Áudios de ex-comandante da PM-DF sugerem alinhamento de defesas de envolvidos no ataque
Estátua do STF 'A Justiça' vandalizada no 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)
O Ministério Público do Distrito Federal solicitou à Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) a abertura de uma investigação sobre áudios que envolvem a ex-comandante do batalhão responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios, tenente-coronel Kelly Cezário.
Nos áudios, Kelly sugere que a defesa do major Flávio Alencar, um dos réus no caso do ataque golpista de 8 de janeiro de 2023, se alinhe à defesa do então comandante-geral da PM-DF, Fábio Augusto, e do ex-ajudante de ordens dele, capitão Josiel Pereira César. O pedido foi feito pelo promotor Flávio Milhomem nesta quinta-feira (26) ao corregedor-geral da PM-DF, coronel Leonardo Siqueira dos Santos, após a divulgação da reportagem pela Folha de S. Paulo na quarta-feira (25).
Nos áudios, Kelly Cezário, que estava de férias no dia do ataque e foi substituída pelo major Alencar no comando do 6º Batalhão da PM-DF, sugere que a advogada de Alencar busque alinhamento com a defesa de Fábio Augusto e Josiel Pereira. Esses dois oficiais também estão sendo investigados em relação aos eventos de 8 de janeiro, quando manifestantes golpistas invadiram os prédios dos Três Poderes. O major Alencar é réu em uma ação penal por omissão no caso, mas Kelly não foi denunciada até o momento, embora apurações ainda estejam em curso, com investigações sob sigilo.
A tenente-coronel Kelly Cezário, que comandava o batalhão responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios, foi exonerada do cargo após o episódio e atualmente ocupa a função de supervisora de operações no Centro Integrado de Operações da Secretaria de Segurança Pública do DF. Ela foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou sobre as gravações.
A revelação dos áudios gerou uma nova frente de investigações sobre possíveis falhas e omissões de membros da PM-DF durante os ataques de 8 de janeiro, levantando dúvidas sobre o envolvimento de altos oficiais da corporação nos eventos daquele dia. O MPagora aguarda o andamento da investigação solicitada, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades nos procedimentos internos da PM-DF e nas orientações passadas aos advogados dos militares envolvidos.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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