segunda-feira, 4 de março de 2024

Fenabrave: vendas de veículos novos aumentam quase 20% no primeiro bimestre

 O desempenho "vem refletindo a melhora no crédito", destacou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores

Carros novosCarros novos (Foto: Reprodução/TV Globo)

SÃO PAULO (Reuters) - Os emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus nos dois primeiros meses do ano subiram quase 20% na comparação com igual período em 2023, informou nesta segunda-feira a associação de concessionários, Fenabrave.

Segundo a entidade, o número de emplacamentos acumulado entre os meses de janeiro e fevereiro somou 326,8 mil unidades, aumento de 19,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Somente no segmento de automóveis e comerciais leves, o crescimento nessa base de comparação foi de 22,8%, a 307,3 mil unidades. Em fevereiro o número cresceu 2,1% contra janeiro, para 155,3 mil unidades, e subiu 29,7% ano a ano.

O desempenho "vem refletindo a melhora no crédito", de acordo com a Fenabrave. "Já é possível encontrar taxas mais atrativas para os consumidores e um cenário com maior oferta de crédito. Em fevereiro, houve alta de 18,2% nas vendas diárias dos segmentos", afirmou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr, em comunicado à imprensa.

O segmento de caminhões tem reagido, disse Andreta Jr., com os licenciamentos subindo 4,6% em fevereiro sobre o mesmo mês em 2023 e avançando 2,6% sobre janeiro, com evolução do crédito e expectativas de melhora na economia em 2024. No ano, o segmento ainda acumula baixa de 10,3%.

Incluindo motocicletas e implementos rodoviários, o crescimento nos emplacamentos no bimestre foi de quase 25% ano a ano, a 641,8 mil unidades. Na comparação de fevereiro versus janeiro, houve leve recuo de 0,98% em todo o setor, mas salto de 30% contra fevereiro de 2023.

Andreta Jr. afirmou que, como houve mudança de tecnologia dos caminhões no ano passado, o segmento de implementos descolou um pouco do de caminhões no primeiro semestre de 2023. "Em 2024, devemos ter um movimento de recomposição das vendas deste segmento."

Fonte: Brasil 247 com reportagem de Patrícia Vilas Boas na Reuters 

Justiça mantém prisão de mecânico suspeito de destruir o carro usado no assassinato de Marielle Franco

 Conhecido como Orelha, Edilson Barbosa dos Santos é suspeito de ter ajudado os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz no crime

Marielle Franco e o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha

Marielle Franco e o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha (Foto: Câmara Municipal do Rio / Reprodução )

O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) manteve a prisão preventiva do mecânico Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, suspeito de ter ajudado os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz a se desfazerem do carro GM Cobalt usado no assassinato da ex-vereadora do município do Rio Marielle Franco (Psol). 

De acordo com as investigações, Queiroz dirigia o carro de onde partiram os tiros e Lessa efetuou os disparos. Investigadores também apuram se o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, atuou na vigilância da rotina de Marielle, para ajudar na execução do crime. 

Queiroz afirmou que o sargento da PM Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, assassinado em 2021, foi quem apresentou a Lessa o "trabalho" de executar Marielle. 

Na semana passada, mais quatro suspeitos foram presos por suposta ligação com a quadrilha de Ronnie Lessa.

A ex-vereadora foi morta por integrantes do crime organizado em março de 2018. O carro onde ela estava foi perseguido por cerca de três a quatro quilômetros. A então vereadora foi assassinada em um lugar sem câmeras na região central do município do Rio. 

Fonte: Brasil 247

Freire Gomes e Baptista Jr.: como seria o golpe e por que não foi dado. Aviso de Toffoli e de Aras garantiu diplomação de Lula

 Frouxos, Bolsonaro e sua corja de aloprados tentaram criar cenário de “caos” político e social para invocar o golpismo. Militares aconselharam antecipar diplomação de Lula

General Marco Antônio Freire Gomes (à esq.) e brigadeiro Carlos Baptista JúniorGeneral Marco Antônio Freire Gomes (à esq.) e brigadeiro Carlos Baptista Júnior (Foto: Cleber Caetano / PR I Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Por Luís Costa Pinto, do 247 em Brasília - Ao cabo das 11 horas em que permaneceu na sede da Polícia Federal, em Brasília, depondo sobre as intentonas golpistas promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e os elos que as conectam à violenta tentativa de abolição do Estado Democrático ocorrida em 8 de janeiro de 2023 no Brasil, o general Freire Gomes, comandante-geral do Exército entre março e dezembro de 2022, sabia que tudo o que disse fazia sentido para os investigadores. PF e Ministério Público Federal atuam em sintonia e sob comando do procurador-geral Paulo Gonet. O ministro Alexandre de Moraes é o responsável por denunciar, ou não, o ex-presidente e a corriola golpista aos demais integrantes do Supremo Tribunal Federal. A dinâmica dos fatos narrados pelo general, chamado de “cagão” pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, não só põe Bolsonaro na condição de co-autor intelectual do golpe pretendido como determina que sejam colocados nele - em breve - os grilhões da modernidade: a tornozeleira eletrônica, que virá como medida punitiva alternativa a fim de que o réu seja monitorado até o julgamento final da ação. Tudo o que Freire Gomes contou à PF e aos procuradores encarregados de acompanhar o longo depoimento estava perfeitamente sintonizado com a versão e a dinâmica dos fatos narrados pelo brigadeiro Antônio Baptista Jr., comandante da Aeronáutica entre abril de 2021 e dezembro de 2022.

GOLPISTAS QUERIAM CENTELHA EXTERNA. ERAM FROUXOS

Havia uma certeza dominante na ala majoritária das Forças Armadas e entre os interlocutores estabelecidos por eles no Poder Judiciário, no Congresso e no Ministério Público: sem força para dar um autogolpe, o então presidente e os militares que lhe eram mais leais dificilmente agiriam de moto próprio. Queriam um estopim, um argumento, uma desculpa para endurecer o regime e instituírem uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) nacional ou a invocação do Artigo 142 da Constituição (segundo o blablablá bolsonarista, que é só lero-lero, as Forças Armadas seriam garantidoras da Ordem Constitucional e como tal poderiam ser chamadas a dirimir momentos de discórdia nacional). A centelha que incendiaria o País precisava vir, então, de alguma crise social ou institucional fabricada. Essa era a fórmula dos “laboratórios de Golpe de Estado” de Bolsonaro e de sua trupe de aloprados. E que tiraria o pino da granada ou acenderia o rastilho de pólvora podia estar num dos Poderes - um ministro do STF mais afoito, por exemplo, decretando prisão de alguém muito próximo do chefe do Poder Executivo, ou até mesmo um subprocurador determinando busca e apreensão em endereços do clã.

DIPLOMAÇÃO DE LULA, BOMBA NO AEROPORTO JK E CONFRONTO NO QG ERAM SENHAS

No fim do ano de 2022, quando a reeleição já estava perdida e Jair Bolsonaro fechou-se no Palácio da alvorada para urdir os derradeiros ataques ao Estado Democrático e forçar o açulamento dos militares golpistas, três eventos foram planejados como os detonadores do golpismo: o 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula como presidente eleito, o que pôs fim ao processo eleitoral e instituiu a figura do Governo futuro legitimamente eleito, o atentado mal sucedido (graças a Deus) no aeroporto de Brasília na manhã de 24 de dezembro e o confronto entre os generais Freire Gomes, comandante-geral do Exército, e Dutra de Menezes, Comandante Militar do Planalto, no dia 29 de dezembro. Naquela data, a três dias da posse de Lula, Dutra de Menezes ordenou uma retirada à força - não planejada - do acampamento de bolsonaristas diante do Quartel General do Exército em Brasília. Haveria resistência. Os acampados estavam armados. Havia potencial para a detonação de uma baderna, com mortos e feridos. Ainda com Bolsonaro envergando a fantasia da personagem que sempre se jactou de ser - “Comandante Supremo das Forças Armadas” - a desordem nos portões do QG do Exército seria a senha para a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem com o candidato a autocrata ainda no comando do Governo. Em síntese, esses foram alguns dos pontos relatados por Freire Gomes em seu longo depoimento. O brigadeiro Baptista Jr., da Aeronáutica, corroborou tudo.

ROTEIRO DE GOLPE FOI DEBATIDO A SÉRIO NO PLANALTO POR MILITARES

Os ex-comandantes do Exército e da Força Aérea ainda deixaram claro que o debate em torno da minuta de golpe, com decretação de Estado de Sítio e Estado de Emergência e o plano para mandar prender o ministro Alexandre Moraes, do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, de fato existiu. Nada daquilo que, hoje, soa como fantasia patética de uma choldra de malucos que vestiam uniformes militares e sentavam em cadeiras executivas do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios, era mentira. Não, não era fake news: existiu. E o cenário de decretação de um Golpe de Estado e de uma esteira golpista rolando sobre Brasília foi debatido a sério por próceres de uma gestão caquistocrática.

ARAS E TOFFOLI ALERTARAM PT, LULA, MORAES E TSE PARA ANTECIPAR DIPLOMAÇÃO

Por fim, tanto Freire Gomes quanto Baptista Jr. disseram em seus depoimentos no âmbito dos inquéritos sobre a abolição do Estado Democrático no Brasil, que no dia 25 de agosto de 2022 alertaram o então procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ministro do STF, Dias Toffoli, da possibilidade de as celebrações dos 200 anos da Independência, no 7 de setembro daquele ano eleitoral, se converter em pantomina golpista com chances de subversão a partir de badernas programadas pelos bolsonaristas que começavam a acampar diantes de quartéis. Aras e Toffoli, que haviam atuando em conjunto em 2021 - inclusive com o auxílio de Alexandre de Moraes e de Luiz Fux, do STF, e de governadores de estado e de comandantes de Polícias Militares em todo o País - para desarmar o mesmo circo golpista, puseram o bloco na rua a fim de se certificarem de que não havia uma armação latente para eclodir. Não tinha, até porque Bolsonaro estava eleitoralmente enfraquecido. 

Novamente na última semana de novembro, Aras e Toffoli foram acionados pelos comandantes militares que não davam ousadia ao golpismo bolsonarista e nem chance ao azar, para advertir de “algo que se armava” para o dia 19 de dezembro, quando Lula seria diplomado. Nem Freire Gomes, nem Baptista Jr., contaram ali da existência de uma “minuta de golpe” ou de planos para prender Alexandre de Moraes. Contudo, era disso que se tratava. Eles deram os alertas ao procurador-geral e ao ministro do STF, que acionaram contatos no governo de transição, no TSE e no próprio Supremo e no PT. Em razão disso, a diplomação de Lula foi antecipada para 12 de dezembro - desarticulando parte do núcleo que detonaria a centelha golpista. A baderna diante da sede da Polícia Federal no início da noite de 12 de dezembro foi o que puderam produzir, sem articulação alguma, de última hora.

Fonte: Brasil 247

Barroso diz que militares foram 'manipulados por má liderança' e fizeram 'papelão'

 Presidente do Supremo Tribunal Federal também afirmou que a politização das Forças Armadas foi "uma das coisas mais dramáticas para a democracia"

Luís Roberto Barroso e Jair BolsonaroLuís Roberto Barroso e Jair Bolsonaro (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF | Exército Brasileiro | Reuters/Adriano Machado)

 O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse que os militares “foram manipulados e arremessados na política, por más lideranças” e que eles fizeram um "papelão" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

"Foram manipulados e arremessados na política, por más lideranças, fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas", disse o ministro durante um evento promovido pela Faculdade de Direito da PUC-SP e Centro Acadêmico 22 de Agosto, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Apesar da afirmação, Barroso evitou citar diretamente o nome de Jair Bolsonaro (PL) como o responsável pela politização das Forças Armadas. 

Ainda segundo ele, a politização das Forças Armadas foi "uma das coisas mais dramáticas para a democracia". Ele ainda falou sobre o suposto planejamento de um golpe de Estado por parte de Bolsonaro, assessores, ministros e militares que integraram o seu governo. “As investigações vão revelando que tivemos mais próximo do que pensávamos do impensável. Nós achávamos que já havíamos percorrido todos os ciclos do atraso institucional para termos que nos preocuparmos com a ameaça de golpe de estado", disse. 

Nesta linha, Barroso listou o uso dos serviços de inteligência para perseguir adversários, incentivo aos acampamentos golpistas, desfile de tanques na Praça dos Três Poderes e ataques à imprensa, como uma articulação visando um golpe. "[Isso acabou] culminando no 8 de Janeiro, que não foi um processo espontâneo, foi uma articulação", afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

"Não podemos voltar à época em que só havia deveres e não direitos", diz Lula ao assinar proposta para motoristas de aplicativos

 Em discurso, o presidente defendeu negociações com os empresários e o Congresso Nacional para a aprovação do pacote de direitos a trabalhadores de aplicativos

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante assinatura de Mensagem de Envio ao Congresso Nacional do Projeto de Lei de Regulamentação do Trabalho por Aplicativos de Transporte de PessoasPresidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante assinatura de Mensagem de Envio ao Congresso Nacional do Projeto de Lei de Regulamentação do Trabalho por Aplicativos de Transporte de Pessoas (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

 O presidente Lula (PT) celebrou os avanços nas discussões trabalhistas durante a assinatura da Proposta de Projeto de Lei Complementar (PLC) voltada para motoristas de aplicativos na tarde desta segunda-feira (4), no Palácio do Planalto, marcando um momento histórico na busca por garantias mínimas de direitos para esses trabalhadores.

Lula iniciou seu discurso com uma dose de humor, dirigindo-se ao senador Jaques Wagner (PT-BA), e destacou a importância de convencer os empresários de setores correlatos a participarem das negociações. "O dono do iFood é da Bahia e, portanto, como todo bom baiano, a gente tem que convencê-lo a entender que é prudente ele sentar na mesa de negociação para a gente fazer um bom e grande acordo", disse o presidente.

O cerne das declarações de Lula girou em torno da necessidade de equilibrar os direitos dos trabalhadores com as demandas empresariais, evitando retrocessos. "Não podemos voltar a um tempo em que as pessoas só tinham deveres e não tinham direitos", enfatizou. “Eu pensava: como é que vamos encontrar uma solução para dar o direito aos empresários investirem e terem um lucro com isso, mas também aos trabalhadores saberem que vão prestar serviços, ser respeitados por isso e quando tiver um infortúnio na vida deles, eles não ficarão abandonados na rua da amargura. Porque se não tiver uma regulação, é isso que vai acontecer", acrescentou.

DIA HISTÓRICO - “O dia de hoje para alguns pode parecer normal. Mas a história vai provar que esse é um dia especial. É um dia especial porque há um tempo atrás ninguém acreditava que seria possível estabelecer uma mesa de negociação entre trabalhadores e empresários e fosse sair um projeto como este, que garante direitos aos trabalhadores por aplicativo de transporte de passageiros", celebrou o presidente.

Lula também destacou a necessidade de dar autonomia a empresários e trabalhadores, mas de forma a manter as garantias trabalhistas. "Vocês [quem participou da confecção da proposta e das discussões] acabaram de criar uma nova modalidade no mundo do trabalho. Foi parida uma criança nova no mundo do trabalho. As pessoas querem ter autonomia e terão, mas, ao mesmo tempo, as pessoas resolveram acordar com os empresários e com o governo de que querem autonomia mas precisam de um mínimo de garantia", enfatizou o presidente.

DIFICULDADES ESPERADAS NA NEGOCIAÇÃO - Em sua fala, Lula lembrou da resistência às mudanças tecnológicas, mas ressaltou a capacidade das categorias profissionais de se adaptarem e se organizar. Ele também destacou a importância de resolver os impasses através do diálogo e do entendimento mútuo entre trabalhadores, empresários e governo.

"Não adianta o sindicato ficar de cara ruim quando o empresário quiser reclamar de uma coisa e chamar para conversar; e também não adianta o empresário ficar de cara ruim quando os trabalhadores quiserem conversar. Para resolver esses impasses de cara feia, a gente dá um sorriso e fala o seguinte: Nós vamos vencer, somos um povo que não desiste nunca, é só a gente querer", afirmou.

Ele cobrou esforços dos ministérios envolvidos para negociar com as lideranças do Congresso Nacional pela aprovação da proposta e garantiu: “o governo federal vai fazer o máximo possível para aprovar o mais rápido possível. Vão ter pessoas contra, mas é preciso de paciência."

A PROPOSTA - O PLC assinado por Lula é resultado de um acordo no Grupo de Trabalho Tripartite, criado em maio de 2023, e representa um avanço significativo na regulamentação do trabalho por aplicativos. A proposta contempla questões essenciais como remuneração, previdência, segurança e saúde, e transparência, e será enviada ao Congresso Nacional para aprovação.

No contexto da nova legislação, os motoristas de aplicativos serão reconhecidos como "trabalhadores autônomos por plataforma" e terão direito a remuneração mínima, contribuição previdenciária, limitação de jornada e representação sindical.

A iniciativa recebeu elogios do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que destacou o esforço conjunto para garantir os direitos dos trabalhadores em um contexto de transformações no mercado de trabalho. "Desde o ano passado, estamos reorganizando esse mercado para que esses trabalhadores tenham seus direitos assegurados e para que os empregadores também tenham segurança jurídica", afirmou Marinho.

Fonte: Brasil 247


Vetado por Lula, PL que autoriza obras públicas de até R$ 1,5 milhão sem fiscalização volta à pauta do Congresso

 Projeto, que havia sido aprovado em dezembro do ano passado, foi vetado pelo presidente Lula

(Foto: Foto: Agência Brasil)

 Um projeto de lei que propõe a execução de obras públicas no valor de até R$1,5 milhão sem a necessidade de documentação, projetos orçamentários e vistorias volta à pauta do Congresso Nacional nesta semana. O projeto, que havia sido aprovado em dezembro do ano passado, foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o jornal O Globo, a expectativa é que o veto seja derrubado.

O PL foi aprovado em uma votação acelerada no final do ano passado, ocorrendo de madrugada e com o plenário praticamente vazio, contando apenas com oito votos contrários. O projeto flexibiliza as regras para licitações feitas por prefeitos e abre brechas para a redução da transparência dos gastos públicos, o que motivou o veto presidencial.

Originalmente, o projeto ampliava as situações em que as contratações poderiam ser realizadas de forma fechada, sem a divulgação prévia de ofertas e lances. Além disso, permitiria aos municípios efetuarem compras sem a necessidade de nova concorrência, utilizando a modalidade chamada de ata de registro de preços.

Atualmente, a Lei das Licitações estabelece dois modelos de disputa: "aberta", onde os lances são públicos, semelhante a um leilão, e "fechado", onde as empresas apresentam seus lances, mas estes só são conhecidos ao final do processo. “O texto aprovado pela Câmara amplia justamente as possibilidades em que o modelo de disputa fechada poderá ser usado por prefeituras, liberando para contratações acima de R$ 1,5 milhão em casos de obras, serviços técnicos de engenharia e serviços de limpeza”, destaca a reportagem. 

Além de obras públicas, o projeto também estende o modelo fechado a licitações de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. O texto não passou por nenhuma comissão antes de ser levado ao plenário da Câmara.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

APUCARANA: Mutirão da Dengue continua no Sumatra, Jaçanã e Santos Dumont


O Mutirão de Combate à Dengue vai atender nesta terça-feira (5), os residenciais Sumatra I e II, Jaçanã e Santos Dumont. As famílias desses bairros, já visitadas pelos agentes de endemias, devem colocar os materiais descartáveis nas calçadas, para serem recolhidos e encaminhados para descarte adequado.

Nesta segunda-feira, o mutirão retirou 12 caminhões caçamba – de grande porte – de materiais inservíveis nos Jardins Colonial I e II. A ação da Prefeitura de Apucarana visando eliminar criadouros do mosquito da dengue – recolhendo materiais inservíveis -, já percorreu 85 bairros em 54 dias.

O prefeito Junior da Femac reforça a solicitação para que as famílias façam a limpeza de seus quintais, retirando todo recipiente ou materiais que possam acumular água. Os bairros atendidos pelo mutirão são anunciados antecipadamente aos moradores, para que depositem os materiais nas calçadas. “Já coletamos 662 caminhões carregados de material para descarte”, informa o secretário de Serviços Públicos, Mauro Toshio.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

APUCARANA: Prefeitura e SESC ofertam cursos do Pré-aprendiz e Jovem Cidadão

 

Por meio de parceria da Prefeitura de Apucarana e do Serviço Social do Comércio (SESC) estão sendo ofertadas 300 vagas para jovens de 11 a 17 anos dentro dos programas Pré-aprendiz e Jovem Cidadão. Os cursos ofertados são de “Informática Básica”, “Preparação para o ENEM” – com aulas de redação e raciocínio lógico -, e “Iniciação Esportiva”, e ainda preparação para “Entrevista no Mercado de Trabalho”.

