demonstra a disposição do governador de se distanciar de pressões externas e das expectativas bolsonaristas, reforçando sua identidade política própria.

Para Valdemar Costa Neto, que via a possível filiação de Tarcísio como um fortalecimento da aliança com Bolsonaro, a notícia representa um revés significativo. A permanência de Tarcísio no Republicanos é vista também como um sinal de que o governador paulista planeja conduzir seu mandato com maior autonomia, embora mantenha boas relações com figuras do espectro bolsonarista.

Esse movimento sugere que Tarcísio de Freitas está apostando em uma carreira política de longo prazo, na qual alianças estratégicas poderão ser moduladas conforme as demandas políticas do momento, sem um alinhamento total com a agenda do PL. Essa postura pode gerar um efeito de distanciamento em relação ao bolsonarismo mais radical, permitindo ao governador paulista explorar outras frentes no cenário político até o final de seu mandato, em 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"Lula não precisava ganhar ou perder este ano para ser forte em 2026", diz diretor da Quaest

Felipe Nunes aponta que a maior preocupação neste momento deve ser a sucessão de Arthur Lira: "o Lula vai ter que se meter"

Felipe Nunes e Lula (Foto: Reprodução/Youtube | Ricardo Stuckert/PR)

Com a conclusão das eleições municipais, o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, oferece uma visão estratégica do cenário político para 2026. Em entrevista ao O Globo, Nunes afirma que, diferentemente do que muitos acreditam, o presidente Lula (PT) não precisava obter grandes vitórias para garantir sua posição nas próximas eleições presidenciais. "Lula não precisava ganhar ou perder este ano para ser forte em 2026", destacou, mencionando o histórico de que eleições municipais pouco refletem nas presidenciais. No entanto, ele alerta que, para a governabilidade do atual mandato, a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados se mostra crucial. “O Lula vai ter que se meter se não quiser ficar sem governabilidade nos últimos dois anos".

A análise de Nunes também enfatiza a complexidade da eleição de 2026, na qual as emendas parlamentares e um fundo eleitoral substancial são determinantes para a baixa renovação no Congresso. De acordo com o diretor da Quaest, o poder das emendas aumentou exponencialmente nos últimos ciclos eleitorais, consolidando o peso dos prefeitos reeleitos como cabos eleitorais dos parlamentares federais. “Se o mecanismo das emendas se mantiver, teremos alto padrão de reeleição parlamentar e baixa renovação em 2026”, analisa.

● Cenário partidário e o fortalecimento do Centrão - Os resultados das eleições municipais mostram um fortalecimento dos partidos do Centrão, o que, segundo Nunes, levará a um aumento nas fusões e federações partidárias para sobreviver à cláusula de barreira em 2026. Esse cenário já era esperado como consequência da reforma eleitoral de 2017, que visava reduzir o número de legendas. No entanto, a aposta desses partidos em candidaturas majoritárias à presidência segue incerta devido ao peso ainda marcante da polarização entre PT e PL. “Existe a força do voto de opinião, e esse sim é muito mobilizado pela polarização ainda”, afirma Nunes, que considera o Congresso como o centro do poder político e econômico no país.

A sucessão de Arthur Lira na Câmara, prevista para fevereiro de 2025, é ponto de destaque para Nunes. O próximo presidente da Câmara será essencial para direcionar as emendas e decidir as pautas que dominarão o Congresso, exercendo influência direta sobre os últimos dois anos de Lula. A possibilidade de Lula evitar interferir nessa disputa não parece viável, na opinião de Nunes, que aponta que o presidente precisará agir para garantir governabilidade: “Lula sabe como foi difícil governar com Arthur Lira".

● Desafios para a esquerda e a busca por novas lideranças - Apesar de um leve crescimento em prefeituras, a esquerda não alcançou o desempenho esperado em 2024, o que traz desafios para o campo progressista. Nunes acredita que é necessário formar lideranças que dialoguem com a realidade atual da sociedade, em que temas como meritocracia, empreendedorismo e valores familiares possuem peso crescente. Além disso, ele sugere uma atenção especial ao eleitorado feminino, que tem desempenhado papel decisivo em disputas acirradas.

