quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Tarcísio aponta Milei, que causou catástrofe na Argentina, como exemplo a seguir

Sob Milei, metade dos argentinos vive abaixo da linha de pobreza
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), exaltou as políticas econômicas do presidente argentino Javier Milei como um modelo para o Brasil. “A Argentina sabe exatamente o que está fazendo. O Milei sabe exatamente, o [Luis] Caputo [ministro da Economia da Argentina] sabe exatamente. Eles cortaram 30% da despesa do governo. Nenhum país do mundo que não tenha passado por uma situação de guerra fez um corte tão significativo quanto a Argentina está fazendo”, declarou.

Embora Tarcísio tenha apontado uma “redução consistente da inflação” e “crescimento nominal” como méritos das políticas de Milei, a realidade vivida pela população argentina revela uma crise social devastadora. Um levantamento recente do Observatório Social da Universidade Católica Argentina mostra que 49,9% da população está abaixo da linha de pobreza, o que representa cerca de 23 milhões de pessoas.

As políticas ultraliberais de Milei incluíram cortes profundos nas despesas públicas, o que provocou um colapso nos serviços básicos e na infraestrutura social. Obras públicas foram congeladas e milhares de trabalhadores do setor público foram demitidos. A combinação de inflação e desvalorização cambial deteriorou rapidamente o poder de compra dos argentinos.

Realidade econômica versus retórica - Enquanto Tarcísio exalta os supostos êxitos econômicos argentinos, economistas destacam que qualquer estabilização recente ocorre às custas de um custo social altíssimo. O desemprego no setor privado aumentou, e o mercado imobiliário passou a operar quase exclusivamente em dólares, tornando moradia uma realidade inatingível para boa parte da população.

Se a Argentina “sabe o que está fazendo”, como afirma o governador paulista, os números sociais indicam que o preço pago pela sociedade é desumano. Transformar esse modelo em inspiração para o Brasil implica assumir riscos profundos para milhões de brasileiros que dependem de serviços públicos essenciais e empregos formais.

Fonte: Brasil 247

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