As inscrições serão realizadas nesta semana, nos dias 6 e 7, presencialmente no SESC Apucarana, no horário das 11h30 às 16h30. Os interessados devem estar acompanhados os pais, munidos de comprovante de matrícula e de residência, além de fotocópias do RG e do CPF.

Entre os requisitos estão ser estudante da rede pública de ensino ou dependente de trabalhador do comércio. As aulas, ministradas duas vezes por semana, começam dia 11 de março e terminam no dia 30 de novembro

O gerente-executivo do Sesc Apucarana, Ronaldo Ficagno,  detalha que das 300 vagas, 100 também serão destinadas ao curso de “iniciação esportiva”. A parceria da prefeitura com o Sesc acontece por meio da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Emprego e o Centro de Qualificação Total.

“É uma excelente oportunidade para aqueles jovens interessados em ter alguma atividade no contraturno. A prefeitura está sempre em busca de parcerias que possam agregar conhecimento e abrir oportunidades para nossos jovens”, afirma o prefeito Junior da Femac.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Apucarana instala luminárias LED na Avenida Santos Dumont

 Mais duas vias que servem de eixo de ligação na região leste de Apucarana receberam modernização do sistema de iluminação pública neste final de semana. Com ações executadas no sábado e domingo, a empresa licitada pela prefeitura viabilizou a instalação de modernas lâmpadas LED de 240 watts em toda a extensão da Avenida Santos Dumont, nas imediações da Rede Massa/TV Tibagi até o Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas. No total, foram substituídos 16 pontos que ainda eram vapor metálico 250 watts.

O prefeito Júnior da Femac relata que ainda neste final de semana foi executada troca das antigas luminárias vapor metálico da Rua José Maria Pinto, também na região, envolvendo modernização de outras 24 luminárias com tecnologia LED 150 watts. “Em uma comparação técnica, as lâmpadas em LED oferecem até cinco vezes mais luminosidade do que as antigas. Uma mudança grande de visual, que além de valorizar a cena noturna urbana, oferece mais segurança e conforto à população”, comenta o prefeito Júnior da Femac.

O superintendente municipal de Iluminação pública, Lafayete dos Santos Luz, frisa que os serviços deste final de semana integram um pacote de investimentos na região leste de Apucarana que já haviam contemplado, na semana passada, as ruas Denhei Kanashiro e Marcílio Dias. “Uma ação que faz parte de um planejamento comandado pelo prefeito Júnior da Femac que integra o plano municipal de modernização do sistema de iluminação pública. Um investimento que já chegou a mais de 80% da cidade, levando iluminação de qualidade e em tecnologia LED para a zona rural, bairros e rodovias de acessos ao município”, informou Lafayete, observando que os trabalhos de campo são executados por uma empresa especializada contrata por licitação, com supervisão da Superintendência de Iluminação Pública do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento da Prefeitura de Apucarana (Idepplan). Os recursos são oriundos da Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (Cosip).

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Boulos lidera disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas perde para Nunes no 2º turno, mostra pesquisa

 Levantamento RealTime Big Data aponta o pré-candidato do Psol na liderança em todos os cenários estimulados e também na pesquisa espontânea no 1º turno

Guilherme Boulos e Ricardo NunesGuilherme Boulos e Ricardo Nunes (Foto: Brasil 247/Wikimedia)

 Deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) está na liderança da disputa pelo comando da capital paulista. Segundo pesquisa RealTime Big Data divulgada nesta segunda-feira (4) pelo R7, Boulos é o favorito em todos os cenários estimulados e também na pesquisa espontânea. No entanto, considerada a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, o psolista está tecnicamente empatado com o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), nos principais cenários do levantamento.

Pesquisa espontânea:

  • Boulos - 8%
  • Nunes - 5%
  • Tabata Amaral - 2%
  • Kim Kataguiri (União Brasil) - 1%
  • Celso Russomano (Republicanos) - 1%
  • Ricardo Salles - 1%
  • Outros - 5%
  • Não sabem - 63%
  • Nulo/Branco - 14%

Cenário 1 (estimulado):

  • Boulos - 34%
  • Ricardo Nunes com apoio de Jair Bolsonaro  - 29%
  • Tabata Amaral - 10%
  • Kim Kataguiri - 6%
  • Marina Helena (Novo) - 1% 
  • Padre Kelmon (PRD) - 1% cada
  • Nulo/Branco - 10% 
  • Indecisos - 9%

Cenário 2 (estimulado):

  • Boulos - 34%
  • Nunes - 20%
  • Ricardo Salles - 12%
  • Tabata Amaral - 10%
  • Kim Kataguiri - 4%
  • Marina Helena - 1%
  • Nulo/Branco -10%
  • Indecisos - 9%

Cenário 3 (estimulado):

