Segundo o magistrado, o plano golpista chegou a ser colocado em prática
Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ao jornalista Paulo Capelli, do Metrópoles, que há “bastante concretude” na investigação da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022. Segundo o magistrado, o relatório final apresentado pela PF indica que os golpistas foram além de atos preparatórios e chegaram a colocar em prática o plano golpista.
“Estamos na fase em que a Procuradoria-Geral da República vai se debruçar sobre o trabalho investigatório da Polícia Federal. E vai oferecer denúncia em relação a determinados fatos ou não. A partir daí, virá a fase de defesa e depois a instrução. A investigação prossegue”, disse.
Sobre a prisão do general Walter Braga Netto, apontado como um dos líderes da trama golpista, Mendes afirma que há uma “substância bastante grande em relação aos fatos”. “Veja que o próprio inquérito foi atrasado por conta dessas últimas investigações. Esses fatos últimos surgiram mais recentemente e levaram à prisão do general Braga Netto. Que é um fato grave. Ninguém decidiria pela prisão de um general 4 estrelas, com toda a sua representatividade, se não houvesse substância bastante grande em relação aos fatos que estão sendo imputados. É claro que nós estamos falando ainda de investigações abertas”, explica. Braga Netto foi preso preventivamente por tentar interferir nas investigações sobre o golpe.
“Vamos avaliar eventualmente a denúncia. Certamente será um elemento mais consistente feita pelo procurador-geral da República [Paulo Gonet]. E, depois, os desdobramentos. Mas um dado parece certo: a investigação é bastante consistente. Acha documentos impressos em impressoras do Palácio do Planalto, comunicações entre essas pessoas, envolvimento dessas pessoas. E todos tinham cargos públicos. Então tudo isto é bastante sério”, completou.
Por fim, o ministro completou classificando como extremamente grave o plano golpista que envolvia o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do STF. “O relatório tem mais de 800 páginas. Nós vemos atos muito mais concretos. Quando se trata, por exemplo, de falar do assassinato do presidente da República eleito, do vice-presidente eleito, do assassinato de um ministro do Supremo. São coisas de extrema gravidade. E não eram pessoas que estavam lá no Acre fazendo um exercício lítero-poético-recreativo. Eram pessoas que estavam com dinheiro, estavam com carros, estavam se deslocando, monitorando essas pessoas”, opina.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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