domingo, 1 de dezembro de 2024

Golpistas acusam general de vazar planos a Moraes: “Informante do ‘Ovo’”

 

O general Valério Stumpf Trindade, acusado pelos militares envolvidos na trama golpista de ser um “informante” do ministro Alexandre de Moraes
Investigações da Polícia Federal (PF) revelaram mensagens de militares bolsonaristas que acusam o general Valério Stumpf Trindade, ex-comandante militar do Sul, de ser um “informante” do ministro Alexandre de Moraes, apelidado de “ovo” nas conversas. As mensagens foram trocadas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e um interlocutor chamado Rivas.

Rivas afirmou que Stumpf teria repassado informações de reuniões envolvendo Bolsonaro, enquanto Mauro Cid descreveu isso como “vergonha eterna”. Os militares sugeriram que o general negociava cargos para parentes, além de alegarem que o vice-presidente à época, Hamilton Mourão, também teria se reunido com outros generais para discutir a saída de Bolsonaro.

Golpistas apontam o general Valério Stumpf Trindade como informante de Alexandre de Moraes – Foto: Reprodução PF
A PF identificou ataques orquestrados contra militares que rejeitaram o suposto plano golpista, incluindo Stumpf e outros generais do Alto Comando do Exército. No dia 15 de novembro de 2022, o coronel Corrêa Netto enviou fotos de generais contrários ao esquema, incluindo Richard Nunes, Tomás Paiva e Valério Stumpf.

Os ataques também atingiram o general André Luís Novaes Miranda, que pediu aos militares para não participarem dos atos de 7 de Setembro, e o general Guido Amin Naves, que liderava o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. Ambos foram alvos nas redes sociais por se posicionarem contra o suposto golpe.

Segundo o relatório, os diálogos mencionam um possível “Decreto de Golpe de Estado” elaborado por Bolsonaro, mas rejeitado por alguns militares. Rivas disse que o ato de rasgar o documento foi “traição à pátria”, e Mauro Cid lamentou o que chamou de “decepção sem tamanho” com os generais.

Stumpf, antes de liderar o Comando Militar do Sul, foi secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional no fim do governo Michel Temer. Ele é descrito no relatório como um dos principais alvos de bolsonaristas por não aderir ao movimento.

A PF também identificou que o almirante Almir Garnier, ao contrário de outros militares citados, estaria alinhado ao grupo que apoiava o plano de ruptura institucional. Garnier é mencionado como tendo tanques prontos no arsenal.

Fonte: DCM

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