quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Mercado desacredita no arcabouço fiscal e eleva reprovação do governo Lula a 90%, aponta pesquisa Quaest

61% veem Haddad mais fraco do que no início do governo e sua avaliação passou de 50% para 41%


A segunda rodada de 2024 da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, da Genial/Quaest, mostra forte alta na reprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de 64% para 90% em relação a março. No mesmo período, a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passou de 50% para 41%, e 61% apontam que ele perdeu força desde o início do governo.

A pesquisa, realizada entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, reflete a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal anunciado por Haddad.Foram feitas 105 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio.

Na avaliação da totalidade dos entrevistados, a credibilidade do arcabouço fiscal anunciado é pouca (42%) ou nenhuma (58%). Nos padrões atuais, a regra de gastos só se sustenta até 2025 para 37% e até 2026, último ano do atual governo, para 34%. Embora apontem que a lista de medidas ajuda a economia, no conjunto o pacote é pouco satisfatório para 42% e nada satisfatório para 58%.

Veja, abaixo, os dados resumidos:

A avaliação negativa do governo subiu 26 pontos percentuais desde a pesquisa anterior;
100% dos entrevistados dizem que o arcabouço fiscal tem pouca ou nenhuma credibilidade;
Regra de gasto só se sustenta até 2025 para 37% e até 2026 para 34%;
A política econômica do Brasil está na direção errada para 96% dos entrevistados – eram 71% em março;
Expectativa de piora na economia avança de 32% para 88%; apenas 2% acreditam em melhoria;
Na eleição presidencial de 2026, mercado aposta em derrota de Lula. Em eventual segundo turno, o presidente perde em todos os cenários.

◉ Política econômica

A política econômica do Brasil, que já não era bem avaliada em março por 71% na pesquisa anterior, agora está na direção errada para 96% dos entrevistados, o que junto com o descrédito das medidas anunciadas fez a expectativa negativa para a economia escalar de 32% para 88%.

A expectativa para a reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) de dezembro é de alta de 0,75 ponto percentual para 66% dos entrevistados. Ao final deste ciclo, a expectativa de 34% é de uma taxa acima de 14%.

A indicação de Gabriel Galípolo para suceder a Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central é aprovada por 62%, contra 38% que desaprovam. Embora a maioria (56%) acredite que Galípolo tomará decisões técnicas, é expressivo o percentual dos que apostam em decisões sob influência política: 44%.

◉ Eleições 2026

A pesquisa dedicou um bloco às expectativas sobre a eleição presidencial de 2026 e constatou que apenas 34% acreditam que Lula será o favorito para as eleições de 2026. Em março, 53% acreditavam que Lula seria o favorito. A pesquisa projetou oito cenários para um eventual segundo turno. Nos quatro cenários em que aparece como candidato, o presidente Lula seria derrotado. O mesmo acontece com Fernando Haddad, que caso seja candidato seria derrotado em todos os cenários.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é considerado por 78% como o mais provável candidato da direita em 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível.

Fonte: Agenda do Poder


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