Entre as figuras com potencial de liderança, Nunes menciona o prefeito de Recife, João Campos (PSB), e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Ambos se destacaram por sua habilidade em conectar-se com diferentes vertentes políticas, revelando traços de carisma e empatia que, na visão do cientista político, são atributos essenciais para conquistar o eleitorado. “Campos e Paes serão lembrados pelo eleitor por sua personalidade, empatia e carisma mais do que por suas propostas,” observa Nunes, enfatizando a importância de personalidades marcantes na política brasileira.

● Bolsonaro, Boulos e a reconfiguração da direita - Por outro lado, a direita enfrenta um cenário de fragmentação. Nomes apoiados por Jair Bolsonaro sofreram derrotas significativas nas capitais, abrindo espaço para uma nova liderança emergente: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo Nunes, a força de Tarcísio o coloca como o principal representante do campo conservador, mas isso também indica uma divisão entre a direita tradicional e a direita bolsonarista. O PSD, liderado por Gilberto Kassab, também ganha destaque como moderador nesse campo, apoiando tanto candidaturas locais quanto o governo federal.

Guilherme Boulos (Psol), que teve um desempenho sólido em São Paulo, também reconfigura sua imagem, movendo-se em direção a um posicionamento mais moderado. Para Nunes, Boulos consolidou-se como uma figura carismática da esquerda, mas precisará de mais tempo para converter essa imagem em capital eleitoral.

● Pablo Marçal e a dinâmica interna da direita - Além de Tarcísio e do PSD, outro elemento novo para a direita é Pablo Marçal, que teve alta visibilidade em 2024 e mostrou apelo com a juventude e os setores mais precarizados. A ascensão de Marçal, segundo Nunes, representa um desafio que a direita moderada precisará enfrentar, pois ele possui potencial de "dinamitar" o bloco conservador, complicando o cenário para 2026.

Em resumo, Nunes aponta que tanto Lula quanto a oposição terão que trabalhar ativamente para consolidar suas bases e ampliar seu alcance. Enquanto Lula deve agir para assegurar uma base de apoio estável no Congresso, a direita precisa encontrar uma forma de manter sua unidade para não enfraquecer suas chances em 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Gleisi cobra de partidos da base apoio à reeleição de Lula

Presidente do PT sentiu o impacto de disputas com 'máquinas poderosas'

Gleisi Hoffmann (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse esperar que as vitórias dos partidos aliados que o governo federal tem contabilizado como suas sejam convertidas em apoio para o presidente Lula em 2026. A declaração de Gleisi embute a expectativa de que a vitória de partidos com assento no governo reforce a base governista, destaca reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

A presidente do PT lembrou que o PT só lançou candidatos em 13 capitais em prol de uma política de alianças.

"Espero que a vitória dos partidos que compõem a base, que está sendo computada como vitória do governo, possa se traduzir em apoio em 2026, para além do que já havia em 2022", disse Gleisi.

Gleisi destacou o crescimento do partido em comparação a quatro anos atrás e lembrou ainda que, em nome da governabilidade, o partido optou por apoiar candidaturas de aliados em 88 municípios com mais de 100 mil eleitores.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

'Nós derrubamos todos os arrogantes desse Estado', diz Evandro Leitão, eleito prefeito de Fortaleza

O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará venceu com 50,38% dos votos válidos no 2º turno

Lula e Evandro Leitão (Foto: Ricardo Stuckert)

Eleito prefeito de Fortaleza com 50,38% (716.133) dos votos válidos, Evandro Leitão (PT) afirmou, neste domingo (27), que ele, seus apoiadores e o povo de Fortaleza derrubaram "todos os arrogantes desse Estado". A frase foi dita durante discurso do petista no comitê central, localizado na Av. Washington Soares, logo após o resultado do segundo turno, aponta reportagem do Diário do Nordeste.

"A arrogância precede a queda. Nós derrubamos todos os arrogantes desse Estado. Todos eles se juntaram, e Deus quis que todos caíssem pela sua arrogância, pela sua prepotência. Eu não vou citar nomes porque eu não sou uma pessoa que me alimento de ódio, pelo contrário. Fui muito atacado na minha honra, na minha dignidade, mas eu não abro mão. E não vai ser a política que vai me fazer mudar".

O prefeito eleito terminou o discurso afirmando que, "para essas pessoas, prepotentes, o povo deu a resposta nas urnas".