  • Boulos - 34%
  • Nunes - 21%
  • Marcos Pontes - 11%
  • Tabata Amaral - 10%
  • Kim Kataguiri - 5%
  • Maria Helena - 1%
  • Nulo/Branco - 10%
  • Indecisos - 9%

Segundo turno:

  • Nunes - 40%
  • Boulos - 38%
  • Branco/Nulo - 12%
  • Indecisos - 10%

A pesquisa, encomendada pelo blog Três Poderes, do Portal R7, em parceria com a Record, foi realizada entre entre 1 e 2 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais. O levantamento está registrado sob o número SP-033963/2024.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal R7

Embraer recebe encomenda potencial de mais de US$ 7 bi da American Airlines

 Companhia aérea norte-americana fez pedido firme envolvendo 90 aviões modelo E175 da fabricante brasileira que têm preço de tabela ao redor de US$ 55 milhões cada

(Foto: REUTERS/Denis Balibouse)

Reuters - A Embraer acertou um contrato com a American Airlines que pode superar 7 bilhões de dólares, anunciaram as empresas nesta segunda-feira.

A companhia aérea norte-americana fez pedido firme envolvendo 90 aviões modelo E175 da fabricante brasileira que têm preço de tabela ao redor de 55 milhões de dólares cada. O contrato prevê direitos de compra para outras 43 unidades do modelo.

As ações da Embraer, que antes do anúncio operavam em ligeira alta de menos de 1%, saltaram para mais de 3% após a divulgação do pedido. Às 13h33, o papel perdia fôlego mostrando alta de 1,6%, a 26,30 reais.

A Embraer afirmou que as aeronaves incluídas no pedido firme da American Airlines serão incluídas na carteira da companhia do primeiro trimestre deste ano.

Os aviões serão configurados com duas classes e capacidade 76 lugares cada. A Embraer já vendeu 837 aeronaves do E175 desde 2013, incluindo as 90 encomendadas esta segunda-feira, e tem 88% de participação no segmento, afirmou a companhia brasileira.

A empresa aérea norte-americana afirmou que pretende aposentar toda a sua frota de aeronaves regionais de 50 lugares e única classe até o final da década.

Além dos modelos pedidos junto à Embraer, a American Airlines vai comprar 85 jatos Airbus A321neo e 85 Boeings 737 MAX 10, afirmou a empresa.

O total do pedido da companhia aérea norte-americana envolve 260 aeronaves, com opções para mais 193 aviões.

Fonte: Brasil 247


Banco Asiático quer aumentar investimentos no Brasil para ligação com Pacífico, diz presidente

 Presidente do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura, Jin Liqun, afirmou que o banco pretende aumentar o investimento especialmente nas áreas de ferrovias

Jin LiqunJin Liqun (Foto: Reuters)

Reuters - O presidente do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), Jin Liqun, afirmou nesta segunda-feira que o banco pretende aumentar exponencialmente o investimento em projetos de infraestrutura no Brasil, especialmente nas áreas de ferrovias na conexão com o oeste do país e a ligação com o Pacífico.

"Até agora, realizamos projetos que não são muito grandes, mas se houver um grande projeto de infraestrutura, como uma ferrovia, que seja importante para o seu país, ou se houver projetos de conectividade indo para o oeste para alcançar o Pacífico, isso não é um problema para nós. Ficaremos mais do que felizes em fornecer financiamento para projetos de grande porte", afirmou Liqun depois de um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente do AIIB afirmou que o banco, até o momento, tem apenas três projetos de 350 milhões de dólares no Brasil, e que considera um investimento muito baixo.

A ligação com o Pacífico é uma das apostas no Brasil nas proposta de integração regional apresentada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, no final de 2023. O projeto prevê a construção de cinco rotas que abrirão caminho do Brasil até o Pacífico e reduziriam em até 7 mil quilômetros o trajeto até a Ásia.

Já há a previsão de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), além de promessas do banco dos Brics.

Criado em 2015 pela China, o AIBB tem hoje a participação de 18 países como membros fundadores, incluindo o Brasil.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Internautas não perdoam e "Bolsonaro armou criminosos" bomba nas redes

 "Santificado! Bolsonaro deve ser reconhecido como padroeiro dos criminosos", ironizou um perfil

Jair Bolsonaro e armasJair Bolsonaro e armas (Foto: Alan Santos/PR | Reuters)

 Internautas criticaram Jair Bolsonaro (PL) após a informação de que, no governo dele, o Exército liberou armas para Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs), mas que, na prática, também foram destinadas a indivíduos condenados por crimes graves, incluindo tráfico de drogas e homicídio.

Na rede social X, a expressão "Bolsonaro armou criminosos" foi parar na seção Assuntos do Momento. "Santificado! Bolsonaro deve ser reconhecido como padroeiro dos criminosos", ironizou um perfil. 

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) comentou sobre a iniciativa do Exército. "O Tribunal de Contas da União mostrou que o Exército concedeu registros de CACs a 5.235 pessoas condenadas por:  - homicídio  - ⁠tráfico de drogas - ⁠lesão corporal".

