quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Deputado do PSOL rebate colega que exaltou PM de São Paulo: “Precipício civilizatório”


Deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) afirmou nesta terça-feira (3) que a violência policial não pode ser normalizada sob nenhuma circunstância.

“Nós não podemos, em hipótese alguma, normalizar esse tipo de violência, em nenhum lugar, em nenhuma circunstância, ainda mais quando são agentes da segurança pública”, disse o parlamentar durante a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados.

“O crime, infelizmente, a gente vê no Brasil, mas a gente espera do criminoso. Crime vem do criminoso. Agora, quando a polícia age dessa forma, ela age de forma absolutamente criminosa”, acrescentou.

A declaração foi feita após um policial militar matar um homem negro com 11 tiros nas costas no mercado Oxxo, na Avenida Cupecê, no bairro Jardim Prudência, zona sul de São Paulo. O episódio ocorreu no dia 3 de novembro, mas as imagens das câmeras de segurança foram divulgadas apenas agora.

Vieira ainda citou outro caso em que um homem foi jogado de uma ponte por um PM, na madrugada desta segunda-feira (2), no bairro Vila Clara, na região de Cidade Ademar.

“Um homem jogado de uma ponte e outro executado pelas costas. Isso é barbárie. Se a gente normalizar, for indiferente a isso ou exaltar isso, nós estamos no precipício civilizatório. O que vem depois disso?”, questionou.

O deputado ainda criticou uma declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em março deste ano, o político minimizou a denúncia de violência policial feita na ONU (Organização das Nações Unidas) por entidades brasileiras.

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Marcelo S. Camargo/Governo de S. Paulo
“O pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta que eu não tô nem aí”, disse Tarcísio.

Vieira afirmou que a fala é “desumana”. “[A declaração de Tarcísio] Não vai repercutir na corporação? Não vai influenciar uma lógica de licença para matar? O governador está dizendo que não adianta ir a ONU que ele não tá nem aí, o que a corporação vai entender?”, perguntou o parlamentar.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM

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