“É fato que Campos Neto não avisa o governo de suas pretensões em relação à política de juros, como ele disse. Avisa o mercado”, rebateu
"É fato que Campos Neto
não avisa o governo de suas pretensões em relação a política de juros, como ele
disse. Avisa o mercado. Foi o que fez, com quase um mês de antecedência, numa
palestra nos EUA, dizendo que o Copom ia mudar o ritmo do corte dos juros. E
agora está avisando de novo, em entrevista ao Estadão, que deve interromper a
queda na próxima reunião. Sabota a economia e até a política fiscal com seu
comportamento irresponsável e arrogante. A tal autonomia do BC, nas mãos
de um presidente bolsonarista, é só em relação ao governo eleito contra sua
vontade. Para o mercado e os especuladores ele entrega tudo, de mão beijada e
com antecedência", disse a presidente do PT, deputada federal Gleisi
Hoffmann, ao rebater o presidente do Banco Central, Campos Neto, após ele
dizer que não deve satisfações ao governo.
Em entrevista ao
jornal Estado de S. Paulo após a reunião do Copom que reduziu o ritmo de cortes
de juros e gerou divisão entre os diretores do Banco Central, o presidente da
instituição, Roberto Campos Neto, defendeu a forma de comunicação do Banco
Central e a mudança do “guidance”, orientação sobre a política monetária.
Questionado sobre se poderia ter informado o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, sobre a alteração da orientação antes de um evento para investidores em
Nova York, Campos Neto afirmou que nunca fez isso, nem no governo anterior, e
que não o fará agora.
"Já houve muitas mudanças de
guidance – estou aqui há seis anos – e em nenhum momento passou pela minha
cabeça ligar para o ministro Paulo Guedes para falar que achava que o guidance
ia mudar para A, B ou C. É uma prerrogativa do Banco Central, que tem
autonomia. Nunca fiz isso no governo anterior e com certeza não planejo fazer
neste", afirmou.
Fonte: Brasil 247