O senador Humberto Costa (PT-PE) repudiou o aumento na distribuição de armas. "Na gestão bolsonarista, o Exército emitiu licenças de CACs para condenados por crimes como tráfico de drogas e homicídio, pessoas com mandados de prisão em aberto e 'laranjas' do crime organizado".





 

 

Fonte: Brasil 247

Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica entregam Bolsonaro nas mãos de Moraes: contam à PF como seria o golpe

 O general Marco Antônio Freire Gomes e o brigadeiro Carlos Baptista Júnior revelaram à PF detalhes importantes sobre a trama golpista para impedir a posse do presidente Lula

General Marco Antônio Freire Gomes, Jair Bolsonaro e brigadeiro Carlos Baptista JúniorGeneral Marco Antônio Freire Gomes, Jair Bolsonaro e brigadeiro Carlos Baptista Júnior (Foto: Alan Santos/PR | REUTERS/Ueslei Marcelino | Roque de Sá/Agência Senado)

O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, implicaram diretamente Jair Bolsonaro (PL) na suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Ambos concederam longos e detalhados depoimentos aos investigadores e ajudaram a preencher ‘lacunas importantes do caso’, segundo envolvidos nas apurações”, diz a jornalista Bela Megale em sua coluna no jornal O Globo.

Em seus depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado por parte de integrantes do governo Bolsonaro, Freire Gomes e Baptista Júnior afirmaram que participaram de uma reunião em que se discutiu a minuta de um decreto golpista. A realização da reunião foi revelada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em sua delação premiada à Polícia Federal.

Freire Gomes prestou depoimento por cerca de 7 horas na condição de testemunha e confirmou ter participado de reuniões para discutir os termos da chamada “minuta do golpe”, que previa a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o impedimento da posse do presidente Lula. 

Ainda segundo a reportagem, “havia a dúvida, entre os investigadores, se o ex-comandante seria tratado como investigado ou testemunha. Essa decisão seria tomada de acordo com o grau de colaboração do depoimento. A avaliação foi a de que Freire Gomes adotou a postura de ajudar nas investigações e segue como testemunha”. O brigadeiro Baptista Júnior também forneceu  informações importantes aos investigadores sobre a articulação golpista e manteve o status de testemunha.

Já o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, ficou em silêncio durante a oitiva realizada pelos investigadores. Segundo a delação de Mauro Cid, ele foi o único dos três comandantes militares que teria aceitado aderir ao golpe. 

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo

Depoimento de Freire Gomes é visto no Exército como "tiro de misericórdia" em Bolsonaro

 Revelações do ex-chefe do Exército são vistas como ponto crítico na investigação e no futuro das Forças Armadas, aponta o jornalista Marcelo Godoy, especializado em temas militares

General Marco Antonio Freire Gomes e Jair BolsonaroGeneral Marco Antonio Freire Gomes e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR | Reuters)

O depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes à Polícia Federal está sendo visto como um golpe final contra Jair Bolsonaro, destaca o jornalista Marcelo Godoi, do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, para muitos, não é apenas um relato de eventos passados, mas um marco histórico carregado com o peso institucional.

Ainda de acordo com a reportagem, o depoimento de Freire Gomes também revela o temor dentro da instituição militar em relação às possíveis intenções de Bolsonaro.

Freire Gomes revelou detalhes sobre a pressão política enfrentada dentro do Exército, destacando episódios que expõem as divisões internas e os dilemas éticos enfrentados pelos militares. O depoimento também lança luz sobre a complexa trama política que envolveu tentativas de manipulação das Forças Armadas para fins políticos, especialmente durante o período eleitoral de 2022.

Os colegas de Freire Gomes argumentam agora que, caso ele tivesse denunciado Bolsonaro à Justiça ou exposto o golpe, seria incapaz de provar a trama e enfrentaria sua própria destituição. No entanto, há críticas sobre sua suposta omissão, alegando que, ao ter conhecimento dos planos no Planalto, deveria ter procurado o Ministério Público. O desembargador aposentado Walter Maierovitch afirma que, do ponto de vista legal, a subordinação ao presidente descaracteriza o crime, tornando a questão uma discussão ética ou moral, não legal.

Até pouco antes de seu depoimento, os bolsonaristas esperavam envolver Freire Gomes na investigação, utilizando sua figura institucional para proteger o Exército e obter a solidariedade dos quartéis. Esse movimento é característico de "maus militares", que buscam proteger uns aos outros em detrimento da transparência e da integridade institucional.

Bolsonaro evitou eventos militares desde que as investigações revelaram as tramas e ofensas perpetradas por antigos colegas. As revelações da PF identificaram os responsáveis pela campanha difamatória contra os generais legalistas em 2022, aumentando a expectativa de que o depoimento de Freire Gomes leve à responsabilização do ex-presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornalista Marcelo Godoi, do jornal O Estado de S. Paulo

Lula assina proposta de Projeto de Lei que cria direitos para motoristas de aplicativos

 Proposta prevê pagamento de hora trabalhada no valor de R$ 32,09 e salário mínimo de R$ 1.412. Medidas envolvem eixos de remuneração, previdência, segurança e saúde e transparência

Luiz Inácio Lula da Silva e apps da Uber e 99Luiz Inácio Lula da Silva e apps da Uber e 99 (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Reprodução)

 O presidente Lula (PT), assina, nesta segunda-feira (4), às 15h, em cerimônia no Palácio do Planalto, uma Proposta de Projeto de Lei Complementar (PLC) que tem por objetivo garantir direitos mínimos para motoristas de aplicativos. O documento aponta para a criação de mecanismos previdenciários e melhoria das condições de trabalho, a partir de quatro eixos: remuneração, previdência, segurança e saúde e transparência. O PLC será enviado ao Congresso Nacional e, caso seja aprovado, entrará em vigor após 90 dias.