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Diário do Nordeste

Bolsonaro é o grande derrotado do segundo turno das eleições nas capitais

Candidatos de Bolsonaro perderam em sete das nove capitais em que disputaram o voto

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 (Foto: Reuters)

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto destaca as derrotas que Jair Bolsonaro sofreu no segundo turno das eleições municipais realizado neste domingo (27).

O ex-presidente perdeu as eleições em sete das 15 capitais que elegeram prefeitos no segundo turno deste domingo (27). Os candidatos do PL em Palmas (TO), Manaus (AM), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA) foram derrotados.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

MDB e PSD controlarão 38% do caixa das prefeituras brasileiras

Juntas, as duas legendas comandarão orçamentos municipais que somam R$ 489 bilhões

Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

O MDB e o PSD emergiram como os grandes vencedores das eleições municipais de 2024, consolidando uma significativa influência sobre os orçamentos das prefeituras no Brasil. Juntas, essas duas siglas irão gerir mais de um terço do total, correspondendo a 38% dos recursos, o que se traduz em R$ 489 bilhões .O cenário considera 5.433 cidades que enviaram dados de orçamento referentes a 2023, todos com resultado finalizado e validado pela Justiça Eleitoral.

Segundo um levantamento feito pela Folha de S. Paulo, elaborado com base nas receitas brutas de orçamento informadas pelos municípios nas Declarações de Contas Anuais (DCA) do Tesouro Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda, a diferença entre os dois partidos é de apenas R$ 20 bilhões, com o MDB comandando R$ 254 bilhões dos orçamentos municipais, ou 19,7% do total, enquanto o PSD ficará responsável por R$ 234 bilhões, representando 18,1%.

A reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, onde derrotou Guilherme Boulos (Psol) no segundo turno, é um fator crucial para o controle substancial do orçamento do MDB. A capital paulista, com um orçamento de R$ 107 bilhões — o maior do país — representa 42% de tudo que estará sob gestão da sigla.

Além de São Paulo, o MDB também assumirá a responsabilidade pelas capitais Porto Alegre, Belém, Boa Vista e Macapá, que juntas somam R$ 22 bilhões. Por outro lado, o PSD, liderado por Gilberto Kassab, conquistou o maior número de prefeituras do Brasil e controla orçamentos robustos. Aproximadamente um terço do montante do partido provém de cinco capitais, destacando-se o Rio de Janeiro, com um orçamento de R$ 46 bilhões em 2023.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Bolsonaristas apontam fracasso de Nikolas Ferreira como cabo eleitoral

"Não ganhou na própria casa, mas quis se meter em São Paulo”, criticou um membro do PL

Dep. Nikolas Ferreira (PL - MG) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Integrantes do Partido Liberal (PL) e bolsonaristas avaliam que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) saiu enfraquecido após as eleições municipais de 2024. Segundo informações apuradas pelo G1, a derrota de seu principal aliado político, Bruno Engler, na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, levantou questionamentos sobre a eficácia de Nikolas como cabo eleitoral da direita. As informações são da jornalista Bela Megale, em sua coluna no O Globo.

Nikolas Ferreira teve participação ativa na campanha de Engler, liderando ataques contra o atual prefeito Fuad Noman (PSD), que conseguiu a reeleição. No entanto, o resultado adverso para Engler na capital mineira sinalizou, para seus correligionários, uma perda de influência política. “Não ganhou na própria casa, mas quis se meter em São Paulo”, criticou um membro do PL, fazendo referência à atuação do deputado em outras campanhas fora de Minas Gerais.

A situação foi agravada pelo apoio explícito de Nikolas a Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno das eleições em São Paulo. Marçal acabou fora da disputa, que se afunilou entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). A entrada do parlamentar mineiro na campanha paulista gerou desconforto na ala do PL e em bolsonaristas que apoiavam Nunes, acirrando as críticas ao seu papel como articulador político.

“Essas derrotas em capitais de grande repercussão têm o potencial de abalar o capital político de Nikolas”, avaliou um integrante do PL. A percepção é que o fracasso em apoiar candidatos vitoriosos pode comprometer sua imagem dentro da ala bolsonarista e do próprio partido, que confiou em seu prestígio para impulsionar candidaturas. Durante a campanha, Nikolas viajou pelo Brasil para apoiar candidatos do PL, mas sua estratégia de se alinhar aos setores mais radicais da direita e resistir a alianças mais amplas acabou gerando divisões internas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo