sábado, 7 de dezembro de 2024

Papa nomeia brasileiro adepto da Teologia da Libertação como novo cardeal


Dom Jaime Spegler, que será nomeado cardeal da igreja católica pelo Papa Francisco. Foto: reprodução

O papa Francisco realizará neste sábado (7) uma cerimônia no Vaticano para nomear 21 novos cardeais da Igreja Católica, reforçando sua influência na escolha de seu futuro sucessor e ampliando a diversidade geográfica do colégio cardinalício. Entre os indicados, cinco são latinos, incluindo o arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, único brasileiro da lista.

Dom Jaime, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou a importância de seu novo papel. “A expectativa é poder responder à altura ao que o papa pedia, ajudando-o em seu ministério de Bispo de Roma para o bem de todo o povo santo de Deus”, afirmou ao Estadão.

O futuro cardeal também comentou sobre o celibato clerical, tema sensível dentro da Igreja. Para ele, as discussões em torno da disciplina são positivas, pois impulsionam um maior aprofundamento.

Papa Francisco, a autoridade máxima da igreja católica. Foto: Alessia Giuliani/Hans Lucas via Reuters Connect

Dom Jaime destacou que comunidades enfrentam a falta de padres e, consequentemente, anos sem celebração da Eucaristia. Ele considera o celibato uma questão antropológica, psicológica e teológica que merece atenção, ressaltando que não se trata de um dogma de fé, mas de uma disciplina que pode ser revista.

Além de Dom Jaime, outros religiosos de destaque serão nomeados, incluindo o arcebispo de Lima, no Peru, Carlos Gustavo Castillo Mattasoglio. Em artigo recente, Castillo criticou o movimento conservador peruano Sodalitium Christianae Vitae, classificando-o como um “experimento fracassado” e uma tentativa de ressuscitar o fascismo na América Latina usando métodos sectários.

Em 2022, em entrevista ao Brasil de Fato, o religioso marcou sua posição em relação às eleições presidenciais ocorridas no país, ao dizer que “quem promove mentiras não merece o voto, pois não é confiável”. Ele também defende que o cristão “não pode permanecer indiferente diante de situações que atingem a muitos: miséria, fome, falta de trabalho digno, falta de espaço para ter casa própria digna, segurança, saúde, educação com qualidade”.

Fonte: DCM

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