FGV Agro mostra que foi o melhor resultado
para o mês desde 2013. “Fortalecer a nossa agroindústria é compromisso do
presidente Lula", diz o vice-presidente
Agência Brasil - O
vice-presidente Geraldo Alckmin comemorou neste sábado (22) dados divulgados
pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro). “A
agroindústria brasileira teve o melhor mês de abril em dez anos e o melhor
quadrimestre desde 2018”, escreveu, em seu perfil na rede social X.
No tuíte, Alckmin destacou ainda que alimentos e bebidas
tiveram o maior crescimento de toda a série histórica: 13,2%, enquanto os
biocombustíveis registraram aumento de 27,4% e os produtos têxteis, aumento de
14,5%.
“Fortalecer a nossa agroindústria é compromisso do presidente
Lula, pois significa agregar valor aos nossos produtos, gerando emprego e
renda, e reduzir a insegurança alimentar”, escreveu o vice-presidente.
Entenda
Dados da FGV Agro mostram que, em abril de 2024, a produção
agroindustrial registrou uma expansão de 12,1% frente ao mesmo mês de 2023,
correspondendo ao maior crescimento para abril desde 2013.
“Ao contrário do que ocorreu em março, o número de dias
úteis de abril foi maior em 2024 do que em 2023 – isso, certamente, contribuiu
para o resultado positivo do mês”, avaliou a entidade.
Em comparação a março de 2024, a
agroindústria também apresentou expansão, de 0,8%, já considerando os ajustes
sazonais. Com isso, até abril de 2024, a produção agroindustrial acumula uma
alta de 4,1% frente ao mesmo período de 2023 e o melhor primeiro quadrimestre
para a agroindústria desde 2018.
O Chelsea (Inglaterra) anunciou neste sábado (22) a contratação do jovem atacante Estêvão, jóia do Palmeiras, que tem despontado no Campeonato Brasileiro. O jogador canhoto, de 17 anos, assinou hoje com o clube inglês, após passar por exames médicos. Ele se juntará ao elenco do Chelsea em julho de 2025, após o Mundial de Clubes da Fifa. Estevão chegará ao Chelsea com 18 anos – ele completará a maioridade em abril do ano que vem - para disputar a primeira divisão do futebol inglês, a Premier League.
A estimativa é de que a negociação do atleta tenha superado US$ 60 milhões (quase R$ 350 milhões). Também pelas redes sociais o Verdão comunicou a oficialização do acordo fechado com o Chelsea.
Estevão estreou como jogador profissional do Palmeiras na última partida do Brasileirão do ano passado, na conquista do título. O desempenho em campo lhe valeu o apelido de “Messinho” e comparações com Neymar. O jovem atacante já atuou em 10 jogos do Brasileirão, somando dois gols e duas assistências. Estevão também já entrou em campo cinco vezes com a seleção brasileira Sub 17 e anotou três gols.
Nísia Trindade, ministra da Saúde. Foto: reprodução
Allan
Barreto Pereira, ligado aos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro
(PL), foi nomeado para a coordenação do setor de atenção à saúde na rede
federal do Rio de Janeiro, pelo Ministério da Saúde, na última quarta-feira
(19), contrariando membros do PT. Segundo o Globo, essa nomeação representa um
recuo da ministra Nísia Trindade, que já havia tentado indicar Pereira em abril
para um cargo maior no Departamento Geral de Hospitais (DGH) fluminense, mas
desistiu devido à oposição interna no partido.
Agente
administrativo do Ministério da Saúde desde 2010, ele é associado ao grupo
político que controlou a rede federal fluminense durante as gestões de Ricardo
Barros e Gilberto Occhi (governo Temer) e Marcelo Queiroga (Bolsonaro). Essas
administrações foram marcadas pela influência do Centrão no segundo e terceiro
escalão.
Atualmente,
o grupo tem pressionado o Planalto para retomar o controle do ministério e
ampliar sua influência sobre a gestão de Nísia Trindade, visando o controle do
orçamento da pasta, que é o maior da Esplanada dos Ministérios. O DGH tem um
orçamento de R$ 860 milhões para 2024.
A nomeação de Pereira ocorre em um momento delicado para a
ministra Nísia, que enfrentou desgaste na gestão da rede federal do Rio após
uma reportagem do “Fantástico”, da TV Globo, expor as más condições dos
hospitais federais e o apadrinhamento político na rede.
Armas, uniformes e bandeiras nazistas apreendidos com suspeitos de integrarem um grupo neonazista em Santa Catarina, em 2022. Foto: Polícia Civil de Santa Catarina
Um relatório da ONU sobre a expansão de movimentos neonazistas incluiu
o Brasil em seu informe anual, destacando o fortalecimento de grupos e
incidentes relacionados. O documento será debatido durante a reunião do
Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ocorre até meados de julho em Genebra,
conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
O informe, intitulado “Combatendo a Glorificação do
Nazismo e Neonazismo”, foi elaborado pela relatora da ONU sobre formas
contemporâneas de racismo e xenofobia, Ashwini K.P., com o objetivo de
identificar a extensão desse fenômeno e apresentar propostas para que os
governos possam enfrentá-lo de maneira eficaz.
Os Estados forneceram informações à relatora, que consolidou os dados
no documento oficial. Além do Brasil, foram mencionados casos em mais de vinte
países.
Ashwini K.P. relatou que o Conselho Nacional de Direitos
Humanos do Brasil informou sobre um aumento preocupante no discurso de ódio e
nas manifestações neonazistas nos últimos anos. Em resposta a essa ameaça
crescente, o conselho estabeleceu um Relator Especial para o Combate ao
Crescimento de Células Neonazistas no Brasil, encarregado de coletar dados
sobre o aumento desses movimentos.
O documento destaca que, em 2021, o Centro Nacional de
Crimes Cibernéticos no Brasil recebeu e processou 14.476 denúncias anônimas
relacionadas ao neonazismo, enfatizando a seriedade da situação e a necessidade
urgente de intervenção.
Itens nazistas apreendidos pela polícia em Santa Catarina. Foto: Polícia Civil de Santa Catarina
“Além disso, o Brasil detalhou que, de acordo com uma pesquisa
publicada no site do Fiquem Sabendo, no período entre janeiro de 2019 e
novembro de 2020, 159 investigações foram abertas pela Polícia Federal
relacionadas ao neonazismo. Isso foi comparado com 143 investigações que haviam
sido abertas entre 2003 e 2018”, explicou.
O Conselho Nacional de
Direitos Humanos também forneceu detalhes sobre casos criminais no Brasil que
evidenciam o aumento do neonazismo.
“Os casos incluíam um
episódio de violência escolar em que o agressor usava um uniforme militar e uma
suástica em suas roupas, pichações nazistas em ambientes educacionais, ameaças
em ambientes educacionais com referências nazistas, uma investigação de uma
fábrica que produzia produtos que glorificavam o nazismo e a afiliação de
indivíduos envolvidos em crimes violentos com o neonazismo e ideologias
associadas”, diz o relatório.
Vale destacar ainda que,
durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada de
extrema-direita alemã e neta de um ministro de Adolf Hitler, Beatrix von
Storch, visitou o Palácio do Planalto e foi recebida pelo chefe de Estado. Além
disso, surgiram denúncias sobre o envolvimento de membros do governo com
movimentos supremacistas e neofascistas.
Ataques em escolas
Dados também
foram submetidos à relatora da ONU pela Campanha Brasileira pelo Direito à
Educação, destacando os “níveis crescentes de ultraconservadorismo no sistema
educacional do Brasil”.
“Ela forneceu
informações sobre recentes ataques violentos em escolas, que foram descritos
como relacionados a tendências sociais ligados à intolerância e à glorificação
do nazismo”, afirmou o documento.
