Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, afirma que trabalho técnico sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas foi usado politicamente pelo PL
Valdemar Costa Neto e urna eletrônica (Foto: Reprodução | ABr)
O engenheiro Carlos Rocha, um dos indiciados pela Polícia Federal na investigação sobre a suposta trama golpista, defendeu-se em um documento enviado à Procuradoria-Geral da República, afirmando que seu trabalho técnico sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas foi desvirtuado politicamente por membros do Partido Liberal (PL). Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, foi contratado pelo PL durante as eleições de 2022 para realizar uma análise das urnas eletrônicas, que na época eram frequentemente atacadas por Jair Bolsonaro (PL), então presidente e candidato à reeleição. A informação é da Folha de S. Paulo.
Em sua defesa, assinada pelos advogados Gladys Nascimento e Melillo Dinis do Nascimento, Rocha afirma que "não há qualquer evidência de que tenha utilizado os resultados de suas análises para fins políticos ou para sustentar narrativas de golpe". O engenheiro destaca que, caso tenha havido uso político dos documentos gerados, a responsabilidade recai exclusivamente sobre o PL, e não sobre ele.
O relatório da Polícia Federal, segundo Rocha, se baseia em "ilações subjetivas", sem fundamentação em provas concretas, e refuta as acusações, afirmando que "nunca, em nenhum momento de seus trabalhos, fez menção a qualquer ‘fraude’".
O PL, presidido por Valdemar Costa Neto, contratou Rocha para investigar possíveis vulnerabilidades no sistema de urnas eletrônicas. As conclusões do engenheiro, que apontaram fragilidades no sistema, foram usadas pelo partido para entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o pedido de invalidação de parte dos votos no pleito que consagrou Luiz Inácio Lula da Silva como vencedor. Rocha esclarece que todas as etapas do projeto foram "pessoalmente aprovadas" por Costa Neto.
Em relação às acusações de que seu trabalho ajudou a desacreditar o sistema eleitoral, Rocha rebate, dizendo que baseou seu estudo em documentos técnicos produzidos por órgãos como o TSE e o Tribunal de Contas da União, e não em informações infundadas. Ainda de acordo com a reportagem, o engenheiro também refuta a acusação envolvendo Eder Balbino, técnico subcontratado pelo Instituto Voto Legal, que teria discordado da conclusão de fraude.
Segundo a defesa, as mensagens de WhatsApp de Balbino foram "obtidas de maneira irregular e descontextualizada", qualificando a prática como "pesca probatória", o que é ilegal e vai contra a jurisprudência brasileira.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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