Operação Overclean mira fraudes em contratos públicos que somam R$ 1,4 bilhão; 17 são presos e R$ 162 milhões são bloqueados
(Foto: Divulgação/PF)
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira (10) a "Operação Overclean", visando desarticular uma organização criminosa acusada de fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro. A ação acontece simultaneamente na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
De acordo com a Polícia Federal, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva e 42 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens que incluem R$ 162 milhões, três aeronaves, três barcos, imóveis de luxo e dezenas de veículos de alto padrão.
Reportagem do G1 apurou que 26 dos mandados estão sendo cumpridos em Salvador. Entre os presos estão:
● José Marcos Moura, empresário conhecido como "Rei do Lixo", proprietário da MM Limpeza Urbana;
● Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia;
● Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, servidor da Secretaria de Educação de Salvador (Smed).
Como funcionava o esquema
As investigações revelaram que o grupo criminoso operava uma rede sofisticada de corrupção e lavagem de dinheiro, usando empresas de fachada e "laranjas" para desviar recursos públicos. O esquema envolvia contratos fraudulentos vinculados a emendas parlamentares e convênios firmados com administrações municipais.
Modus operandi:
- Captação de servidores públicos: Operadores regionais cooptavam servidores para direcionar recursos e garantir contratos fraudulentos;
- Superfaturamento de contratos: Obras e serviços eram superfaturados, com valores acima das tabelas de mercado;
- Pagamentos de propinas: Os repasses ilícitos eram realizados por meio de empresas de fachada ou transações em espécie, dificultando a rastreabilidade dos valores.
A Receita Federal também identificou movimentações financeiras incompatíveis, omissão de receitas e aumento patrimonial injustificado entre os investigados. Relatórios fiscais detalharam operações suspeitas que serviram como base para a operação.
Crimes e penas previstas
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva (pena de 2 a 12 anos de reclusão), peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Caso condenados, os envolvidos podem enfrentar penas que, somadas, ultrapassam 50 anos de prisão, além de multas.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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