O PLC é resultado de acordo no Grupo de Trabalho Tripartite, criado em maio de 2023, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com representantes dos trabalhadores, das empresas e do Governo Federal e teve acompanhamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT) entre outros.

O “trabalhador autônomo por plataforma”, nome para fins trabalhistas da nova categoria, receberá R$ 32,09 por hora de trabalho e remuneração de, ao menos, um salário-mínimo (R$ 1.412) e contribuição de 7,5% ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O período máximo de conexão do trabalhador a uma mesma plataforma não poderá ultrapassar 12 horas diárias. Para receber o piso nacional, o trabalhador deve realizar uma jornada de 8 horas diárias efetivamente trabalhada.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, o Brasil tinha 778 mil pessoas que exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, representando 52,2%, de um total de 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, o equivalente a 1,7% da população ocupada no setor privado.  O levantamento mostra que enquanto 44,2% dos ocupados no setor privado estavam na informalidade, entre os trabalhadores de aplicativos esse percentual chega a 70,1%.

Vários países do mundo discutem a regulação do trabalho com as empresas que operam aplicativos, de modo a reconhecer a responsabilidade destas com os trabalhadores e trabalhadoras.

Hoje, o segmento dos trabalhadores e trabalhadoras de aplicativos são unânimes nas reclamações pela falta de direitos. Muitos profissionais relatam rotinas com muitas horas de trabalho, alto custo com manutenção dos carros, aumento da instabilidade financeira, falta de cobertura previdenciária em casos de ausência por doença ou força maior e desgastes físico e emocional.

MINISTRO LUIZ MARINHO FALA SOBRE A PROPOSTA - “ O mercado de trabalho brasileiro sofreu um grande retrocesso entre 2016 e 2022 no Brasil nas relações de trabalho e nas leis trabalhistas, empurrando os trabalhadores para informalidade”, afirmou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. ‘Desde o ano passado, estamos reorganizando esse mercado para que esses trabalhadores tenham seus direitos assegurados e para que os empregadores também tenham segurança jurídica", acrescentou.

Marinho destacou os debates que duraram mais de um ano sobre a regulamentação deste setor e celebrou a proteção social conquistada :“A lei dos aplicativos é um exemplo disso, durante um ano, a mesa tripartite debateu a regulamentação para trabalhadores que prestam serviços por meio de plataformas de transporte de pessoas. Criou-se uma categoria especial para os motoristas de aplicativo – o “trabalhador autônomo por plataforma”, que passa a ter proteção social, com o acesso a vários benefícios trabalhistas como outros trabalhadores”

As propostas do Projeto de Lei Complementar

Cobertura dos custos - Para cada hora efetivamente trabalhada, será pago um valor de R$ 24,07/hora, destinado a cobrir os custos da utilização do celular, combustível, manutenção do veículo, seguro, impostos, entre outros. Esse valor é indenizatório e não compõe a remuneração.

Previdência - Os trabalhadores e trabalhadoras serão inscritos obrigatoriamente no Regime Geral da Previdência Social (RGPS), com regras específicas para o recolhimento da contribuição de cada parte (empregados e empregadores):

  • 1) Os trabalhadores irão recolher 7,5% sobre os valores referentes à remuneração (que compõe 25% da hora paga, ou seja, R$ 8,02/hora);
  • 2) Os empregadores irão recolher 20% sobre os valores referentes à remuneração (que compõe 25% da hora paga, ou seja, R$ 8,02/hora);

As empresas devem realizar o desconto e repassar para a Previdência Social, juntamente com a contribuição patronal.

Auxílio maternidade – As mulheres trabalhadoras terão acesso aos direitos previdenciários previstos para os trabalhadores segurados do INSS.

Acordo coletivo tripartite - O trabalhador em aplicativo será representado por entidade sindical da categoria profissional “ motorista de aplicativo de veículo de quatro rodas”. As entidades sindicais terão como atribuições: negociação coletiva; assinar acordo e convenção coletiva; e representar coletivamente os trabalhadores nas demandas judiciais e extrajudiciais de interesse da categoria.

Sobre o Grupo de Trabalho Tripartite : As centrais sindicais que participaram do Grupo Tripartite foram: Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Os representantes das empresas Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), iFood, Uber, Zé Delivery, Lalamove, Movimento de Inovação Digital (MID), Mercado Livre, Rappi, 99, inDrive, Mercado Livre, Rappi, Associação Latino-Americana de Internet (Alai).

O grupo do governo federal que trabalhou na construção do documento teve representantes dos Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), da Previdência Social (MPS), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), da Fazenda (MF), da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Casa Civil e da Secretaria Geral da Presidência da República e da Advocacia Geral da União (AGU).

[Com informações da Agência Gov e do Ministério do Trabalho e Emprego]