domingo, 29 de dezembro de 2024

Magno Malta cria projeto para derrubar decreto de Lula que busca civilizar polícias

Decreto estabelece diretrizes para uso da força por policiais, mas enfrenta resistência da base bolsonarista no Senado

Magno Malta (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

O governo Lula (PT) assinou um decreto que regulamenta o uso da força por profissionais de segurança pública no Brasil, com o objetivo de reduzir a letalidade em operações policiais. A medida gerou uma reação da de parlamentares e governadores alinhados ao bolsonarismo.

O senador Magno Malta (PL) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para suspender o decreto presidencial. O senador classificou a iniciativa do governo federal como “covarde e criminosa”, alegando que as restrições impostas prejudicam a atuação das forças de segurança e comprometem a segurança pública.

O decreto disciplina o uso de armas de fogo e instrumentos não letais, abordagens, buscas domiciliares e a atuação dos policiais penais nos presídios. O documento confere ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a competência para editar normas complementares, além de financiar, formular, implementar e monitorar ações relacionadas ao tema. Ainda, a pasta deverá oferecer capacitações e trabalhar para a divulgação das normativas sobre o uso da força aos profissionais de segurança pública e à sociedade.

Entre os principais pontos, está a definição de que o recurso de força “somente poderá ser empregado quando outros recursos de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos”. Também cita o uso de arma de fogo será sempre “medida de último recurso”. Há a previsão de que sempre que o uso da força resultar em ferimento ou morte, a ocorrência deve ser detalhada, nos termos que serão elaborados pelo MJSP.

O decreto destaca que a ação policial não deverá discriminar qualquer pessoa por cor, raça, etnia, orientação sexual, idioma, religião, nacionalidade, origem social, deficiência, situação econômica, opinião política ou de outra natureza.

A medida é uma resposta aos casos de violência policial que resultaram em morte de cidadãos por conta do abuso na abordagem de agentes de segurança.

Magno Malta argumenta que o governo federal ultrapassou suas competências ao interferir em questões que, segundo ele, são de responsabilidade exclusiva dos estados.

“O decreto invade o pacto federativo, impondo normas que deveriam ser definidas pelos governos estaduais e suas respectivas polícias”, afirmou o senador. Ele também destacou possíveis falhas no texto presidencial, mencionando “insegurança jurídica” e dificuldades de aplicação prática das normas.
O PDL apresentado por Magno Malta será analisado no Senado e, se aprovado, poderá suspender os efeitos do decreto presidencial. O embate reflete as tensões entre o governo federal e setores que defendem maior autonomia para os estados no controle das forças de segurança.

Fonte: Brasil 247

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