terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Trepanação: entenda a cirurgia cerebral realizada em Lula

Procedimento foi necessário para drenar uma hemorragia intracraniana causada por uma queda doméstica

    (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Na madrugada desta terça-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por uma cirurgia de emergência no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após ser diagnosticado com uma hemorragia intracraniana decorrente de uma queda doméstica sofrida em outubro. O procedimento realizado foi uma trepanação, técnica cirúrgica usada para aliviar a pressão no cérebro e drenar o sangue acumulado, destaca o jornal O Globo.

A equipe médica optou pela trepanação após exames de imagem indicarem um hematoma subdural, um tipo de sangramento que ocorre entre o cérebro e a dura-máter, a camada mais externa que reveste o órgão. Segundo o neurocirurgião Marcos Stavale, responsável pela operação, esse tipo de hemorragia pode se desenvolver semanas após um trauma aparentemente leve, o que explica a demora nos sintomas relatados pelo presidente.

◉ Como a Trepanação Funciona?

A trepanação consiste na perfuração do crânio para criar um canal de drenagem, aliviando a pressão cerebral causada pelo acúmulo de sangue. Segundo o neurocirurgião André Gentil, do Hospital Israelita Albert Einstein, esse método é indicado quando o sangramento está em estado liquefeito, facilitando a remoção sem a necessidade de abrir grandes áreas do crânio, como seria feito em uma craniotomia.

“Em casos como o de Lula, uma sonda é inserida por meio do orifício feito no crânio, alcançando a região afetada para drenar o hematoma”, explicou Gentil. “Usamos brocas de alta precisão e dispositivos de segurança que garantem a parada automática para evitar perfurações mais profundas.”

◉ Riscos e Recuperação

Apesar de soar complexa, a trepanação é considerada um procedimento de rotina na neurocirurgia e apresenta baixo risco quando realizada por profissionais experientes. Segundo a equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, Lula não apresentou lesões cerebrais e suas funções neurológicas foram preservadas.

“O sangramento foi completamente drenado e o cérebro não sofreu nenhum comprometimento funcional”, assegurou o médico Roberto Kalil, responsável pelo acompanhamento clínico do presidente. Ele também afirmou que não há expectativa de sequelas após a cirurgia.

Com o sucesso do procedimento, Lula deve permanecer três dias na UTI e cerca de uma semana internado para monitoramento e recuperação total.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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