sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

STF julga novo pedido de Bolsonaro para afastar Moraes do caso do golpe

ministro Alexandre de Moraes sério, com bandeira do Brasil ao fundo
Ministro Alexandre de Moraes, do STF – Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta sexta-feira (6) o julgamento do pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria dos processos relacionados à tentativa de golpe de Estado de 2022 e aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Com informações da Folha de S.Paulo.

Em fevereiro, o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, já havia negado a solicitação, que agora será analisada no plenário virtual do STF, com o julgamento se estendendo até sexta-feira (13).

Além do pedido de Bolsonaro, outros 191 réus relacionados aos casos também solicitaram a remoção de Moraes, com todos os pedidos sendo rejeitados por Barroso. A argumentação central de todos os pedidos é que a imparcialidade do ministro estaria comprometida, pois ele também é um dos alvos da investigação sobre os atos golpistas.

A expectativa é de que o colegiado do STF rejeite novamente o pedido, visto que não há no tribunal espaço para questionar a imparcialidade de um ministro que é, simultaneamente, parte envolvida no processo. Alexandre de Moraes conta com o apoio de seus colegas de corte para seguir com a condução dos processos sob sua relatoria, apesar de ser um dos principais alvos das investigações.

Os advogados de Jair Bolsonaro apresentaram uma arguição de impedimento, alegando que o magistrado deveria ser afastado do caso devido às causas de suspeição e impedimento previstas no Código de Processo Penal (CPP).

ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falando em microfone com bandeiras ao fundo, sério
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Divulgação

Barroso, ao rejeitar o pedido, afirmou que as alegações não são suficientes para caracterizar as situações legais que justificariam a remoção do ministro, ressaltando que são necessárias provas objetivas e específicas para demonstrar a imparcialidade comprometida.

A solicitação foi apresentada logo após a Polícia Federal realizar uma busca na casa de Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em fevereiro. Os advogados do ex-presidente argumentam que os documentos de investigação e decisões judiciais mencionam o ministro mais de 20 vezes, sugerindo que ele foi diretamente visado na trama golpista. A defesa afirma que isso compromete a imparcialidade de Moraes.

Em novembro, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra quatro militares e um policial federal suspeitos de planejar um atentado contra o então presidente eleito, Lula (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes. A representação policial afirmou que os suspeitos consideraram até o uso de artefatos explosivos para atacar o magistrado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apoiou a decisão de Barroso, destacando que as investigações não têm uma vítima individualizada, mas sim uma ameaça ao Poder Judiciário e ao sistema eleitoral. A PGR argumentou que as ações investigadas são voltadas à coletividade e não a uma pessoa específica.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário