quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Gilmar foi fotografado por militar golpista em aeroporto, descobre PF


Gilmar Mendes, ministro do STF, foi um dos alvos dos planos golpistas. Foto: reprodução

A Polícia Federal incluiu o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, conhecido com “Velame”, na lista de indiciados na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo. O oficial teria enviado ao general Mario Fernandes uma foto do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), embarcando em um voo em Lisboa, em novembro de 2022.

De acordo com o relatório da PF, Abreu estava no mesmo voo que Gilmar, com destino a Brasília. A imagem teria sido enviada durante o período em que uma minuta golpista era elaborada por integrantes do grupo investigado. A primeira versão do documento, segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, previa a prisão do ministro do STF, embora seu nome tenha sido posteriormente removido.

“A investigação identificou que Reginaldo Vieira, em auxílio aos atos operacionais da organização criminosa, no dia 20/11/2022, repassou para Mario Fernandes, uma foto do ministro Gilmar Mendes, que estava embarcando no aeroporto de Lisboa/Portugal com destino a cidade de Brasília/DF. As diligências realizadas identificaram que Reginaldo Vieira estava no mesmo voo do ministro Gilmar Mendes”, explica a PF no inquérito enviado ao STF.
O coronel Reginaldo Vieira de Abreu, conhecido como “Velame”. Foto: reprodução
Na época, Reginaldo Vieira era chefe de gabinete de Mario Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Ambos estão entre os 37 indiciados pela PF como participantes da suposta trama golpista.

“Importante contextualizar que a foto foi enviada no mês de novembro de 2022, no período em que os investigados tinham elaborado a primeira versão da minuta de golpe de Estado que previa, dentre outras medidas de exceção, a prisão do ministro Gilmar Mendes, conforme depoimento prestado pelo colaborador Mauro Cesar Cid”, diz o texto da PF.

Vieira acompanhava um membro da Secretaria-Geral em um evento em Portugal. Contudo, a PF levanta dúvidas sobre a viagem. A passagem foi emitida apenas seis dias antes do embarque, e Vieira era o único da comitiva que não fazia parte das Secretarias Geral e Especial de Modernização do Estado.

No inquérito, a PF também apontou documentos em que o coronel pediu reuniu “só com a rataria” para adiantar as tratativas do golpe. O termo era usado para descrever o “núcleo duro” dos bolsonaristas criminosos. Diante das acusações, Reginaldo Vieira optou por permanecer em silêncio durante depoimento.

Fonte: DCM

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