quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Polícia Federal já fez novas apreensões após entrega de relatório sobre trama golpista, diz diretor-geral

Andrei Rodrigues também disse que "existem petições que aguardam diligências, que continuam sendo cumpridas, inclusive com a oitiva de novas pessoas"

Delegado Andrei Passos (Foto: ABR | Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, informou que a corporação fez novas apreensões de materiais após a divulgação do relatório da Operação Contragolpe, que desmantelou uma trama golpista que envolvia o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes.

“O inquérito principal foi concluído, mas existem petições anexas que aguardam as diligências, que continuam sendo cumpridas, inclusive com a oitiva de novas pessoas conforme a recente determinação do ministro relator, Alexandre de Moraes”, afirmou o delegado nesta quarta-feira (4), de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

O relatório de 884 páginas, divulgado na última terça-feira (26), indiciou Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas, incluindo militares de alto escalão e ex-ministros, mas deixou lacunas quanto ao conhecimento do ex-mandatário Bolsonaro sobre o plano, codificado como “Punhal Verde e Amarelo”, que visava a morte dos alvos citados.

Rodrigues também abordou a questão do codinome "Juca", utilizado pelos militares investigados para se referir a um dos alvos do plano. A identidade do "Juca", assim como a de outros alvos, permanece em segredo.

Ainda segudno a reportagem, durante o encontro com jornalistas no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal, Rodrigues também comentou sobre a investigação da “Abin Paralela” – um suposto esquema de monitoramento ilegal de adversários e críticos do governo Bolsonaro, que inclui jornalistas, parlamentares e membros do STF. O delegado revelou que há esforços para concluir este inquérito até o final de 2024.

“Em relação à Abin Paralela, o trabalho segue em andamento, e há a expectativa de conclusão ainda este ano. A investigação está tomando o tempo necessário para que todos os aspectos sejam devidamente apurados”, afirmou Rodrigues. O diretor-geral também destacou que a operação Contragolpe revelou táticas de ocultação de rastros pelos militares envolvidos, que teriam estudado o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco para dificultar investigações.

“O que se percebeu é que havia uma intenção de dificultar eventuais investigações. Eles estudaram o caso Marielle para aprender como se evadir e não deixar rastros”, detalhou o delegado. Ele acrescentou que, além de tomarem precauções como habilitar celulares em nome de terceiros, os envolvidos no plano usaram transporte alternativo para evitar o rastreamento.

Em relação às metas da Polícia Federal para 2025, Andrei Rodrigues mencionou que a corporação planeja a realização de um concurso para contratar 1.800 novos policiais e 700 agentes administrativos. Além disso, o orçamento da PF para o próximo ano está sendo ampliado, com uma previsão de aumento de R$ 800 milhões, a fim de reforçar a estrutura da instituição.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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