“Os autores
desses ataques incorporam perspectivas e valores de opressão, abrangendo
manifestações de racismo, misoginia e tendências autoritárias frequentemente
associadas a ideologias fascistas e nazistas”.
Segundo o
documento, os autores dos ataques foram “frequentemente recrutados e
radicalizados on-line, consumindo e promovendo com frequência conteúdo e
símbolos neonazistas”.
O presidente da subcomissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
dos Estados Unidos, Chris Smith (Republicanos), provocou um novo embate
diplomático ao solicitar que o ministro do STF Alexandre de Moraes se manifeste
sobre alegações de censura e abusos judiciais no Brasil.
Na sexta-feira (21), Smith, conhecido por sua
proximidade com o ex-presidente Donald Trump, reacendeu o debate ao pressionar
o Supremo Tribunal Federal brasileiro. Em uma carta formal, ele solicitou
esclarecimentos sobre decisões judiciais que resultaram no banimento de perfis
e conteúdos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante uma sessão temática realizada em maio de 2024, intitulada
“Brasil: a crise da democracia, liberdade e do Estado de Direito?”, Smith ouviu
depoimentos preocupantes que, segundo ele, levantaram sérias questões sobre a
saúde democrática no Brasil.
Agora, o congressista norte-americano espera que Moraes
se pronuncie em até 10 dias úteis a respeito dos supostos abusos de poder e
restrições à liberdade de expressão. Durante a sessão de maio, que contou com a
presença de nove congressistas brasileiros da oposição, foram ouvidos quatro
depoentes.
Os depoentes incluíram Michael Shellenberger, jornalista
norte-americano e autor do “Twitter Files”; Christopher Pavlovski, fundador do
Rumble, rede social que saiu do Brasil em 2023 devido a discordâncias com
decisões judiciais; Paulo Figueiredo Filho, jornalista investigado por suposta
disseminação de desinformação durante as eleições de 2022, e neto do
ex-presidente João Figueiredo (1918-1999) e Fábio de Sá e Silva, advogado
brasileiro e professor na Universidade de Oklahoma.
A sessão foi marcada por tensões e aplausos à
congressista Maria Elvira Salazar (Republicana), que criticou abertamente
Alexandre de Moraes durante o evento.
Este novo episódio intensifica as tensões diplomáticas
entre Brasil e Estados Unidos, colocando em foco os limites da liberdade de
expressão e os poderes judiciais no país sul-americano. Enquanto o debate
continua, a repercussão internacional sobre o tema promete ser intensa nos
próximos dias.
No documento, o congressista solicita essas informações
porque está colaborando com outros deputados para desenvolver legislação sobre
o assunto. O Congresso dos EUA tem a prerrogativa de propor leis que
estabeleçam sanções contra países ou indivíduos por violações comprovadas de
direitos humanos, desde que essas propostas sejam votadas antes de se tornarem
lei.
Chris Smith. Foto: Divulgação
Confira a íntegra da
tradução da carta de Chris Smith:
“Prezado Ministro Alexandre de Moraes:
“Escrevo-lhe na
condição de integrante do Congresso e Presidente da Subcomissão de Saúde
Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais.
“Em 7 de maio,
presidi uma audiência pública da subcomissão intitulada ‘Brasil: Uma Crise de
Democracia, Liberdade e Estado de Direito?’. O objetivo desta audiência foi
discutir os alarmantes relatos de violações generalizadas dos direitos humanos
cometidas por autoridades brasileiras, incluindo má conduta judicial,
perseguição à oposição política, supressão da liberdade de expressão e
silenciamento da mídia de oposição. Os depoimentos dados na audiência
forneceram fatos e evidências críveis e substanciais sobre esses problemas, e
traçaram um quadro profundamente perturbador do estado da democracia e dos
direitos humanos no Brasil. A audiência levantou sérias preocupações entre os
integrantes do Congresso dos EUA sobre o estado da democracia no Brasil.
