terça-feira, 24 de dezembro de 2024

“O Brasil não está em crise, não se justifica a pressão que o capital financeiro faz”, diz Valter Pomar

Historiador e analista político afirma que as demandas por cortes e juros altos beneficiam os mais ricos e penalizam os setores mais pobres

(Foto: ABR | Brasil247)

Durante entrevista ao programa Contramola, transmitido pela TV 247, o historiador e analista político Valter Pomar criticou as pressões do capital financeiro sobre o governo federal. Segundo ele, o Brasil vive uma situação econômica administrável, sem justificativa para medidas de austeridade que penalizam os mais pobres.

“O Brasil não está em crise. A massa salarial está crescendo, e a situação econômica não é algo que possa ser chamado de catastrófico”, afirmou Pomar. Ele destacou que o principal problema do país é a taxa de juros elevada, que prejudica a economia e beneficia apenas setores privilegiados. “A pressão por déficit zero e juros altos não se justifica. Frente a isso, a postura do governo deveria ser: não aceitaremos transferir para os setores mais pobres a pressão do grande capital.”

Pomar também criticou a ausência de medidas concretas contra privilégios fiscais de grandes empresários e subsídios. “O problema fiscal não é causado pelo excesso de pessoas recebendo Bolsa Família ou Benefício de Prestação Continuada (BPC). É causado pela taxa de juros e pelos subsídios às grandes empresas. Nenhum desses dois pontos foi afetado pelos pacotes aprovados.”

A fala do analista também incluiu críticas ao arcabouço fiscal. “O governo criou uma armadilha para si ao aprovar metas irreais, como o déficit zero. Essa postura força concessões sucessivas que apenas atendem aos interesses do grande capital.”

Pomar concluiu sugerindo que o governo revise sua estratégia para evitar que a pressão do capital financeiro resulte em políticas que enfraqueçam seu apoio popular. “É possível operar de outra maneira. Não precisamos nos sujeitar a essas exigências.”

Assista:

 

Fonte: Brasil 247

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