quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Conservadores e extrema direita lideram gastos em publicidade patrocinada no Facebook e Instagram, diz pesquisa

Conservadores investiram R$ 33,8 milhões em anúncios em quatro anos, quase 3,5 vezes mais que os R$ 10,3 milhões dos progressistas

Facebook, Instagram e WhatsApp (Foto: Reuters)

Um levantamento realizado pelo projeto Brief, vinculado à organização Quid, aponta que os grupos conservadores dominam o gasto com publicidade patrocinada no Facebook e Instagram no Brasil, com um volume de recursos significativamente superior ao de grupos progressistas. Segundo a Folha de S. Paulo, a análise, que abrange dados de 2020 a 2024 fornecidos pela Meta, revela que os 20 maiores anunciantes conservadores aplicaram um total de R$ 33,8 milhões em anúncios, quase três vezes e meia mais do que os R$ 10,3 milhões investidos pelos progressistas. Já os investimentos do chamado centro totalizaram R$ 1,8 milhão.

A pesquisa se concentrou em páginas de organizações não governamentais (ONGs), veículos de imprensa e produtores de conteúdo que se autodenominam "sociedade", excluindo as categorias de "poder", como partidos e políticos, e "mercado", composto por empresas e canais comerciais. O objetivo foi analisar a "disputa por corações e mentes" nas redes sociais, evitando focar em anúncios puramente eleitorais ou de promoção de marcas.

De acordo com a reportagem, o destaque do estudo vai para a produtora Brasil Paralelo, que lidera com uma disparidade considerável. A empresa gastou R$ 26,6 milhões e veiculou 75.391 anúncios entre agosto de 2020 e agosto de 2024, mais do que qualquer outro anunciante, incluindo o governo federal e grandes empresas, como a Ambev. A produtora, que se especializa em conteúdos voltados à direita e extrema direita, é acusada por críticos de praticar "revisionismo histórico" e apresentar narrativas que contestam pesquisas científicas estabelecidas. Em seguida aparece a revista Oeste, com R$ 4,3 milhões.

Outro dado relevante é a comparação entre os investimentos feitos pela Brasil Paralelo e as campanhas políticas. Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, gastou R$ 2,8 milhões em impulsionamento de anúncios, um valor inferior ao de diversos outros anunciantes não políticos.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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