“Devido à
gravidade do assunto, e para garantir que as relações entre os Estados Unidos e
o Brasil sejam conduzidas com base em informações precisas, solicito
respeitosamente que o senhor forneça esclarecimentos sobre os seguintes
assuntos:
1.“Existem
atualmente jornalistas ou outros indivíduos cujo conteúdo está sujeito à
censura prévia por sua ordem, incluindo, mas não se limitando a medidas como
bloqueio de contas em redes sociais, remoção de sites ou conteúdo online, ou
quaisquer outras ações que impeçam a publicação ou livre disseminação de
informações?;
2.“O senhor
tem conhecimento da emissão de quaisquer ordens que tenham resultado no
fechamento ou suspensão das operações de veículos de comunicação no Brasil? Da
mesma forma, o senhor tem conhecimento de quaisquer ações tomadas por uma
entidade governamental que tenham dificultado jornalistas de exercer suas
funções profissionais, como o congelamento de seus ativos financeiros ou a
imposição de restrições às suas liberdades civis, incluindo ordens de prisão ou
o cancelamento de seus passaportes?;
3.“Algum
integrante do Congresso brasileiro foi processado, investigado ou sujeito a
medidas preventivas, como congelamento de bens ou restrições de viagem, devido
a opiniões expressas ou ações tomadas no curso do exercício de suas funções
legislativas?;
4.“Em suas
investigações e processos contra civis, o senhor observou o devido processo
legal, incluindo fazer as devidas notificações e citações em casos de
indivíduos residentes nos Estados Unidos?;
5.“O senhor
tem conhecimento de alguma instância de repressão transnacional, incluindo o
uso de agências dos EUA ou organizações internacionais operando nos EUA, como a
Interpol, para assediar indivíduos atualmente em território dos EUA e sob
jurisdição dos EUA? Em 21 de maio, a Comissão de Justiça (equivalente à CCJ da
Câmara) enviou uma carta ao Diretor do FBI afirmando que o Comitê Judiciário
havia encontrado evidências de que, agindo em nome do governo brasileiro, o FBI
havia contatado 2 residentes dos EUA, um dos quais era um jornalista alvo de
ordens de censura emitidas por tribunais brasileiros. Por favor, compartilhe
qualquer informação que o senhor tenha sobre este e outros casos.;
6.“O senhor
solicitou dados ou emitiu ordens contra empresas ou indivíduos que não estão
sob sua jurisdição geográfica, incluindo empresas ou indivíduos sob a
jurisdição dos Estados Unidos?;
7.“O senhor
exigiu que empresas ou indivíduos dos EUA cumprissem ordens cuja legalidade é
questionável sob a lei brasileira, incluindo ordens que ameaçam empresas ou
indivíduos dos EUA com ações legais contra seus funcionários, com multas ou com
bloqueio, proibição e/ou desconexão deles no Brasil?
“Solicito respeitosamente que o senhor forneça uma
resposta dentro de 10 dias úteis, pois estou atualmente trabalhando em uma
legislação relacionada a este assunto com outros integrantes da Câmara.
“Como o senhor deve saber, tive o prazer e o
privilégio de viajar para o seu país, de conhecer e trabalhar em questões de
direitos humanos e estado de direito com muitos brasileiros e
brasileiros-americanos, e permaneço profundamente comprometido em fortalecer a
relação entre os EUA e o Brasil.
Área é 490 hectares, equivalente a cerca de 500 campos de futebol
O Paraná vai perder 490 hectares de área para Santa Catarina a partir de 2025. O terreno pertence a um morador de Guaratuba (PR) que, após uma medição feita por ele mesmo, descobriu que o trecho está em território catarinense, diferentemente do que mostra a delimitação definida pelo Exército brasileiro entre 1918 e 1919.
O proprietário do terreno procurou o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná e levantou o questionamento sobre o território, que é equivalente a cerca de 500 campos de futebol, considerando as dimensões máximas estipuladas pela Fifa de 120 metros de comprimento e 90 metros de largura.
Com essas informações, o IAT, que tem um departamento específico sobre a gestão territorial do estado, realizou uma vistoria presencial nos pontos indicados pelo paranaense e fez uma avaliação de documentos antigos, confirmando a inconsistência na marcação feita pelo Exército.
“Localizamos os marcos originais e tivemos que atravessar locais onde o acesso é difícil. Encontramos os endereços corretos e tivemos que corrigir os mapas”, explicou o engenheiro florestal Amauri Simão Pampuch, da Diretoria de Gestão Territorial do IAT.
O g1 procurou o Exército para comentar o erro na medição, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A linha amarela indicada no mapa abaixo mostra a divisa antiga entre o Paraná e Santa Catarina. A nova demarcação está simbolizada na linha vermelha.
A principal mudança está no limite entre os municípios de Guaratuba (PR) e Garuva (SC). Na prática, a alteração representa somente 0,002% da área do estado paranaense, mas, segundo o engenheiro florestal do IAT, pode impactar pessoas que têm terrenos na região.
“Se a divisa é ajustada, o imóvel pode vir acontecer de estar em um estado, mas, na verdade, pertencer a outro”, comentou.
Os limites entre os municípios foram revistos pelo IAT em 2022. Nos estados, este tipo de acontecimento é mais raro.
“A divisa hoje é justa, é o que sempre deveria ter sido feito. Mas, por mapeamentos equivocados, estava errada. Essa correção ajuda as prefeituras e os dois estados na gestão dos territórios”, disse Pampuch.
A Prefeitura de Guaratuba (PR), que perderá território, disse em nota que ainda precisa fazer uma análise para definir os impactos da mudança.
“A Secretaria Municipal de Urbanismo fará análise da revisão da área territorial para levantar os impactos territoriais, eventuais equipamentos públicos e, ainda, na arrecadação tributária”, disse.
Também em nota, a Prefeitura de Garuva (SC) informou que ainda receberá toda a documentação e novas coordenadas geográficas, para depois identificar todos os imóveis na área, informar aos proprietários, modificar o mapa territorial e avançar o zoneamento do Plano Diretor.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que “acompanha atentamente as atualizações na divisão territorial do país, e que em caso de mudanças nos limites municipais, as devidas atualizações nos totais populacionais são implementadas em tempo hábil”.
Fonte: Agenda do Poder com informações do portal G1
No Rio, 22% dos eleitores votariam em candidato de Bolsonaro e 19% em alguém apoiado por Lula
Quatro pesquisas Quaest divulgadas neste mês mostram que, em 4 das maiores cidades do Rio de Janeiro, parcelas significativas do eleitorado votaria em um candidato apoiado por Lula (PT) ou Jair Bolsonaro (PL) mesmo que não o conhecessem.
A análise foi feita em reportagem do jornal O Globo.
Na capital, 22% dos eleitores votariam num escolhido por Bolsonaro, mesmo sem conhecê-lo; 19%, em um indicado por Lula – como a margem de erro é de três pontos percentuais, os dois padrinhos políticos estão empatados tecnicamente.
Em Duque de Caxias, a 3ª maior cidade do estado, os percentuais são ligeiramente maiores: 29% votariam num apadrinhado de Bolsonaro, mesmo desconhecido e 24%, em um de Lula (novo empate técnico.
Em Nova Iguaçu a 4ª maior, as fatias sobem para 35% e 26%, respectivamente — na cidade, então, o ex-presidente é um padrinho mais forte que o petista — entre os 4 municípios, a cidade foi a em que Bolsonaro levou a maior vantagem sobre Lula no 2º turno eleição de 2022 (veja como foi a votação em 2022 no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo).
E, em Belford Roxo, 29% dos eleitores votariam em um candidato apoiado por Lula e 28%, por Bolsonaro.
Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, os números mostram a influência elevada que Lula e Bolsonaro devem ter nas eleições de 2024.
