O senador bolsonarista Jorge Seif. Foto: reprodução
O senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) admitiu, durante sessão plenária no Senado nesta segunda-feira (9), que cometeu um erro ao afirmar nas redes sociais que o entregador de aplicativo Marcelo Barbosa do Amaral, de 25 anos, jogado de uma ponte por um policial militar em São Paulo, teria roubado a moto que pilotava e enfrentado a polícia.
“Eu fiz uma manifestação nas minhas redes sociais até dura, agressiva, e no final descobrimos que, na verdade, o rapaz era entregador de aplicativo, que ele se desesperou. Não foi uma luta, simplesmente foi uma ação deliberada”, declarou o senador.
Após a repercussão do caso, Seif afirmou, na última quarta-feira (4), que os policiais deveriam ter jogado Marcelo “do penhasco”, além de declarar “solidariedade e apoio incondicional” aos agentes que foram afastados. “Tá com pena das vítimas da sociedade? Leva pra casa”, escreveu o bolsonarista na mensagem excluída de sua conta no X, antigo Twitter.
“Eu creio que esses casos são gotas no oceano. Eles fazem, sei lá, mil, duas mil, cinco mil, dez mil operações policiais no Brasil por dia, e excessos, por vezes, cometidos por maus agentes acabam vindo a público. Parece que há uma generalização da conduta dos policiais brasileiros, e isso eu não posso permitir”, disse o senador nesta segunda-feira.
Segundo o boletim de ocorrência, ele teria perdido o controle da moto ao se deparar com o bloqueio feito pela PM. O registro policial, no entanto, omitiu o fato de que agentes o arremessaram da ponte. Os PMs alegaram que o local era perigoso por ser um reduto histórico de bailes funk, mas relataram que nada ilícito foi encontrado.
A vítima caiu em um córrego após ser arremessado da ponte e deixou o local ensanguentado após bater a cabeça. Segundo testemunhas, policiais impediram que pessoas que estavam na região socorressem o jovem.
São Paulo enfrenta uma grave crise relacionada à violência policial. Nos últimos meses, uma série de agressões e mortes durante abordagens ganhou destaque, reforçando o debate sobre abuso de autoridade.
Dados da ouvidoria especializada do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que monitora denúncias de violência policial desde setembro, mostram que São Paulo lidera as queixas de abuso em todo o Brasil.
Fonte: DCM
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