sábado, 7 de dezembro de 2024

PT aprova resolução com críticas à Faria Lima e à “sabotagem” de Campos Neto


Roberto Campos Neto. Foto: Divulgação

O PT lançou duras críticas aos “especuladores” da Faria Lima, responsabilizando-os pela “maior alta do dólar na história” após o anúncio do pacote de cortes de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. De acordo com a legenda, a equipe econômica formulou um conjunto de medidas voltadas para melhorar o ambiente fiscal e econômico do país, mas enfrentou um ataque especulativo imediato.

“Trata-se de uma manobra claramente política para debilitar o governo e impedir avanços no desenvolvimento e na justiça social”, destacou a resolução do partido. As críticas à elite financeira foram acompanhadas de elogios à postura de Haddad e às propostas econômicas, mas o PT apontou que “as elites econômicas mantêm uma postura especulativa, frequentemente em desacordo com os interesses populares, pressionando por cortes em gastos sociais e ameaçando o bem-estar coletivo.”

O documento também não poupou Campos Neto, presidente do Banco Central, chamando-o de “serviçal do sistema financeiro” que inventa “falsos pretextos” para justificar altas nas taxas de juros. O partido acusou o Comitê de Política Monetária (Copom) de favorecer banqueiros em detrimento da atividade econômica, mesmo com diretores indicados por Lula, como Gabriel Galípolo, votando a favor da elevação da Selic.

Os dirigentes afirmaram que as conquistas do governo, como a redução do desemprego e o menor índice histórico de pobreza, “nem sempre são percebidas pela sociedade devido à timidez de alguns porta-vozes em confrontar abertamente forças conservadoras.”

A resolução também sugeriu que Lula adote uma postura mais assertiva no embate político contra a extrema direita, utilizando cadeias de rádio e TV para comunicar os avanços do governo. “Corações e mentes jovens das favelas e subúrbios de médias e grandes cidades anseiam por uma vida melhor”, pontuou o documento, ressaltando que “povo não come PIB” e que é necessário engajar diretamente a população para fortalecer a base de apoio do partido.

Presidente Lula. Foto: Divulgação
O PT reafirmou a necessidade de combater o radicalismo da extrema direita, convocando mobilizações para o dia 10 de dezembro contra o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

O partido também avaliou o cenário internacional, alertando para os riscos representados pela eventual vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, que colocaria em xeque organismos multilaterais e tratados internacionais importantes para o Brasil.

Por outro lado, celebrou as vitórias de Claudia Sheinbaum no México e Yamandú Orsi no Uruguai, além de destacar a parceria estratégica entre Brasil e China como avanços para a integração latino-americana.

O PT ainda reafirmou seu apoio ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que tem ameaçado o governo com novas mobilizações por descontentamento com a política agrária. A legenda destacou a meta de assentar 60 mil famílias em 2025 como um compromisso essencial para os trabalhadores do campo, reconhecendo a importância de não deixar essas pautas de lado.

Fonte: DCM

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