terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Pena dura a Roberto Jefferson imposta por Moraes é vista como ‘prévia’ para Bolsonaro

Sentença é interpretada como sinal do que pode ocorrer no julgamento do ex-presidente, cujo caso está sob relatoria do mesmo ministro

Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Ueslei Marcelino)

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro estão acompanhando com apreensão o julgamento do ex-deputado federal Roberto Jefferson no Supremo Tribunal Federal (STF). Na última segunda-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou por condenar Jefferson a nove anos, um mês e cinco dias de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, calúnia, homofobia e incitação ao crime de dano qualificado.

Como Moraes também é relator do inquérito que investiga Bolsonaro e mais 36 pessoas por suposta trama golpista, o veredicto no caso de Jefferson foi interpretado, de acordo com informações da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, como uma prévia do que pode ocorrer quando o julgamento do ex-presidente for levado ao plenário. “Moraes aplicou uma dosimetria pesadíssima no caso do Jefferson”, afirmou um interlocutor próximo a Bolsonaro, indicando que o ex-presidente também deve enfrentar um julgamento rigoroso.

A Polícia Federal atribuiu a Bolsonaro crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Somadas, as penas podem alcançar até 28 anos de prisão — o triplo do que foi imposto a Jefferson.

Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode classificar Bolsonaro como “mentor intelectual” dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Histórico de Jefferson

Roberto Jefferson foi denunciado pela PGR devido a declarações dadas em seis entrevistas e em um vídeo publicado em 2021. Em suas falas, ele incitou seguidores a invadirem o Senado, agredirem parlamentares e atacarem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também fez discursos homofóbicos, referindo-se à comunidade LGBT como uma ameaça à "moral da família".

Preso em outubro de 2022, após disparar 50 tiros e lançar três granadas contra policiais federais que cumpriam mandados de busca em sua residência, Jefferson alegou problemas de saúde para ser transferido para um hospital particular, onde está internado desde então.

Fonte: Brasil 247

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