“Nos Estados Unidos, é o padrão ter dois polos que polarizam a disputa e são capazes de mobilizar um percentual considerável do eleitorado. Em padrões brasileiros, parece muito, porque no caso brasileiros a gente ainda não teve vetores políticos tão fortes”, diz. “É neste cabo de guerra entre os dois lados que as candidaturas locais vão tentar se apoiar para buscarem alavancagem política.”
Impacto é maior para candidatos menos conhecidos
O apadrinhamento nacional em eleições municipais costuma beneficiar, principalmente, candidatos que são menos conhecidos do que os que possuem nomes consolidados, segundo Nunes.
É o caso do Rio de Janeiro, onde o apoio de Bolsonaro faz o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) saltar de 11% para 29%. O atual prefeito, Eduardo Paes (MDB), por outro lado, oscila de 51% sem o apoio de Lula (PT) para 47% com ele (a variação está dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos).
“Paes é um político tradicional, conhecido e reconhecido na cidade. Padrinhos políticos não são fundamentais para políticos com essa trajetória. Ramagem, ao contrário, é um político novo, desconhecido e pouco testado. Ter o apadrinhamento de uma liderança nacional o posiciona automaticamente em um campo calcificado com um terço das preferências eleitorais. Ele se beneficia disso”, diz Felipe Nunes.
Em Nova Iguaçu, o apoio de Lula e do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) faz as intenções de voto do empresário e ex-vereador Tuninho da Padaria (PT) subirem de 18% para 29%, uma variação acima da margem de erro; e o apoio de Bolsonaro e do atual prefeito, Rogério Lisboa (PP), fazem o vereador Dudu Reina (PDT) sair de 13% para 38%, passando do 3º para o 1º lugar na disputa.
“As eleições municipais também são marcadas pelo apoio de lideranças locais, bem ou mal avaliadas, que podem ajudar ou atrapalhar, principalmente quando o cenário é de apresentação de novo candidato à sucessão do atual prefeito”, diz Felipe Nunes.
Em Duque de Caxias, onde os melhores colocados na disputa segundo a Quaest são o ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-vereador Zito (PV); e Netinho Reis (MDB), um integrante da família Reis, da qual fazem parte o atual prefeito, Wilson Reis, e o antecessor, Washington Reis (que saiu para assumir o cargo de secretário estadual de Transportes do RJ), os impactos dos apoios são menores.
Zito vai de 40% sem para 42% com o apoio de Lula; e Netinho, de 23% sem para 29% com o apoio de Bolsonaro e de Washington Reis (ambas variações dentro da margem de erro, que é de 3 pontos).
E, em Belford Roxo, o deputado estadual mais votado do RJ em 2022, Márcio Canella (União Brasil), oscila de 55% sem para 53% com o apoio de Bolsonaro.
Já o apoio de Lula tem um impacto maior na campanha de Matheus do Waguinho (Republicanos), que vai se candidatar pela primeira vez a um cargo eletivo. Com o apoio de Lula, Matheus – que é sobrinho do prefeito, Waguinho (Republicanos), vai de 27% para 36%, uma subida 1 ponto percentual acima do limite da margem de erro, que é de quatro pontos para mais ou para menos.
Pesquisa
A Quaest fez as pesquisas no mês de junho nas cidades do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu:
Rio de Janeiro: foram ouvidos 1.145 eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 13 e 16 de junho. A margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral sob o número RJ-04459/2024.
Belford Roxo: foram ouvidos 614 eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 14 e 15 de junho. A margem de erro estimada é de 4 pontos percentuais e o nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral sob o número RJ-06957/2024.
Duque de Caxias: foram ouvidos 715 eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 14 e 16 de junho. A margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral sob o número RJ-09839/2024.
Nova Iguaçu: foram ouvidos 708 eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 14 e 16 de junho. A margem de erro estimada é de 4 pontos percentuais e o nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral sob o número RJ-08487/2024.