segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Temer recua e agora diz que PF levantou 'indícios fortíssimos' de tentativa de golpe

"Houve por tudo o que se sabe, por tudo o que a Polícia Federal já levantou, indícios fortíssimos. Agora, eles estão sendo investigados", disse

Michel Temer (Foto: Reuters)

O ex-presidente Michel Temer (MDB) voltou a se pronunciar sobre o indiciamento doe Jair Bolsonaro (PL) e de militares de alta patente na investigação da Polícia Federal (PF), que apura um suposto plano de golpe de Estado em 2022. Em entrevista divulgada neste domingo (8) pela revista Veja, Temer afirmou que, apesar dos “indícios fortíssimos” apresentados até o momento, não se pode condenar os envolvidos sem uma investigação mais aprofundada.

Em declarações anteriores, o emedebista havia minimizado a possibilidade de um golpe, afirmando que o clima no Brasil não favorecia tal ação e que as Forças Armadas não estavam dispostas a apoiar uma ruptura institucional. "Golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer", disse na ocasião.

“A investigação tem que ser feita. Houve, por tudo o que se sabe, por tudo o que a Polícia Federal já levantou, indícios fortíssimos. Agora, eles estão sendo investigados”, disse Temer. Ele também se posicionou sobre as possíveis motivações de Bolsonaro, mencionando que o ex-mandatário nega envolvimento no plano, mas que o processo investigativo deve seguir para esclarecer o caso. "Acho que a partir daí é que se pode chegar a alguma conclusão. Se o ex-presidente sabia ou não sabia, ele nega permanentemente, eu não saberia dizer", disse Temer na entrevista.

Em relação às Forças Armadas, Temer reforçou a ideia de que, embora alguns militares estivessem dispostos a apoiar a tentativa de golpe, a maior parte da instituição não se envolveu. “Talvez uns e outros das Forças Armadas pretendessem [o golpe], mas o conjunto delas não quis o golpe”, destacou o ex-presidente, que acredita na estabilidade da democracia no Brasil. "Há uma consciência em todos os setores de que a democracia é o melhor sistema para o nosso País", afirmou.

Temer também se referiu às invasões das Sedes dos três Poderes, no dia 8 de janeiro, ocorridas no dia seguinte à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como uma tentativa frustrada de golpe. Para ele, o ataque aos Três Poderes representou uma “aspiração pelo golpe”, mas não teve sucesso. "Foi uma agressão aos Três Poderes, mas não prosperou", disse.

O relatório final da Polícia Federal sobre a intentona golpista resultou no indiciamento de 37 pessoas incluindo Jair Bolsonaro no plano golpista que previa também o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Além do ex-mandatário, também foram indiciados os ex-ministros e generais Water Braga Netto e Augusto Heleno, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

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