Vinicius Gritzbach revelou esquema de extorsão policial antes de ser morto, levando à prisão de Fábio Baena e outros suspeitos de corrupção
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )
O delegado Fábio Baena, preso nesta terça-feira (17) durante uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP), foi denunciado por Vinicius Gritzbach, empresário assassinado em novembro de 2023. Segundo o g1, antes de ser morto a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, Gritzbach havia delatado Baena e outros policiais civis por extorsão.
A delação foi feita como parte de um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público e revelou que os policiais cobravam dinheiro do empresário para não incriminá-lo pelos assassinatos de dois membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que estavam sendo investigados.
O empresário foi executado a tiros por dois homens com ligações suspeitas com o PCC, e a investigação sobre sua morte envolve a possibilidade de participação de policiais. A PF já prendeu dois suspeitos pela execução e investiga se outros policiais estavam envolvidos no crime.
Em 2023, Gritzbach havia sido investigado pela Polícia Civil por suspeita de ser o mandante dos homicídios dos criminosos Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue". Ambos foram mortos em 2021. Durante o processo, o empresário revelou aos promotores que, além da extorsão, os policiais haviam exigido dinheiro em troca de proteção e de não o indiciar pelos assassinatos, embora não tenha cumprido a exigência.
A “Operação Tacitus”, que envolveu a PF e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, foi desencadeada a partir dessas informações. Ainda de acordo com a reportagem, além de Baena, mais três policiais civis foram presos, juntamente com três outros envolvidos em crimes de corrupção. Um agente ainda está sendo procurado pela força-tarefa. A operação aconteceu em diversas cidades, incluindo São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.
A Justiça decretou a prisão temporária dos envolvidos, além de realizar buscas e apreensões nos endereços relacionados a eles, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens. As investigações revelaram que o esquema criminoso era responsável pela manipulação e vazamento de investigações, pela venda de proteção a criminosos e pela lavagem de dinheiro do PCC, e teria movimentado mais de R$ 100 milhões desde 2018.
Os suspeitos responderão por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e ocultação de capitais. As penas podem chegar a 30 anos de prisão. A operação foi batizada de "Tacitus", um termo latino que significa "silencioso" ou "não dito", em referência à forma discreta de operação da organização criminosa.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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