Deputada afirma que assassinato brutal não pode ficar impune
Gleisi Hoffmann (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) condenou publicamente a decisão do desembargador Benjamin Acácio de Moura e Costa, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que concedeu habeas corpus a Jorge Guaranho, responsável pelo assassinato de Marcelo Arruda. Em seu tweet, Gleisi afirmou que a decisão é "completamente descabida e absurda" e criticou a justificativa apresentada pelo magistrado.
Segundo a presidenta do PT, a decisão de Costa, que argumentou que a vítima era "uma pessoa nefasta" e que "a consciência coletiva aceita de forma mais abrandada" o assassinato, é inaceitável. A deputada enfatizou que "assassinato brutal não pode ficar impune" e expressou sua confiança de que a morte de Marcelo Arruda não ficará impune, já que Guaranho irá a júri popular em fevereiro de 2024.
O desembargador Costa utilizou em seu voto a expressão “a má qualidade da vítima” para justificar a concessão do habeas corpus. Em sua decisão, Costa afirmou: “Ela realmente era uma pessoa nefasta na sociedade e, por certo, muitos podem estar pensando no sentido de que realmente houve uma limpeza social. Da forma errada, da forma injusta, da forma indevida, mas que a consciência coletiva aceita de uma forma mais abrandada. Então, dessa forma, senhora presidente, conheço e concedo a ordem”. Além disso, Costa defendeu o trancamento da ação penal contra Guaranho, alegando legítima defesa e afirmando: “Para mim, é o típico caso de trancamento penal. Porque é matar ou morrer, é sempre legítima defesa”.
A decisão do desembargador resultou na liberdade provisória de Jorge Guaranho, que agora aguardará julgamento pelo júri popular em prisão domiciliar. Anteriormente, Guaranho estava detido no Complexo Médico Penal de Curitiba. Apesar da liberdade concedida, Gleisi mantém a confiança de que a justiça será feita.
Em maio, durante o julgamento de outro recurso de Guaranho, Costa havia afirmado que o atirador "repeliu uma injusta agressão" e que as pessoas que o agrediram após o tiroteio deveriam ser presas por “tentativa de homicídio”. Essas declarações levaram o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a abrir uma investigação contra o desembargador, após uma representação disciplinar apresentada pela viúva e pelo filho de Marcelo Arruda. Costa foi acusado de exceder sua autonomia judicial e liberdade de expressão, desrespeitando a honra da vítima.
O crime ocorreu em julho de 2022, quando Jorge Guaranho, ex-policial penal e apoiador de Bolsonaro, invadiu armado a festa de aniversário de 50 anos de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu. Durante a comemoração, Guaranho sacou uma arma, gritando “Bolsonaro” e “mito”, e atirou contra Arruda, que também estava armado e tentou revidar. Marcelo Arruda foi morto por três tiros, deixando uma esposa e quatro filhos. Guaranho foi preso e responde por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil.
Fonte: Brasil 247
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