O bolsonarista Paulo Figueiredo, neto do ditador João Figueiredo, foi condenado a pagar R$ 102 milhões em multas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) após “operações fraudulentas”. A punição do órgão tem relação com o Trump Hotel, projeto luxuoso que começou a ser tocado por sua empresa há cerca de dez anos.
Segundo a CVM, Figueiredo, que já atuou como comentarista político na Jovem Pan, teria desviado recursos da LSH Barra, da qual foi presidente. A autarquia afirma que as fraudes foram cometidas por meio de contratações de prestadores de serviço, da sobrevalorização de um laudo de avaliação e transferência indevida de riqueza.
A LSH começou a tocar o projeto do Trump Hotel, que seria inaugurado na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio de Janeiro) em 2020. Ele se associou a Donald Trump em 2013 para trazer a marca ao Brasil, mas a construção foi barrada após descobertas da operação Circus Maximus, em 2019.
Investigadores apontaram a existência do pagamento de propinas a diretores e ex-diretores do Banco de Brasília (BRB) em troca de investimentos no hotel. Segundo a Polícia Federal, o esquema envolveu o pagamento de R$ 40 milhões pagos aos representantes do banco para que o dinheiro de fundos de pensão e órgãos públicos fossem investidos em projetos sem análise técnica.
Entre esses projetos, estava o Trump Hotel. O prejuízo calculado é de R$ 400 milhões aos cofres públicos e Figueiredo chegou a ser alvo de uma ordem de prisão.
Em 2016, por conta da demora na construção, Trump tirou o nome do negócio, que acabou sendo chamado de LSH Hotel Barra. Além de Figueiredo, outras 19 pessoas foram julgadas pela CVM pelo mesmo caso: oito foram condenadas e a segunda multa mais alta foi de Ricardo Siqueira Rodrigues (R$ 53 milhões), ex-sócio do bolsonarista no fundo criado para captar recursos para o Trump Hotel.
A defesa de Figueiredo alegou que o processo contra ele continha nulidades, afirma que não houve citação adequada para que pudesse se defender e que não houve devido direito de resposta a uma delação. O bolsonarista ainda poderá recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).
Figueiredo também foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito da trama golpista. Segundo a PF, ele teria exposto militares que não queriam aderir ao movimento para ruptura institucional.
Fonte: DCM
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