Fabio Baena, delegado preso pela PF nesta terça (17) suspeito de corrupção, venda de proteção a criminosos e facilitação de lavagem de dinheiro da facção – Foto: Reprodução
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (17), um delegado e três policiais civis de São Paulo suspeitos de colaborar com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação, batizada de Tacitus, também busca cumprir um mandado de prisão contra outro policial, que é considerado foragido. Os envolvidos são acusados de corrupção, venda de proteção a criminosos e facilitação de lavagem de dinheiro da facção.
A operação é fruto de investigações realizadas pela PF em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil. A Justiça autorizou buscas e apreensões, bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens dos investigados.
Delação e investigados
Entre os presos está o delegado Fabio Baena, acusado de extorsão em uma delação feita por Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Gritzbach havia apontado Baena como responsável por manipular investigações enquanto comandava um caso envolvendo o PCC. A defesa do delegado não foi localizada até o momento.
O investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro e o agente da Polícia Civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, também são alvos da PF.
Rogerinho é conhecido por ter atuado na segurança particular do cantor bolsonarista Gusttavo Lima. Ele chegou a viajar para a Grécia junto com o artista para celebrar o último aniversário do cantor.
Todos atuavam no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e foram afastados das funções por causa das denúncias.
Operação Tacitus
As investigações revelam que a organização movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018, utilizando imóveis e empresas de fachada para ocultar o dinheiro. Além disso, os policiais são suspeitos de desviar bens apreendidos durante operações policiais.
Ao todo, 130 agentes participaram da operação, cumprindo 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital paulista e em cidades do interior, como Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Corregedoria acompanha o caso de perto.
Os crimes investigados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de capitais. Segundo o Ministério Público, as penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão, dependendo da conduta de cada envolvido.
A operação recebeu o nome “Tacitus”, termo em latim que significa silencioso, uma referência ao modo de agir da organização criminosa, que operava discretamente para não levantar suspeitas.
O esquema envolvia manipulação de investigações, vazamento de informações sigilosas e venda de proteção aos criminosos. A PF continua as diligências para localizar o policial que permanece foragido.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário